STJ

STJ, AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 864.527 – RS, Relator Ministro Luiz Fux , Julgado em 02/22/2008

—————————————————————-

AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 864.527 – RS

(2007/0035145-4)

R E L ATO R : MINISTRO LUIZ FUX

AGRAVANTE : MAXIFORJA S/A FORJARIA E METALURGIA

ADVOGADO : MARCIA MALIMANN LIPPERT E OUTRO(

S)

AGRAVADO : AES SUL DISTRIBUIDORA GAÚCHA DE

ENERGIA S/A

ADVOGADO : PEDRO BAUMGARTEN CIRNE LIMA E

OUTRO(S)

AGRAVADO : UNIÃO

AGRAVADO : AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉ-

TRICA – ANEEL

PROCURADOR : FERNANDO BARBOSA BASTOS COSTA E

OUTRO(S)

AGRAVADO : COMERCIALIZADORA BRASILEIRA DE

ENERGIA EMERGENCIAL CBEE

ADVOGADO : EDUARDO AUGUSTO DE OLIVEIRA RAMIRES

E OUTRO(S)

EMENTA

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. ART. 545 DO

CPC. FORNECIMENTO DE ENERGIA. ENCARGO DE CAPACIDADE

EMERGENCIAL. CONTROVÉRSIA ACERCA DA

NATUREZA JURÍDICA DO COGNOMINADO “SEGUROAPAGÃO”.

APONTADA VIOLAÇÃO A ARTIGOS DO CTN E

CDC. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO, APESAR DA

OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. SÚMULAS

N.º 282/STF e N.º 211/STJ. FUNDAMENTO DO ACÓRDÃO RECORRIDO

EXCLUSIVAMENTE DE ÍNDOLE CONSTITUCIONAL.

VIOLAÇÃO DO ART. 535, II, DO CPC. INOCORRÊNCIA.

1. O acórdão recorrido, ao reportar-se ao julgamento, pela Corte

Especial daquele Tribunal, da Argüição de Inconstitucionalidade na

AMS n. 2002.72.02.002803/SC, em que se concluiu pela validade

normativa dos dispositivos que instituíram o chamado “seguro-apagão”,

frente à Constituição Federal, reconheceu a natureza jurídica de

tarifa pública e a constitucionalidade do Encargo de Capacidade

Emergencial e demais encargos tarifários instituídos pelo art. 1º, §§ 1º

e 2º, da Lei nº 10.438/02

2. Inexiste, destarte, matéria infraconstitucional autônoma e suficiente

à manutenção do julgado recorrido, a ser submetida ao Superior

Tribunal de Justiça, em sede de recurso especial. Precedentes de

ambas as Turmas de Direito Público que compõem este Sodalício:

AgRg no REsp 889078 / PR; Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO;

PRIMEIRA TURMA; DJ 30.04.2007 p. 293; REsp 811302 /

RS; Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA; SEGUNDA

TURMA; DJ 26.10.2006 p. 283; REsp 771658 / PR; Relator Ministro

CASTRO MEIRA; SEGUNDA TURMA; DJ 18.05.2006 p. 206.

3. A simples oposição de embargos de declaração, sem o efetivo

debate, no tribunal de origem, acerca da matéria versada pelos dispositivos

apontados pelo recorrente como malferidos, não supre a

falta do requisito do prequestionamento, viabilizador da abertura da

instância especial.

4. Aplicação, in casu, dos enunciados sumulares n.º 282/STF e n.º

211/STJ, que assim dispõem: “Súmula 282/STF – É inadmissível o

recurso extraordinário, quando não ventilada na decisão recorrida, a

questão federal suscitada” e “Súmula 211/STJ – Inadmissível recurso

especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos

de declaração, não foi apreciada pelo tribunal a quo.”

5. Inexiste ofensa ao art. 535 do CPC, quando o tribunal de origem

pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos

autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um,

os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados

tenham sido suficientes para embasar a decisão.

6. Agravo regimental improvido.

ACÓRDÃO

___________________

Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros da PRIMEIRA
TURMA do Superior Tribunal de Justiça acordam, na conformidade
dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, negar
provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro
Relator. Os Srs. Ministros Teori Albino Zavascki (Presidente), Denise
Arruda e José Delgado votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Falcão.
Brasília (DF), 18 de dezembro de 2007(Data do Julgamento)

Como citar e referenciar este artigo:
JURISPRUDÊNCIAS,. STJ, AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 864.527 – RS, Relator Ministro Luiz Fux , Julgado em 02/22/2008. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2010. Disponível em: https://investidura.com.br/jurisprudencias/stj/stj-agrg-no-agravo-de-instrumento-no-864-527-rs-relator-ministro-luiz-fux-julgado-em-02-22-2008/ Acesso em: 07 jul. 2025
Sair da versão mobile