Em cidades como São Paulo, o nível de poluição do ar faceia pelo inconcebível. E não se adotam medidas decisivas para a solução do problema.
O número de pessoas que adoece e morre em virtude da inspiração constante de fumaça dos veículos aumenta a cada dia.
Deveriam ser plantadas árvores em grande quantidade nas regiões onde há maior contração de veículos a fim de neutralizar-se a presença excessiva de dióxido de carbono no ar.
Deveriam ser instalados filtros nos canos de descarga dos veículos, para que a fumaça não seja tão poluente.
Dever-se-ia pensar na substituição gradativa dos motores a diesel dos caminhões e ônibus por outros tipos de motores movidos a combustíveis menos agressivos para o aparelho respiratório humano.
Dever-se-ia racionalizar o trânsito de forma a fazê-lo fluir melhor, sem grandes concentrações em determinados pontos.
Dever-se-ia estimular a mudança de empresas e pessoas para cidades de menor porte.
Deveria cada cidadão assumir sua parte na responsabilidade de não poluir o ar.
Dever-se-ia melhorar a qualidade e quantidade dos metrôs, para que se tornassem, como acontece em Paris o meio de locomoção mais utilizado pela população.
A poluição aérea de São Paulo desmerece o nosso país, a classe política paulistana e a Justiça daquela cidade.
Infelizmente, as iniciativas adotadas não resolvem a situação gravíssima e quem sofre mais é a população pobre, que precisa dos ônibus para locomover-se ou precisa dirigir seu caminhão para ganhar o pão de cada dia.
As indústrias que emitem fumaça poluente também deveriam ser objeto de penalizações da Justiça, que não deve preferir agradar os empresários ao invés de resguardar a saúde e a vida das populações indefesas.
Pequim adotou um regime rigoroso de alternância de dias para circulação de veículos por ocasião da Olimpíada de 2008.
O Direito Ambiental no Brasil ainda representa simples proposta de realizações futuras.
Num país como a França – e também nos demais países europeus – a questão ambiental é levada a sério e os infratores são punidos severamente.
Aqui, os cidadãos em geral não se preocupam com o assunto, os legisladores fingem que legislam sobre o assunto e a Justiça finge que decide sobre o assunto.
* Luiz Guilherme Marques, Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora (MG).