Economia

Comunismo, Capitalismo e Fraternidade

O comunismo é uma
idéia que deve ter passado pela mente de muitos homens e mulheres idealistas da
Antiguidade, mas somente encontrou campo para experimentação prática no século
XX, após o amadurecimento intelectual do homem europeu como resultado do
Renascimento e do Iluminismo. Diz a WIKIPÉDIA
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunismo):

O Comunismo é um sistema econômico, bem
como uma doutrina política e social, cujo objetivo é a criação de uma sociedade
sem classes, baseada na propriedade comum dos meios de produção, com a
conseqüente abolição da propriedade privada. Sob tal sistema, o Estado passa a
ser desnecessário e seria extinto.

O Comunismo tenta oferecer uma
alternativa aos problemas que são entendidos como inerentes à economia
capitalista e ao legado do imperialismo e do nacionalismo. De acordo com a
ideologia comunista, a forma para superar esses problemas seria a derrocada da
rica burguesia, tida como classe dominante, em prol da classe trabalhadora – ou
proletariado – para estabelecer uma sociedade pacífica, livre, sem classes, ou
governo.

O pensamento comunista é normalmente
considerado parte de um mais amplo movimento socialista, originário nos
trabalhos de teóricos da Revolução Industrial e Revolução Francesa, que
remontam às obras de Karl Marx. As formas dominantes do comunismo, como o
Leninismo, o Trotskismo e o Luxemburguismo, são baseadas no Marxismo; mas
versões não-Marxistas do comunismo (como o Comunismo Cristão, e o Anarcocomunismo)
também existem e estão crescendo em importância, desde a Queda da União
Soviética.

O capitalismo é uma
idéia que disputou com o monarquismo (e seus consectários, inclusive a nobreza)
e venceu-o, representando verdadeira evolução da sociedade, uma vez que, apesar
de suas imperfeições, é menos elitista, mais útil e menos conservadora que
aquele. Diz a WIKIPÉDIA (http://pt.wikipedia.org/wiki/Capitalismo):

Capitalismo, sistema econômico, político
e social no qual os agentes econômicos (empresários), proprietários dos meios
de produção permitem que esta produção seja comercializada num mercado, onde as
transações são de natureza monetária.

Comumente definido como um sistema de
organização de sociedade baseado na propriedade privada dos meios de produção e
propriedade intelectual, e na liberdade de contrato sobre estes bens
(livre-mercado). As pessoas quando sujeitas a estas condições, com o intuito de
satisfazer seus desejos e/ou necessidades, tendem espontaneamente a dirigir
seus esforços no sentido de acumular capital, o qual é então usado como moeda
de troca a fim de adquirir os serviços e produtos desejados. Como se percebe, o
nome veio a calhar, pois informa diretamente uma das principais características
imanentes, que é o acúmulo de capital (embora nenhum indivíduo seja obrigado
legalmente a acumulá-lo). O capital, por sua vez, pode ser adquirido e/ou
expandido basicamente pelo trabalho produtivo e o comércio, mas como o primeiro
também pode se enquadrar na classificação de comércio, a rigor e em última
instância, o acúmulo se dá pelo comércio voluntário. O Capitalismo, segundo
seus defensores, é o meio mais eficiente e eficaz de prosperidade,
desenvolvimento e eliminação de pobreza nas sociedades, devido ao seguinte
argumento central: cada indivíduo, por depender basicamente do seu próprio
esforço, por ter direito a acumular e desfrutar dos produtos gerados por este
esforço, por ter de assumir e colocar em risco seu próprio patrimônio é
altamente motivado a utilizar seus recursos (materiais e intelectuais) da
melhor forma (mais eficiente) possível, e a melhor possível é a que gera maior
riqueza para a sociedade, já que os indivíduos dependem de transações
voluntárias.

Quando JOHN KENNEDY
lançou, na década de 1960, a Aliança para o Progresso, estava querendo
inclusive opor uma barreira ao avanço comunista sobre os países da América
Latina. Afirmava que os Estados Unidos tinham de provar para o mundo que o
sistema capitalista era melhor que o comunista. Foi uma verdadeira “guerra”
entre as duas correntes, um verdadeiro “vale tudo”…

Depois de extinta a
União Soviética, na década de l990, seria de se esperar que os Estados Unidos
reinassem para sempre, representando o modelo capitalista… Mas não há nada
que se eternize se não tiver o selo da veracidade. Então, surgiu a crise
norte-americana, surpreendendo e prejudicando o mundo inteiro. O que está por
trás disso senão a falência do capitalismo?

Já tinha acontecido a
falência do comunismo com a derrocada da União Soviética.

A China atual realiza
um esforço hercúleo para superar os Estados Unidos à custa de grande sacrifício
da sua população, que vive sem as garantias mínimas de previdência social e
outras indispensáveis no atual estado da civilização.

O que deverá
acontecer após? Não um sistema misto, mas sim um terceiro, onde deverá ser,
pela primeira vez, contemplado, em primeiro lugar, o ser humano e sua dignidade
como tal, ao invés das riquezas e da escravização indireta das pessoas.

Não há como se
justificar que pessoas sejam usadas como máquinas de produção em troca de uma
remuneração irrisória. Tanto o comunismo quanto o capitalismo praticaram isso:
simplesmente usam as pessoas, em benefício de poucos privilegiados, que se
chamam governantes ou grandes empresários.

O que falta é a
abolição do egoísmo, que existiu durante os milênios do monarquismo, os poucos
séculos do capitalismo e o século do comunismo.

O grande problema é o
próprio ser humano, que precisa aprender a solidariedade ou, utilizando uma
expressão dos franceses, a Fraternidade.

*
Luiz Guilherme Marques, Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora (MG).

Como citar e referenciar este artigo:
MARQUES, Luiz Guilherme. Comunismo, Capitalismo e Fraternidade. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2009. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/economia/comunismo-capitalismo-e-fraternidade/ Acesso em: 06 jul. 2025
Sair da versão mobile