Como se não bastasse uma vez, o coral repetiu a dose neste final de setembro.
A presidente Dilma afirmou que advogados são custos e engenheiros não, ressaltando ainda as palavras do Ministro da Educação que afirmou há algum tempo atrás que o Brasil não precisa mais de advogados.
Quando li a reportagem, fiquei curioso, uma vez que tal assertiva dita numa reunião de investidores no Brasil em Nova York beira ao absurdo.
Contudo, ao ler o discurso original, percebemos o real contexto da frase dita pela presidente:
(…) É importante sinalizar que só em 2007, portanto, tem seis anos, que nós iniciamos um grande programa de infraestrutura, o chamado Programa de Aceleração do Crescimento, e lançamos o nosso grande programa também, de habitação popular, o Minha Casa, Minha Vida.Eu cito esses dois, pelo seguinte: porque é importante que os senhores percebam o grande desafio, que é um país que formava mais advogados do que engenheiros, e hoje, pela primeira vez, agora, está formando mais engenheiros que advogados. Outro dia um ministro meu, o da Educação, disse: advogado é custo e engenheiro é produtividade. E é, de fato, uma fala que reflete esse esforço que o país tem de fazer. Porque são coisas pequenas, aparentemente, mas que produzem um efeito muito significativo quando você vai investir, você precisa de engenheiros. Essa é uma questão essencial, tanto é que quando nós construímos o Ciência Sem Fronteiras, nós restringimos o acesso às bolsas, a 100 mil bolsas, às áreas de engenharia e às áreas de exatas, justamente por este fato, pela imensa carência. Eu dei um exemplo do que significa parar de investir, ao longo das décadas perdidas, significa isso: não ter engenheiro, significa não ter consultoria para fazer programas de estudo de viabilidade técnica e de viabilidade ambiental, não ter consultoria privada suficiente. É interessante isso. Eu falo isso porque eu lidei com o PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, e lidei também com o Minha Casa Minha Vida, e sei as dificuldades que nós tivemos para superar esse tipo problema. (…)
Já me manifestei sobre a afirmação do ministro anteriormente e o foco hoje é a respeito de negócios. Para ler sobre se o Brasil precisa ou não de advogados, acesse aqui: http://gestaoadvbr.wordpress.com/2013/04/17/o-brasil-nao-precisa-de-mais-advogados/
Agora, quando o tema é sobre negócios, o que realmente precisamos para crescer?
Infraestrutura? Com certeza.
Engenheiros? Óbvio.
Uma economia estável? Sem sombra de dúvidas.
Visão de futuro? Sim.
Estratégias agressivas de mercado? Pelo menos um pouco.
E de advogados? São imprescindíveis!
No mesmo discurso há uma afirmação de que não existe risco jurídico no Brasil.. Que o Brasil cumpre seus contratos.
Como podemos ter segurança jurídica sem os advogados?
E, pensando puramente nos negócios, o conhecimento jurídico aliado ao mercado é essencial.
Pense: Você quer comprar uma empresa. Pede uma avaliação e acha que pode ser um bom negócio. Você verificou o caixa, mas e os riscos trabalhistas, tributários, societários?
Quem faz isto? Advogados.
Você quer fazer um investimento de infraestrutura. Vai precisar do contrato, vai querer saber se a área está regulamentada, se não existem danos ambientais ou normas não cumpridas.
Quem faz isto? Advogados.
O trabalho começou, você investiu pesado e agora o projeto desabou por erro de cálculo. Como recuperar o prejuízo?
Óbvio, não é? Com advogados.
A advocacia está para ser útil a sociedade desde antes do nascimento das pessoas até depois da sua morte, em qualquer relação que a pessoa tenha entre si, com objetos ou intangíveis.
Se queremos ser o país do futuro, devemos ser o futuro no presente.
Precisamos de engenheiros, arquitetos, operários, construtores, e além de todos estes, precisamos de pessoas que queiram trabalhar pagando impostos absurdos por serviços mal prestados, que queiram pagar tributos trabalhistas que praticamente inviabilizam qualquer negócio e não retornam ao trabalhador nem ao empregador, enfim, precisamos de pessoas que queiram trabalhar e transformar o Brasil e não apenas de um ou outro tipo de profissional.
Desvalorizar uma classe em prol de outra não é uma atitude de negócio, quiçá inteligente.
Precisamos focar em investimentos não apenas pelo dinheiro, mas pelo crescimento de médio e longo prazo que possam proporcionar…
Mas, isto já dá outro artigo…
#Ficaareflexão
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Artigo escrito por Gustavo Rocha
Sócio da GestãoAdvBr – Consultoria em Gestão e Tecnologia Estratégicas
Sócio da Bruke Investimentos
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