“Futuro
é o período de tempo em que nossos negócios prosperam, nossos amigos são
verdadeiros e nossa felicidade está garantida.”
(Ambrose
Bierce)
Enquanto
consultor, tenho tido a oportunidade de conhecer e estudar a realidade de
empresas diversas, seja no porte ou na atividade econômica, concluindo que
invariavelmente a distância entre o sucesso e o fracasso é mensurada pela
qualidade da gestão. Desta experiência, posso afirmar que o êxito no mundo
corporativo passa necessariamente pelos quesitos abaixo relacionados.
1.
Propósito definido. Toda organização deve ser capaz de responder à seguinte
questão: Qual é o seu negócio? Empresas de cosméticos vendem beleza, a
expectativa das mulheres de se tornarem mais belas e atraentes. Companhias de
transporte aéreo vendem economia de tempo, a promessa de fazer o usuário chegar
mais rapidamente ao seu destino. Indústrias de freios e pneus vendem segurança.
O que vende a empresa na qual você trabalha?
2.
Valores e visão compartilhados. Os valores praticados (e não os meramente
declarados) por uma empresa expressam seu DNA e sua personalidade. Definem o
perfil de quem pode e deve vestir a camisa da corporação. E a visão, quando
comungada pelos colaboradores, indica a trajetória a ser seguida. Os valores
determinam o ponto de partida, e a visão, a estação de chegada.
3.
Foco no cliente e na rentabilidade do negócio. O cliente é, há tempos, o fiel
da balança. Do alto de sua subjetividade e infidelidade, sentencia quem
capitula ou permanece no mercado, simplesmente decidindo onde e como gastar
seus recursos. Mas que não se perca de vista a obrigatoriedade de a empresa ser
lucrativa, e mais ainda, rentável. Este é o único caminho para a perenidade.
4.
Metas factíveis, planejamento e monitoramento sistemáticos. Administrar uma
empresa não é fruto do acaso. É um processo que demanda a determinação de metas
específicas, quantificadas, ousadas e possíveis de serem alcançadas, traçadas
dentro de um planejamento estratégico e continuamente monitoradas.
5.
Produtos, serviços e atendimento excepcionais. Produtos e serviços (e todo
produto é um serviço em última instância) estão comoditizados, cada vez mais
similares em forma, conteúdo, design e funcionalidade. Mas há um grande
diferencial competitivo: a qualidade do atendimento. Este é o único fator
possível de fidelização de clientes. E o primeiro a impor uma fronteira entre
preço e valor.
6.
Equipe extraordinária e clima organizacional estimulante. Se a vantagem
comparativa advém de um atendimento primoroso, este só pode ser proporcionado
por pessoas. O segredo está em contratar, capacitar, educar, desenvolver e
aprimorar pessoas comprometidas, responsáveis e leais, além de íntegras e
éticas, ou seja, de bom caráter. E propiciar um ambiente de trabalho
auspicioso, aliando os interesses individuais aos corporativos, além de
promover a diversidade.
7.
Marketing na veia. O marketing não pode ser entendido como responsabilidade de
um departamento da empresa. Marketing é tudo o que fazemos e deixamos de fazer.
Ou, como diria Peter Drucker, ele é o próprio negócio. Deve-se cuidar da
comunicação corporativa (no seio da empresa), mercadológica (para fora da
empresa) e institucional (perante a comunidade). O objetivo deve ser a
construção de uma marca sólida capaz de gerar um vínculo cognitivo e emocional
com o consumidor.
8.
Finanças sob controle. Nenhuma organização progride com má administração
financeira. Vendas deficitárias, crédito irresponsável, cobrança inepta,
investimentos perdulários e endividamento galopante conduzem gradualmente
qualquer empresa à bancarrota. É preciso austeridade na gestão do caixa,
combate aos desperdícios e atenção com os custos, que crescem como unhas:
insistentemente.
9.
Responsabilidade social e sustentabilidade. Toda empresa tem uma função social
que principia com a geração de emprego e renda e se amplia ao suprir as
deficiências do Estado no que tange à saúde, educação, transporte e segurança.
Associado a isso, surge a questão da sustentabilidade, mais do que um modismo,
uma tendência, ainda que incipiente como princípio valorativo. Num futuro
próximo, a percepção do consumidor da preocupação legítima das empresas com o
meio ambiente balizará suas decisões de compra.
10.
Inovação e capacidade de se reinventar. Ao seguir um mesmo receituário, ainda
não se garante uma posição de destaque e diferenciação. O desafio é evoluir
sempre. Antever e traçar cenários. Criar novas maneiras de gerir o negócio e as
pessoas. O mais difícil não é atingir o topo, pois toda liderança é transitória
e situacional. Difícil é permanecer lá em cima.
Estes
são ingredientes essenciais para o sucesso empresarial. Já a receita, cada um
faz a sua, mediante a combinação inclusive de outros temperos. Mas vale
salientar que a prosperidade deve contemplar uma melhor qualidade de vida. Este
é um objetivo final nobre e que vale a pena ser perseguido.
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Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 15
países. É autor de “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e
profissional”, pela Editora Saraiva, e coautor de outros quatro livros.
Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite:
www.tomcoelho.com.br e www.setevidas.com.br.