Em
uma eleição “vale tudo” para conquistar o voto do eleitor? Como conquistar o
voto: pelas falsas promessas, pelo dinheiro ou pela consciência?
Dentre os milhares de
candidatos aos cargos de Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador, em todos os mais
de seis mil Municípios, as técnicas para conquistar o voto são quase sempre às
mesmas.
Alguns candidatos são
convincentes e trabalham com o que se chama de “fé cênica”. Por fé cênica
devemos entender o papel do ator que interpreta um personagem com tanta
convicção que transmite para quem o assiste uma verdade, mas que é uma ficção. Às vezes um ator incorpora em sua própria
personalidade, traços do personagem que interpreta, que aos olhos do povo ou de
quem o assiste, parecem ser verdadeiros. Há três palavras que o eleitor deve
compreender e entender, observar e permanecer atento: “falácia”, “cooptação” e
“ambigüidade”, isto para não ser enganado pelos candidatos.
AMBIGUIDADE:
palavra de duplo sentido que permite fazer um jogo. O candidato é eleito e o
eleitor que lhe deu o voto, cobra: “Vereador o senhor prometeu que faria isto
ou aquilo e eu estou aqui e vim cobrar
aquela promessa”. Como? Eu não assinei nada…. Outra vez o candidato assinou
um bilhete durante a campanha e após a eleição, o eleitor comparece em seu gabinete para cobrar a promessa: “o vereador
responde que assinou um mero bilhete de intenção, mas não deu a palavra, foi um
bilhete para discussão”. E assim segue, sem cumprir aquela intenção.
A FALÁCIA: é outra palavra
que se utiliza para explicar a “demagogia com classe”. O político faz um
brilhante discurso e é convincente, parece verdadeiro, mas é falso, é
falacioso. Observem os discursos. Há bons oradores, mas que jamais conseguirão
cumprir o que pregam, pois funciona como hipnose.
COOPTAÇÃO: o candidato descobre a fraqueza do eleitor e
procura discutir com ele as suas necessidades. É o caso do líder de bairro ou
do eleitor “durão” que diz: “não vendo o
meu voto e não posso trabalhar para o Senhor porque já tenho compromisso com o
candidato tal”. Mas, o candidato sabe das fraquezas desse líder, pois ele
necessita de emprego para a sua filha,
dinheiro para pagar uma dívida e um bom emprego. O candidato então o conquista
atendendo aos seus reclamos. Pronto, o eleitor ou o líder trocou a sua opção
para esta eleição e foi cooptado.
Aquele líder ou eleitor que
agir assim, também é falso. Logo, o corrupto e o corruptor andam sempre de mãos
dadas. Visando a conquista do poder, há
políticos que tudo fazem para mostrar as suas verdades, mas que são
falsas. Após a chegada ao poder, o
político passa a fazer leis, mas não em benefício do povo e sim em seu próprio
benefício ou de determinados grupos, vez que se aliou aos poderosos com a mera
intenção de obter recursos para a próxima campanha. Há políticos que “são lobos
travestidos de cordeiros”. Então,
eleitor mogiano, qual é o seu comportamento? Você apóia o candidato
malandro? Como deve ser conquistado o
voto? O dinheiro não é tudo e às vezes
funciona como uma relíquia para a exploração. Lembre-se do grande Ruy Barbosa:
“de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver o poder nas mãos dos maus, o
homem chega a ter vergonha de ser honesto”. Vai continuar? Você consegue
diferenciar o candidato honesto do desonesto?
Olavo A. Arruda D´Câmara