Cidadãos
de bem eduquem o Estado! Vivemos num Estado
Democrático, que as vezes se confunde com liberdade. Nem sempre o Estado
Democrático é sinônimo de liberdade. Basta analisar que há leis fora da ética e
que atendem interesses particulares ou
ainda são inúteis. Todos os eleitores comparecem as urnas de dois em dois anos
e escolhem livremente os seus representantes. Logicamente que as escolhas são
feitas com base em leis e nos candidatos
apresentados pelos partidos. Mas, passadas as eleições, a grande maioria dos
cidadãos abandona o Estado. “É como se dissessem para si mesmo: “cumpri minha
obrigação, votei, agora cabe aos homens do governo que dominam o Estado,
administrar bem a “ coisa pública e pronta”.
Mas, não é assim que devemos proceder. A
fiscalização e pressão dos cidadãos sobre o Estado é que impulsionarão a
Instituição no cumprimento dos deveres em prol do povo.
Por outro lado, não são apenas políticos que são
infiéis, o povo também é. Os eleitores estarão esperando que o Estado faça tudo
por ele, pois já deu a sua contribuição:
“pagou os impostos, se diz honesto,
vota em todas as eleições, não rouba, não mata e educa os seus filhos”. Mas,
somente isso não basta, é preciso fiscalizar o Estado, pressiona-lo de todos os
lados e exigir que as melhorias aconteçam.
O que é educar o Estado? É estar atento para que
os homens do governo respeitem o povo, seja o cidadão abastado ou miserável,
pois todos são cidadãos e contribuintes para a existência do Estado. Quando descobrimos falhas nas atividades do
Estado, devemos denunciar as falhas, mas, antes procurar as autoridades ou
governantes, travar um diálogo aberto e fazer propostas. Mas, caso estas
atitudes não resolvam deveremos juntar um grupo de cidadãos e acionar a
justiça, exigindo que o Estado cumpra o seu papel.
“Quando os cidadãos de bem se omitem, o Estado
através dos homens do governo, “deitam e rolam”, ou seja, fazem da coisa
pública o quintal das suas casas”, pois tem consciência que o povo é omisso e
acomodado. Daí as desgraças na administração pública.
Como elevar o grau de consciência das pessoas
para que participem mais ativamente da engenharia política que permeia o
Estado? Somente com a participação popular. Aos poucos, de tanto de participar dos movimentos sociais, os segmentos vão
aprendendo a lidar e influenciar na
administração pública, através das pressões que podem exercer.
Educar o Estado é tarefa de todos os cidadãos,
seja (cidadão real ou cidadão legal) significa exigir que cumpra o seu papel em prol da população e atinja
as suas metas. Por exemplo, por décadas o sistema carcerário do Brasil foi
relegado a planos secundários. Hoje, o crime organizado tomou conta da nação e
não sabemos mais o que fazer. O Estado
desorganizado contra o crime organizado. Quem vencerá a batalha? Tudo
dependerá do comportamento dos homens de bem, de planos de ação e investimentos
em segurança pública, sistema prisional, treinamento de funcionários do Estado,
abertura de vagas prisionais e educação dos presidiários ofertando-lhes
profissão e escolaridade, além de investimentos no Poder Judiciário visando agilizar os trâmites
processuais.
É fácil? Não, é tarefa gigantesca, mas é preciso
começar e dar os primeiros passos. Educar
o Estado é a tarefa mais difícil para que a verdadeira democracia se realize.
Logicamente não estamos nos referindo à democracia econômica, mas aos sistemas
de liberdades públicas. O dia que os homens bons educarem o Estado, o Estado
educará os homens de tal forma, que a vida e as relações sociais serão muito
melhores do que são hoje.
Todas as pessoas, entidades, instituições,
associações e segmentos da sociedade são responsáveis pelo desenvolvimento do
Estado, aplicação correta das verbas públicas e pelas reivindicações em prol da
sociedade. Você cidadão, faz a sua parte ou continua de braços cruzados?
Cuidado que um dia a “casa cai”.
Olavo A. Arruda D´Câmara
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