Filosofia do Direito

Resenha de “Antígona” – Sófocles

Edição nº 5 – Ano I  

 

 

Referência Bibliográfica

Sófocles; 496 a.C. – 406 a.C. Antígona / Sófocles; tradução de Donaldo Schüller. – Porto Alegre: L&PM. 2006. 102 p

 

Biografia do Autor

 

Sófocles nasceu próximo a Atenas, em Colono, em 496 a.C., filho de rica família de mercadores, mas não aristocrática.  Era bem apessoado e pessoa afável. Escreveu inúmeras tragédias, das quais sete são as mais conhecidas e admiradas. Nelas concentrava a ação em um só personagem destacando o seu caráter e os traços de sua personalidade. Sabe-se também que participou muito da vida pública de Atenas, onde viveu de modo permanente. Foi quem deteve o maior número de vitórias nos concursos dramáticos de Atenas.

 

Síntese do Conteúdo

 

Édipo casou-se com sua mãe Jocasta, com quem teve dois filhos, Etéocles e Polinice e duas filhas, Antígona e Ismene. A tragédia inicia-se com Antígona solicitando a sua irmã Ismene que a ajude a enterrar seu irmão Polinice, mesmo que isto significasse insurgir-se contra Creonte. Este havia promulgado uma lei a qual impedia que aquele que houvessem empreendido qualquer ação contra a cidade, seria impedido de ser enterrado, causando destarte uma grande ofensa ao falecido e sua própria família. Isso designava o morto a uma transição inadequada ao mundo dos mortos. Inconformada Antígona rebela-se e determinada quer enterrar seu irmão, mesmo que o faça sozinha. Acaba por incitar Creonte pelo descumprimento das leis civis. Creonte não conformado com a desobediência e a rebeldia de Antígona, condena-a a morte. Hemon, filho de Creonte e noivo de Antígona, suplica pela vida da noiva, explicando-lhe que ela almejara tão somente dar a seu irmão, um enterro justo. Creonte não escuta seu filho Hemon e determina que Antígona seja levada a uma tumba, onde permanecerá até morrer. Naquele momento surge o adivinho Tirésias que chama a atenção de Creonte, que sua sorte estaria por findar, já que sua obstinação em não enterrar Polinice iria dar cabo de seu governo. Eis que Creonte fica sabendo que seu filho Hemon, triste e desconsolado com a morte que seu pai destinara a Antígona, suicidara-se. Eurídice, esposa de Creonte, ao tomar conhecimento da morte do filho também se suicida. Assim é que Creonte perde todos seus familiares e lastima-se por sua desobediência a um dos desígnios divinos, quer seja, o direito de enterrar seus mortos.

 

Apreciação da Obra

 

A obra é bastante forte, pois trabalha muito bem com os ditames morais. São traçados paralelos entre o autoritarismo inicial de Creonte com a determinação e dignidade moral de Antígona. Ressalta a importância do direito natural sobre o direito positivo. Outro dado importante que se extrai dessa obra é a luta de uma única mulher contra toda uma cidade. Ela nos mostra sua força, sua talante em executar aquilo que é digno e moral, deixando-nos como lição que nem sempre o legal é moral.

 

 

* Regina Maria de Paula, estudante do curso de Direito na Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP, 8ª etapa  

 

Como citar e referenciar este artigo:
PAULA, Regina Maria de. Resenha de “Antígona” – Sófocles. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2010. Disponível em: https://investidura.com.br/resenhas/filosofiadoreito/resenha-de-antigona-sofocles/ Acesso em: 21 nov. 2024
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