EXMO. SR. DR. JUIZ DA …. VARA DO TRABALHO DE ….. ESTADO DO …..
AUTOS Nº ….
….., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ….., portador (a) do CIRG n.º ….. e do CPF n.º ….., residente e domiciliado (a) na Rua ….., n.º ….., Bairro ….., Cidade ….., Estado ….., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo – doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ….., nº ….., Bairro ….., Cidade ….., Estado ….., onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente, nos autos de reclamatória trabalhista interposta contra ….., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º ….., com sede na Rua ….., n.º ….., Bairro ……, Cidade ….., Estado ….., CEP ….., representada neste ato por seu (sua) sócio(a) gerente Sr. (a). ….., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ….., portador (a) do CIRG nº ….. e do CPF n.º ….., à presença de Vossa Excelência apresentar
IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
PRELIMINARMENTE
A pretensa preliminar de contestação, é data vênia, um “absurdo”, pois, o pedido de reintegração da Recte. ao emprego, não se fundou em nenhum princípio de estabilidade temporal , mas sim, na sua dispensa no período de sua estabilidade. Acabara de sofrer um aborto e sem que lhe fosse concedida a licença-gestante a que tinha direito, foi despedida, injustamente no curso desta.
Dito e esclarecido este tópico, estão respondidos os demais da pretensa preliminar, que como se percebe, se estriba com silogismo sofismático, através do qual, procura o Recdo. proposital e ardilosamente, torcer os fatos.
DO MÉRITO
Quanto ao mérito, não merece o Recdo. melhor sorte, eis que, os sofismas, as tergiversações, a deturpação dos fatos, e a inversão da “estória” a que ousa induzir sobre os documentos que junta, chegam a ser abusivos e até desrespeitosos, senão vejamos:
O pedido da Recte. de sua reintegração ao emprego, está estribado na nulidade de sua dispensa conforme previsto na alínea “b” da Cláusula 56ª (Estabilidade Provisória) do “Acordo Coletivo de Trabalho/1.993/1.994” do Banco …. que prescreve:
Cláusula 56ª – Estabilidade Provisória:
(…)
b) “A funcionária, por 120 (dias), contados a partir do fato “em caso aborto” devidamente comprovado por atestado médico.”
Tal arguição e pedido estão muito bem claros e expressos às fls. …. da inicial, fls. …. dos autos, de forma a não permitir a confusão ou induzimento que o Recdo. traz no bojo de sua contestação.
A informação leviana de fls. …., de que a Recte. praticou negociação habitual com terceiros, clientes da …., tomando-lhes sob empréstimo a quantia de R$ …., da qual só amortizada R$ …., não procede, pois, não tendo a própria gerência do …. Recdo., liberado o fundo de garantia da Recte. para pagamento da entrada do preço do …. adquirido por esta conforme faz prova o …. anexo, doc. …., o Sr. …., dono da …. que intermediara a transação, prontificou-se a oferecer à Recte. um adiantamento da referida quantia, até a breve liberação do FGTS pelo …. Recdo., afim de que a mesma não perdesse o negócio entabulado. Assim, para garantia do referido senhor e amigo, a Recte. deu-lhe um cheque de igual valor que logo no mês seguinte o resgatou conforme faz prova o doc. ….
Assim. primeiramente, tal favor de um amigo não caracteriza negociação habitual e, secundariamente, o fato de a Recte. ter um amigo que numa dada circunstância lhe empresta uma determinada quantia e que em seguida é paga, não constitui qualquer infração de ordem trabalhista. Acrescente-se ao fato que o emprestador do dinheiro foi o próprio intermediador da transação, doc. ….
Por outro lado, há que se notar que o cheque do Sr. …. dado à Recte., não foi emitido contra o …. sobre o seu depósito aplicado no …., e sim, contra …. Quem alega é obrigado a provar. Então fica o desafio ao Recdo. para que apresente o cheque de seu cliente, Sr. …. valor R$ …. emitido contra …. , do contrário, ficará provado sua leviandade em tal alegação.
Quanto aos documentos de fls. …. a …., a fragilidade do argumento e da defesa, é tão visível que não resiste a qualquer análise mais séria, pois, denota-se, primeiramente, que são declarações “catadas” pelo incomportado gerente…. e seus amigos, os declarantes que, face às amizades de seu nível (gerente de uma …. numa cidade do interior), evidentemente só podem tratar-se de declarações gratuitas ou de retribuições de favores, ou então, em face de amizades de nível de gerente de …. com gerentes de …. ou com diretores de empresas que servem ou que devem favores ao próprio …., a nível de sua gerência, etc., como todos sabemos, senão vejamos:
O documento de fls. …. é do ex-…. da cidade, o qual é proprietário do …. onde está instalada a …. do …. Recdo. na Comarca de ….
O documento de fls. …., é do vice presidente do …. dos ….
O documento de fls. …., é do presidente do …. dos …. Note-se ambos datilografados na mesma máquina.
O documento de fls. …., é do ex- …. do …. do Recdo., …. note-se a seguinte hilaridade: Este documento, como se percebe foi datilografado na mesma máquina em que foi o documento de fls. ….;
Os documentos de fls. …., …. e …., igualmente, datilografados na mesma máquina que datilografou o documento de fls. …., consoante se percebe, são graciosos e conseguidos à base de induzimento dos declarantes pelo referido gerente …. quando este se viu acuado pela denúncia de assédio sexual que praticou contra a Recte. e que foi por esta denunciado.
A certeza e clarividência desta afirmativa é tão palpável que não deixam sobejar qualquer dúvida. Haja vista que todos eles são quase tirados na mesma data: fls. …., …. de …./….; fls. …., …. de …./….; fls. …., …. de …./….; fls. …., …. de …./….; fls. …., …. de …./….; fls. …., …. de …./….; fls. …., …. de …./…., e note-se: todos datilografados na mesma máquina do citado gerente.
Ora, a denúncia da Recte. a respeito do reprovável comportamento do gerente da …. do Recdo. …., foi anterior às inusitadas e graciosas declarações de Fls. …. a …. visto que o seu depoimento pessoal, perante o gerente regional, a respeito do assédio sexual que a Recte. vinha sofrendo por parte do …., data de …. de …. de …., fls. …. a …. e sua declaração tomada à guisa de esclarecimento, é de …./…./…., conforme se vê às fls. ….
Então, note-se Egrégia Junta, que referidas pretensas provas trazidas pelo …. Recdo. em arrimo de sua pálida contestação, não são provas coletadas pela empresa Recda. Como tal, mas sim, documentos forjados pelo seu gerente faltoso, com seus amigos, tendo em vista a sua imagem numa cidade do interior, onde, o gerente do …., principalmente, de um …. político como o …., o prefeito da cidade, o delegado de polícia, o presidente da câmara, vereadores e diretores de empresas que constituem, como clientes um patrimônio da …., como é sabido, forma o seu clã ou o seu grupo, freqüentam o mesmo clube e procuram situações de destaques em relação aos demais habitantes da cidade. E aí, quando o gerente da …. referida precisa de declarações “para salvar a sua pele”, não só perante seus conhecidos, sociedade, e principalmente, à sua família pois é ou era casado. É evidente que referidos amigos, declarantes, a tal não podiam se negar como não se negaram. E aí, o velho brocardo, numa entidade como …., onde abusos, falta de respeito, indiferença dos mais poderosos hierarquicamente e corrupção imperam conforme ilustram as publicações jornalísticas anexas, “A barra se parte no seu ponto mais fraco”, como efetivamente se partiu, em relação à Recte. que, apesar de vítima de assédio sexual, de abusos e de injustiças no desempenho de sua função, inclusive prestando absurdas sobre jornadas, é despedida por suposta justa causa, fato que esta Justiça do Trabalho, há de por certo constatar.
Algumas declarações graciosas das já mencionadas, chegam ao cúmulo de procurar tecer imerecidos elogios à pessoa do referido gerente. Talvez seja porque desconheçam os acontecimentos entre ele e sua …., que levou o entrevero entre ele gerente e seu …., de que dão notícias a ocorrência e procedimento policial anexo sob nº …., sendo as publicações supra referidas, anexas sob nºs …./….
Quanto à declaração de fls. …., é outra falsa flagrante, pois a operação de que o declarante foi avalista da Recte. junto ao …., foi pela Recte. honrada, regiamente, na data de seu vencimento com todos os encargos àquela instituição bancária, conforme faz prova o recibo de depósito anexo, doc. ….
As …. declarações das funcionárias de fls. …. e …., apesar da covardia revelada, embora compreensível, pois, de um lado, estava …., arbitrário, e de outro, as …. indefesas funcionárias que entre ficarem bem com a Recte. declarando a verdade, preferiram a segunda opção, embora não falando a verdade, pois na primeira situação nenhum lucro ou vantagens lhes traria, a não ser a convicção da lisura de suas consciências, enquanto que no segundo caso, seus prejuízos seriam fatais e imediatos como é fácil concluir.
Fato que põe por terra qualquer certeza ou veracidade quanto ao declarado no documento de fls. …., é a declarante da gerência da própria nossa …./nosso…, anexa sob nº …., segundo a qual se verifica que a “estória” contada naquela declaração, só pode ser maquinada e induzida pelo próprio preposto do …. Recdo., pois “todos os títulos são preenchidos e assinados na gerência perante o gerente”, doc. ….
Mas não é só, o maquiavelismo do referido gerente é tão palpável e os sofismas e deturpação dos fatos pelo …. Recdo. que não hesita em utilizar-se desse silogismos, são também tão palpáveis que não resistem a menor análise quando passamos a examinar sua infundada acusação de ter a Recte. emitido cheque sem fundos e os documentos de fls. …. a …., senão vejamos:
O cheque de fls. …. do valor de R$ …. é levado à compensação no dia …. de …. de …., vide carimbo fls. …. versos.
No dia …. de …. de …., conforme extrato bancário juntado às fls. …., o saldo em conta da Recte. – disponível era de R$ …. (….) positivo, por tanto, igual a R$ …. Haja vista que, é o próprio …. Recdo. em seu extrato juntado às fls. …. quem declara que após devolvido o cheque nº …. da Recte. de R$ …. apesar de arbitrariamente reduzido o seu limite para R$ …. (….) que era de R$…. ( ….); mesmo assim ficou a Recte. com um disponível de R$ …. (….) que, se deduzidos os R$ …., ficaria ela ainda com um saldo bancário disponível de R$ …., conforme se vê dos extratos anexos sob nºs …. e …., pois o saldo devedor em …./…./…., data da apresentação do seu cheque nº …. de R$ …., era de R$ …., contra um limite disponível de R$ …., extrato anexo doc. ….
Assim, o cálculo apresentado pelo Recdo. às fls. …., não representa a verdade, donde a precipitada conclusão do gerente do Recdo. de fls. …./…. ao ensejo do esclarecimento dado pela Recte. através de suas cartas de fls. …./…., bem mostra a flagrante perseguição que o mesmo vinha fazendo.
Entretanto, é importante salientar a recomendação da direção geral do …. Recdo. aos seus gerentes de …. quanto a responsabilidade por indenização com base em dano moral puro, quanto à devolução de cheque de cliente sob errôneo fundamento de falta de fundos como aconteceu com a Recte. com o seu cheque de fls. …., segundo se vê da recomendação expressa, que ora se junta sob doc. nº ….
Denota-se ainda, que o cheque referido, foi depositado pelo portador, por equívoco quanto à data antecipada do seu depósito, conforme faz prova a carta do correntista anexo, sob o nº …. o que referido gerente, tão só para formação de culpa contra a Recte. que vinha perseguindo, passou por cima e fez a comunicação punitiva indevida.
Ainda com o objetivo de envolver a Recte. nos negócios do marido desta com o …. Recdo. este, agora já dolosamente, junta os documentos de fls. …. a ….. que nada tem a haver com a situação empregatícia da Recte. com o Recdo., pois, seu marido como qualquer outra pessoa foi e continua sendo um cliente do …. que sempre, cumpriu com suas obrigações, doc. …., “ad argumentandum”, se não cumpriu, é problema dele com o …. que em nada pode vir a conotar com a situação funcional da Recte. pois em tais negócios a mesma não participara e nunca participou. Muito pelo contrário, foi, certa feita chamada indevidamente à responder por débito da firma de seu marido junto ao …. Recdo. e, não só chamada, diga-se de passagem, e sim, coagida e obrigada a assinar a dívida do mesmo e pagá-la, conforme fazem provas os documentos anexos sob nºs …. e …., inclusive pagou até valor em duplicata e não recebeu a restituição da dobra paga conforme faz prova o doc. anexo nº ….
Outro fato ardiloso alegado pelo …. Recdo., é de que a Recte. conforme graciosa e distorcida declaração de fls. …. e …. teria solicitado aval de terceiros em empréstimos e não honrado a obrigação, e por isso teria sofrido a penalização de advertência, doc. anexo sob nº …., mas a propósito ou desonestamente, esqueceu-se o Recdo. de que referida advertência, após as devidas verificações foi cancelada conforme faz prova o documento incluso sob nº …., com base no esclarecimento dado pela Recte. através da carta anexa sob nº ….
Por todos esses elementos, nota-se que a defesa apresentada não merece credibilidade.
Com efeito, a Recte. vinha sofrendo constante assédio e perseguição do preposto (gerente ….), que o fato começou e se tornar público, fato que levou o senhor …. …. de …., Dr. …. a, na oportunidade, solicitar ao Exmo. Sr. …. do Estado de …., então Dr. …. a pedir o afastamento da Recte. do …. Recdo., para passar a prestar serviços de assessoria …. junto à …., sob sua administração, justificando:
“Ressaltamos a importância que representará para nossa administração termos uma pessoa de confiança e capacidade comprovada como é a senhora ….”
Conforme faz fé o ofício anexo, sob o nº ….
Este ofício bem prova e esclarece o cunho de alto nível moral, de honestidade de préstimos da Recte., cuja integridade não pode ficar a mercê das especulações de um indivíduo, sem as mesmas reservas morais que, por ocupar o nobre cargo de gerente de um …. político como o …., usou, abusou e extrapolou os limites de sua funções, principalmente, na área e âmbito do trabalho e da moralidade que para esse cargo são exigidos e que, lamentavelmente por serem dados elementos, apesar de falsos, coletados pelas mãos de um irresponsável, mas que até então era o gerente da …. quem falava, o …. Recdo., limitando suas buscas e sindicâncias, sobre os auspícios do mesmo e de seus asseclas e na área de culpa do …., para evitar o escândalo, também nesta área e neste particular resolveu concluir e agir pelo despedimento da inocente Recte. que, como resultará , foi somente vítima dos poderosos e da força do poder hierárquico superior, mas que ao final, verificará essa Egrégia Junta e por certo concluirá, pela total procedência da ação.
Fato inusitado que merece necessária fiscalização, verificação e apuração é a exigência abusiva do referido gerente quanto a sobre jornada da Recte. que era obrigada a assinar “folha de ponto”, onde já vinha ou ainda vem datilografado, na parte superior o horário da jornada que, realmente não é cumprido, pois o funcionário ao assinar a “folha ponto”, tal como a Recte., era obrigada a marcar nas colunas de entradas e saídas os horários grafados acima, mas na verdade entrava às …. horas da manhã, tinha …. hrs. de almoço e só deixava o seu trabalho após as …. ou …. horas. Este fato urge ser provado pela via testemunhal vez que as “folhas ponto” juntadas às fls. …. a …., não representam a verdade.
DOS PEDIDOS
Isto posto, essa Egrégia Junta, deverá por certo julgar a Reclamatória inteiramente procedente, por ser de direito e de Justiça.
Pede Deferimento.
[Local], [dia] de [mês] de [ano].
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]