20 | 06 | 2012
Presidente da OAB-ES destaca a democratização da escolha da lista sêxtupla do quinto em solenidade de posse da nova desembargadora do TRT-ES
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção do Espírito Santo, Homero Junger Mafra, considerou como um “marco” a democratização da forma de escolha dos advogados para compor a lista sêxtupla dos candidatos à vaga do Quinto Constitucional do Tribunal Regional Eleitoral da 17ª Região (TRT-ES). A declaração do presidente da Seccional fez parte do seu pronunciamento na solenidade de pose da nova desembargadora do Tribunal, realizada na noite desta terça-feira (19), no Salão Santiago do Palácio Anchieta.
A seguir, a íntegra do pronunciamento do presidente da OAB-ES.
O Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região recebe hoje dois grandes nomes, dois Desembargadores que em muito contribuirão para que o TRT cumpra, como o fez até hoje, a melhor distribuição da Justiça.
Magistrado de carreira, Marcelo Marcel Mancilha, se fez credor da admiração dos advogados, bem o sei, por força de sua cultura, de sua dedicação, de seu respeito às partes. É um grande magistrado e merecedor da honra de alcançar o Tribunal.
Dr. Marcelo Mancilha, muito mais poderia dizer de Vossa Excelência, por suas virtudes de magistrado maior. Nenhum elogio seria vazio. De tudo seria – e é – merecedor.
Mas permito-me quebrar o protocolo e dirigir-me de forma mais específica à advogada que troca a beca pela toga.
Não posso esconder meu orgulho por estar aqui, como Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Espírito Santo, saudando a advogada Ana Paula Tauceda Branco, indicada para integrar o Tribunal Regional do Trabalho em certame que envolveu toda a categoria e que teve como marco a democratização da forma de escolha dos advogados que comporiam a lista dos candidatos ao Quinto Constitucional.
Não posso deixar de destacar, ainda, o profundo respeito que temos pela Justiça do Trabalho.
Por isso, afirmo e enfatizo que eventuais e passageiras divergências pontuais nunca terão o condão de interromper o permanente e fecundo diálogo que sempre mantivemos, advogados e Judiciário Trabalhista.
O que nos une – a defesa intransigente dos valores democráticos, a luta pelo aperfeiçoamento das instituições jurídicas, a busca da aplicação exata dos direitos sociais assegurados pela Carta Constitucional – é muito maior, sempre será, que pequenas dissensões que possamos ter.
O dia inegavelmente é de festa.
Quero saudar a Desembargadora Ana Paula com a alegria que um Presidente da Ordem pode homenagear uma colega que pela manifestação dos advogados é chamada a preencher, no Tribunal no qual atua, uma das vagas destinadas ao Quinto Constitucional; mas quero ainda, e não posso deixar de fazê-lo, saudar a Desembargadora Ana Paula Tauceda Branco com o olhar do professor dirigido àquela aluna que, reunindo sensibilidade, estudo, postura ética e compromisso social, se fez credora do respeito e da admiração de todos nós.
Um novo tempo se abre em sua vida, Desembargadora.
Não mais os embates da advocacia; agora, e a responsabilidade é a mesma de antes, lhe cabe colher e proclamar, com o desassombro que se espera dos magistrados, a síntese dialética do processo.
Desembargadora Ana Paula, o seu Capibaribe hoje são os mares do Espírito Santo.
Mas do seu “Recife das revoluções libertárias” você trouxe o compromisso com uma justiça feita de vida e de pão; com a justiça que expulsa a “vida Severina” e faz brotar a vida verdadeira, bela “como o caderno novo quando a gente o principia”.
Sei, sabemos todos, que a você não faltarão as qualidades que se exige de um magistrado: coragem, independência, compromisso com a realização plena da justiça e com os valores da cidadania. A sua postura de vida sempre escorreita, seu sólido saber jurídico e seu humanismo nos dão a certeza, eminente Desembargadora, que o Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região recebe uma grande magistrada.
Por suas qualidades pessoais, seus então companheiros de travessia a escolhemos.
Ao encerrar, ao olhar sua história de vida e os caminhos que a trouxeram do Recife a Vitória não posso deixar de lembrar o ensinamento de um mestre que nos foi comum, não posso deixar de lembrar João Batista Herkenhoff, afirmando a crença em valores que você, desde os tempos de Universidade, sempre proclamou e soube manter:
“Aquilo em que creio é na força do povo organizado. No desmantelamento dos mecanismos que geram e sustentam a dependência econômica de povos e classes. No ocaso da justiça de classe e no advento da Justiça do povo. Na demolição da lei que escraviza e no alvorecer do Direito que iguala todos os homens. Na libertação do ser humano, na ontológica realização de seu destino.”
Parabéns Desembargadora. Parabéns, Ana Paula.
Fonte: OAB/ES
