Em parecer enviado à 14ª Vara da Justiça Federal, o Ministério Público Federal (MPF) em Patos (PB) opinou pelo indeferimento de pedido de revogação de prisão preventiva apresentado pelo investigado Zaherr Azizi. Atualmente foragido, Azizi é um dos responsáveis pelo comércio internacional das turmalinas paraíba, extraídas ilegalmente nas minas da empresa Parazul, no distrito de São José da Batalha, município de Salgadinho (PB), no Cariri paraibano, a 170 km da capital. Para o MPF, as razões que o foragido apresentou não são capazes de invalidar os fundamentos que levaram a Justiça a decretar a prisão cautelar.
O Ministério Público ressaltou que a situação jurídica de Zaherr Azizi é completamente diversa da situação dos demais réus do caso, razão pela qual entende que não deve haver extensão do benefício concedido pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região aos outros réus. “Frise-se que sequer há comprovação do endereço em que reside o requerente”, destacou o MPF no parecer.
Tentáculo internacional – De nacionalidade afegã, Azizi aparece nas investigações como um dos sócios ocultos da empresa Mineração Terra Branca, juntamente com Sebastião Lourenço e João Salvador. É o tentáculo da organização criminosa na Ásia, mais precisamente na Tailândia, sendo um dos responsáveis pela comercialização, no exterior, das turmalinas paraíba extraídas ilegalmente nas minas da mineradora Parazul.
Segundo informações apresentadas por embaixadas brasileiras no exterior, pesariam, ainda, sobre Zaheer Azizi e seus familiares, fundadas suspeitas da prática de vários crimes. Mais informações levantadas no curso da investigação revelam que Azizi também seria responsável pelas empresas Azizi Trading Corporations, situada em Peshawar, Paquistão; Hamid Azizi Construction, em Kabul, Afeganistão; Azuga Mining Company, na Nigéria; e Azizi Enterprises, no Tajiquistão.
Como o foragido não mora no Brasil, a Justiça Federal autorizou a propagação da ordem de prisão preventiva no canal de difusão vermelha da Interpol.
Operação Sete Chaves – Em junho de 2015, o MPF denunciou sete pessoas envolvidas na exploração ilegal da turmalina paraíba em São José da Batalha. Os réus são acusados dos crimes de usurpação de matéria-prima pertencente à União, exploração de minério sem licença ambiental, organização criminosa com emprego de arma de fogo e por tentáculos internacionais. O esquema criminoso foi desarticulado durante a Operação Sete Chaves, deflagrada em 27 de maio de 2015, após intenso trabalho investigativo.
* Processo n.º 0000135-34.2015.4.05.8205
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Fonte: MPF