O professor Gil Giardelli, um dos maiores especialistas brasileiros em cultura digital, proferiu palestra inaugural do II Encontro dos Profissionais da Informação da Justiça Federal, nesta quarta-feira (20/11), no auditório do Conselho da Justiça Federal (CJF). Durante a sua apresentação, sobre a Gestão do Conhecimento como Fonte de Inovação, ele expôs vídeos e citou cases de sucesso de empresas que fazem excelentes trabalhos de gestão do conhecimento. Giardelli explicou que o mundo atual vive uma transformação em que a Era da Informação dará lugar à Era do Conhecimento. “O grande desafio hoje é como transformar esse tsunami de informação em conhecimento e ainda catalogar tudo. O que vai ser produzido em 2014 será 133 vezes maior do que foi produzido nas últimas três décadas, que é conhecida como a Era da Informação. Por isso, nunca se precisou tanto de profissionais como vocês para filtrar e interpretar esse novo conceito semântico”, falou .
Gil Giardelli explicou que, de acordo com o Comitê Gestor da Internet Mundial, 91 % do conteúdo da web em 2014 será de vídeos de vários segmentos. “Nunca o nosso país precisou de tanta integração”. O Brasil, segundo o professor, ainda não despertou para a mudança que pode acontecer com a utilização desse tipo de ferramenta tecnológica, pois muitos governos atuais monitoram tudo o que é feito nas redes sociais. Para ele, já está mais do que na hora nascer uma geração de produtores em vez de consumidores, que é o que mais existe hoje. “Precisamos de pessoas que vão produzir conteúdo, que vão realmente mudar a situação atual”, apontou.
O grande embate hoje da sociedade brasileira, de acordo com Giardelli, está entre o consumo e a educação de alto impacto. “Quem escutar com o ouvido sociológico sobre o “funk da ostentação”, verá que é perigosíssimo. Ele diz assim: ‘fique rico não importa como, pode ser até é ilicitamente que você vai ter tudo’. Por isso, nós precisamos de educação de alto impacto, necessitamos de profissionais de conteúdo de biblioteconomia que possam fazer essa transição”, disse.
Ele contou, ainda, que várias empresas de gestão do conhecimento foram à Faculdade de Biblioteconomia da Universidade de São Paulo e não acharam profissionais preparados para essa educação de alto impacto. “Precisamos fazer uma transição entre a sociedade do consumo e a sociedade do conhecimento, baseada na educação, no empreendedorismo e na evolução”, assentou Giardelli.
O especialista citou uma pesquisa feita por ele, mas que foi encomenda pelo Banco Mundial, a qual constatou que cerca de 8 milhões de pessoas se enquadram na geração “nem nem”. Isto é, nem trabalha nem estuda e nem procura emprego. E, segundo ele, não são somente pessoas das classes emergentes que não estão fazendo nada, mas também da classe alta.
Para finalizar, o especialista em cultura digital falou que é necessário que haja mudanças. “Não dá mais para competirmos uns com os outros, tem que haver cooperação. Sonhos são as matérias primas do século XXI, sonhar grande ou sonhar pequeno está dando o mesmo trabalho”, opinou. Para ele, o século XXI deverá ser o século de pessoas livres, éticas e voluntariamente justas e isso servirá para tudo, para a casa, para a escola e para as relações pessoais.
O evento, que é uma iniciativa do Centro de Estudos Judiciários do CJF (CEJ/CJF), acontecerá até o dia 22 de novembro. Na ocasião, os participantes terão a oportunidade de compartilhar recursos, serviços e informações, bem como, propor a atualização da base de dados bibliográfica e o desenvolvimento de ações de gestão do conhecimento e da informação. Além disso, o intuito é que o encontro auxilie no planejamento e na execução das metas propostas para a área da Informação, na Justiça Federal, no biênio de 2014-2016.
Fonte: CJF
Fonte: CJF