Morena Pinheiro – Enviada especialVitória (ES) – O papel do Juiz e o do psicanalista foram amplamente discutidos no segundo período do IV Curso de Jurisdição e Psicanálise da ENM. O tema foi apresentado por dois especialistas para mais de 30 Magistrados que estão, em Vitória, no Espírito Santo participando da capacitação.Dentro da proposta inicial do curso que é abordar a questão da droga e fazendo uma análise da ação do Judiciário e os estudos da psicanálise, o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Jacinto Nelson Miranda lembrou a necessidade de entender como está pautada essa discussão hoje no Brasil. “É imprescindível ter claro quem é a favor da legalização das drogas, quem é a favor da repressão. E saber isso não é para tomar partido, mas para que a decisão do Juiz tenha como objetivo o resgate do dependente químico”.O professor finalizou fazendo uma ponderação a respeito da limitação do trabalho do Magistrado. “O que o campo da psicanálise oferece ilumina o modo de pensar as coisas, mas o Juiz não é um psicanalista, não cabe a ele tentar determinar os rumos que aquilo vai seguir”, afirmou.O segundo palestrante, desta quinta-feira, foi Cyro Marcos da Silva psicanalista, ex- Promotor de Justiça e Juiz de Direito. Cyro falou da diferença do que se julga e do que se trata quando o assunto é drogas. Para o professor que já exerceu a Magistratura e, hoje, atua como psicanalista “o conhecimento além do direito pode nortear melhor o Juiz nos momentos de dificuldades tanto em seu trabalho fora dele”.
Fonte: AMB