Costão do Santinho (SC) – Democratizar o conceito de Justiça por meio da educação. Essa é uma das premissas do projeto Cidadania e Justiça também se aprendem na escola lançado, nesta quarta-feira (23), na rede municipal de ensino de Florianópolis (SC). O trabalho foi apresentado a cerca de 60 estudantes da Escola Básica Municipal Maria Tomázia Coelho, que tiveram a possibilidade de desmitificar o papel do Juiz como garantidor de democracia e conhecer um pouco mais sobre os direitos e deveres de todo cidadão.A comitiva formada pelo Secretário-Geral da AMB, Thiago Elias Massad, pela Diretora-Adjunta da Secretaria da Mulher Magistrada da Associação, Gisele Oliveira, e pelo Juiz Rodrigo Curvo, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), foi recebida pela Diretora da escola, Liziane Díaz Farias, pelo Assessor da Secretaria de Educação de Florianópolis, Pedro Rodrigues da Silva, e pelo Gerente Pedagógico do Ensino Fundamental de Florianópolis, Vânio Seemann. O estabelecimento de ensino atende a quase 650 estudantes do Ensino Fundamental, com idade entre 6 e 14 anos.Na sequência, os Magistrados participaram de um bate-papo com os alunos da 5ª série do Ensino Fundamental. De forma didática, os Juízes explicaram o papel da Justiça e o trabalho dos Magistrados em assegurar o cumprimento das leis e, principalmente, na preservação dos direitos e deveres de todo cidadão.O Secretário-Geral da AMB apresentou o projeto aos estudantes e ressaltou a importância do debate dentro da sala de aula. “Esse é um dos projetos mais gratificantes desenvolvidos pela AMB. Por meio desse trabalho, enxergamos a concretude de nossa função”, afirmou Thiago Massad, que explicou o sentido de Justiça de forma prática, utilizando exemplos que fazem parte do dia a dia das crianças.Em seguida, o Juiz do TJMT Rodrigo Curvo abordou o papel da Constituição e como as regras são aplicadas. Para o Magistrado, o diálogo a partir do trabalho desenvolvido pela AMB permite um contato mais íntimo entre os jovens cidadãos e o Judiciário, tornando-os multiplicadores de boas práticas.“Por meio dessas conversas, as crianças tornam-se multiplicadoras das noções básicas de Justiça e de cidadania que difundimos por meio do programa. Mas, sobretudo, elas aprendem que Juiz não é somente aquele que prende, mas aquele que colabora para que a sociedade tenha uma organização e uma vida melhor”, afirmou.A Diretora da AMB encerrou o debate reforçando o papel da criança como interlocutora dentro de suas casas e de sua comunidade. “O Cidadania e Justiça transmite lições de respeito e de igualdade aos estudantes, que compreendem qual o real papel do Judiciário. Com isso, elas passam a disseminar seus conhecimentos as suas famílias, impactando diretamente nas decisões dos pais, como por exemplo, no processo de escolha dos novos políticos, conforme experiência do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES)”, ponderou.Sanando as dúvidasParticipativos, os estudantes aproveitaram a visita para sanar inúmeras dúvidas que começavam com a cor da roupa utilizada pelos Magistrados, além de ajudarem a construir uma resposta para a pergunta mais frequente às aulas do programa, “o que faz um Juiz?”. Com uma sinceridade peculiar a crianças com idade entre 10 e 11 anos, os alunos manifestaram suas impressões sobre a Justiça e demostraram curiosidade sobre as leis que regem o país.Para Athos Mesquita de Langn, a conversa o ajudou a compreender um pouco mais os seus direitos e deveres. “Aprendi muitas coisas que vou poder contar em minha casa”, afirmou o estudante de 10 anos, que pretende ser bombeiro.A iniciativa foi elogiada pela Diretora da escola, professora Liziane Díaz Farias. “O projeto traz esclarecimentos em relação aos três Poderes e acaba diminuindo esse distanciamento que as crianças acham que existe entre elas e o Judiciário. Por meio desse diálogo, elas compreendem que a Justiça se aplica em qualquer instância, seja em casa, na escola e no decorrer de toda sua vida”, avaliou.Opinião compartilhada com o Gerente de Ensino, Vânio Seemann. “Projetos dessa natureza podem contribuir para que possamos qualificar o processo de formação cidadã de nossos estudantes e, sobretudo, fortalecer ações em favor da Justiça social”, disse.Desenvolvido desde 1992, o “Cidadania e Justiça também se aprendem na escola” será realizado em Florianópolis em parceria com o município. De acordo com o Assessor da Secretaria de Educação, Pedro Rodrigues, o projeto será difundido a toda rede de ensino. “A Secretaria de Educação de Florianópolis já criou todas as condições para que esse trabalho seja desenvolvido em todas as escolas da rede municipal. Iniciamos as atividades em duas unidades, mas já produzimos cartilhas, em parceria com a AMB, para distribuir para todos os estudantes do 5º ano”, afirmou.Nesta quinta-feira, às 10h, o programa será oficialmente lançado pelo Presidente da AMB, Nelson Calandra, pelo Diretor-Presidente da Escola Nacional da Magistratura (ENM), Roberto Bacellar, e pela Secretária-Adjunta de Estado de Educação, Elza Maria Moretto, na escola Estadual Intendente José Fernandes que fica no bairro dos Ingleses. Outra escola que também vai receber o projeto é a Estadual de Muquem localizada no bairro São João do Rio Vermelho.
Fonte: AMB