Marcos Guimarães emprega as cores como poucos, além de possuir uma gama cromática própria. Sua paleta variada tem um frescor particular, que suaviza o rigor da composição e contribui, no seu esplendor insólito, ao poder de evocação da obra.
Os efeitos dos seus azuis, ao mesmo tempo intensos e suaves, são de uma grande pureza. O artista não hesita a contrastá-los com tons alaranjados ou marrons vivos. O azul do céu e do ar joga com os verdes das árvores, das folhagens, dos campos, dos riachos e dos musgos — verde escuro, verde amarelo, verde marrom, verde roxo, verde cinza, …
Nessa harmonia de azul, verde e branco, suas obras são impregnadas de uma poesia constante, poesia que não é estranha ao mistério, mas reúne discrição, “finesse” e silêncio.
Por outro lado, o tratamento do espaço na pintura de Marcos Guimarães se desenvolve a partir de uma construção sólida dos planos. A oposição dos planos horizontais e dos verticais permitem melhor defini-lo. A utilização da luz participa diretamente a essa concepção rigorosa do escalonamento desses mesmos planos.
Fazer sentir o ar que banha as formas e as distâncias no espaço sempre foi uma das tentativas dos pintores franceses de época. O resultado na obra desse pintor é de uma atmosfera límpida com efeitos luminosos, doces e frios. As relações de sombra e de luz, perfeitamente nítidas, permitem separar e delimitar os diferentes planos.
Como bem observa-se no quadro “Rio Atibaia”, doado ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, Marcos Guimarães manifesta um gosto especial pelas cores claras e cantantes, onde a pureza de um “metier” extremamente bem cuidado se impregna de lirismo discreto, de charme e de bem-estar.
O Artista
Marcos Antônio Queiroz Guimarães nasceu em Campinas, em 1959. Iniciou seus trabalhos com pintura em 1974. Três anos mais tarde, conheceu o mestre Aldo Cardarelli, de quem recebeu orientação sobre pintura paisagística. Em 1983, formou-se em Ciências Econômicas pela Unicamp. Nesse mesmo ano passou a intensificar a pesquisa da técnica a óleo e mergulhou em seu mundo de introspeção, isolando-se do meio artístico e criando sua própria linguagem pictórica.
Em 1989, cursou desenho clássico com o professor Álvaro de Bautista. No ano seguinte, optou por uma dedicação total à pintura e partiu para Firenze, Itália, onde cursou desenho e pintura no Palácio Spinelli. Teve aulas também com o professor Leonardo Passeri, restaurador oficial do governo italiano.
Participou de diversas exposições individuais e coletivas, ressaltando-se: XXIX Salão de Belas Artes de Piracicaba (1980); Academia Paulista de Belas Artes (1982); Prêmio Pirelli Jovem Pintor – MASP; Academia Internacional de Arte Moderna de Roma (1991); 20ª Mostra de Artes Plásticas, Senac; Semana do Meio Ambiente – Prefeitura Municipal de Valinhos (1993); Arte do Momento – Centro Social Gessy-Lever, Valinhos; Universidade Regional de Blumenau, Santa Catarina; Galeria Latino Americana, Casa de Lãs Américas, Havana, Cuba; Arte do Momento II – Instituto Michuacano de Cultura, Morelia, México (1994); Simpósio Internacional de L´Estriade, Gramby, Canadá (1997); I Simpósio Internacional de Escultura Monumental de Ecatepec, México (1998); Arphos Pub Espaço Bar, Firenze, Itália; L´Egoista Discotec, Arezzo, Itália (1999); Espaço Cultural Hansen do Brasil; Espaço Cultural 3M do Brasil (2000); e III Panorama das Artes Visuais de Valinhos (2001).
Possui várias obras em acervos oficiais e particulares no Brasil e no exterior (Itália, Alemanha, Estados Unidos, Cuba, República Dominicana, Argentina, Israel, México e Canadá).
CLIQUE AQUI PARA FAZER DOWNLOAD DA FOTO ACIMA
Fonte: AL/SP