A Frente Parlamentar em Apoio às Ferrovias do RS, coordenada pelo deputado Raul Carrion PCdoB, realiza nesta sexta-feira (08), às 14 horas na sala Adão Pretto da Assembleia audiência pública para debater a Implementação da Ferrovia Norte-Sul e seus Impactos Econômicos e Sociais na região Sul. Participaram do encontro, que fecha um ciclo de nove audiências no Interior do Estado, representantes dos governos federal e estadual, das empresas responsáveis pelos projetos, prefeitos, vereadores e empresários.
Equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., e Departamento do Fundo da Marinha Mercante (DFMM) confirmaram presença ao debate. Em conjunto com as Comissões de Assuntos Municipais e de Economia e Desenvolvimento Sustentável, a Frente realizou uma série de nove audiências públicas nas diversas regiões do Estado para debater a situação do transporte ferroviário, em especial a concretização da extensão da Ferrovia Norte-Sul desde de Panorama, São Paulo, até a cidade de Rio Grande, no nosso Estado.
No Rio Grande do Sul, 85% de malha é rodoviária e apenas 8%, ferroviária. A expectativa é que exista a reversão destes números com os projetos. De São Paulo a Rio Grande, no extremo Sul do Estado, serão construídos 1.800 km de ferrovias. A obra está orçada em R$ 13 bilhões.
Histórico
Em 2011, os governadores do Codeul (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul), diante da informação que o Ferrovia Norte-Sul concluiria na cidade de Panorama/SP, mobilizaram-se junto ao governo federal para garantir o projeto original, até o Porto de Rio Grande. Obtiveram, então, o compromisso da presidenta Dilma Rousseff de incluir essa obra no PAC.
O traçado inicialmente previsto iniciaria em Panorama/SP, cruzaria o oeste paranaense, passaria por Chapecó/SC, adentraria no Rio Grande do Sul pela região de Erechim, passando pelos municípios de Passo Fundo/Carazinho, Vale do Taquari (Estrela/Lajeado), Vale do Rio Pardo (Santa Cruz), daí flexionando para leste, passando por General Luz e Pelotas, para finalizar no porto de Rio Grande.
Fruto da mobilização desses quatro Estados – da qual a nossa Frente foi protagonista – começou a ser preparada uma licitação para a elaboração do Estudo de Viabilidade Técnica, Ambiental e Econômica do tramo Sul da Ferrovia NORTE-SUL. Porém, problemas surgidos no Ministério dos Transportes atrasaram essa licitação, que só veio a ser efetivada no início de 2012. Em meados de 2012, quando faltavam poucos dias para a abertura das propostas para a referida licitação, a presidenta Dilma anunciou seu Programa de Investimentos em Logística (PIL1), com fortes investimentos em ferrovias, utilizando PPPs, contemplando entre outras a ligação ferroviária entre a cidade de São Paulo e o porto de Rio Grande, passando por Mafra, Lages, Porto Alegre e Pelotas.
A proposta dessa nova ferrovia – cujo trajeto é próximo ao litoral e coincidente com os ramais já concedidos à ALL (em boa parte desativados), levantou grandes dúvidas quanto à continuidade do projeto, de prolongamento da Ferrovia Norte-Sul até Rio Grande – unindo as áreas de produção agropecuária e agroindustrial ao Porto, ali existente. Mas o projeto segue na fase de estudo de viabilidade e há contrato assinado com a STE, empresa vencedora, para realizá-lo.
Carrion espera que ocorram, na reunião de fechamento do trabalho deste ano da Frente, debates sobre o traçado das ferrovias e sejam apresentadas novidades sobre os projetos.
Fonte: AL/RS