A tecnologia vale mais que o intelecto?

Temos visto no judiciário e OAB um debate no mínimo curioso e interessante: Se o Google Adwords (busca por palavra chave paga no buscador Google) pode ser ou não usada por advogados, caracterizando ou não infração ética.

Se de um lado o judiciário definiu em decisão de primeira instância que o advogado não poderia usar e noutra decisão federal que não cabe ao judiciário definir tal prerrogativa posto que pertence exclusivamente a OAB esta definição, o cerne do debate penso ser bem mais amplo do que este.

O Google Adwords nada mais é que uma forma que o Google como empresa tem para se manter ativo e ganhar dinheiro, pois as pessoas pagam para que quem pesquisar por determinadas palavras chaves (como advogado em xx cidade, por exemplo) ache o escritório que pagou em primeiro lugar na pesquisa, com o destaque da busca com o nome “ Patrocinado”.

Ou seja, trata-se de uma tecnologia para ampliar a possibilidade de pessoas acharem o seu negócio, pagando por cada pessoa que clicar no link. E isto realmente traz a clientela?

Estaríamos dizendo que o cliente irá contratar um escritório simplesmente por ver um anúncio sem sequer ver o contexto do seu trabalho? Será que realmente a tecnologia faz esta diferença gigante que estamos propondo?

Penso que ela agrega valor, entretanto, é através de artigos, vídeos, conteúdo rico e produtivo que um profissional consegue se destacar. Ser localizado pelo Google ou pelo Google Adwords é apenas uma ferramenta institucional, reforço de marca e agrega valor se o site e o profissional realmente tiverem valor para ser agregado.

Tanto assim o é que o Código de Ética e várias decisões pelos Tribunais de Ética pelo país permitem o uso do Google Adwords, sendo decisões contrárias minoritárias e isoladas.

Precisamos focar no que realmente importa: Nosso destaque frente a tecnologia é o nosso intelecto, o nosso pensar e não a tecnologia em si. Tecnologia, assim como a advocacia, é meio e não fim.

Vamos valorizar nosso conteúdo e não apenas a nossa roupagem. A própria sociedade agradece!

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