The teacher’s Saint
La Santa de los maestros
Benigno Núñez Novo[1]
RESUMO: Este artigo tem por objetivo de forma sucinta fazer uma análise histórica sobre santa Teresa de Ávila, freira carmelita, mística e santa católica do século XVI, importante por suas obras sobre a vida contemplativa e espiritual.
PALAVRAS-CHAVE: Santa; Teresa; Ávila.
ABSTRACT: This article aims to succinctly make a historical analysis of Saint Teresa of Avila, a Carmelite nun, mystic and Catholic saint of the 16th century, important for her works on the contemplative and spiritual life.
KEYWORDS: Santa; Teresa; The village.
RESUMEN: Este artículo pretende hacer un breve análisis histórico de santa Teresa de Ávila, monja carmelita, santa mística y católica del siglo XVI, importante por sus obras sobre la vida contemplativa y espiritual.
PALABRAS CLAVE: Santa; Teresa; Avila.
INTRODUÇÃO
Santa Teresa D’Ávila, também conhecida como Santa Teresa de Jesus nasceu em Ávila, na Espanha, em 28 de marco de 1515 e faleceu em Alba, também na Espanha, em 4 de outubro de 1582. Foi uma freira carmelita, mística e santa católica do século XVI, importante por suas obras sobre a vida contemplativa e espiritual.
Pedagoga de excelência no caminho da oração e da espiritualidade é padroeira dos professores por conta da sua maestria em lidar com as pessoas para auxiliá-las no caminho rumo a Deus. No dia 27 de setembro de 1970 o Papa Paulo VI reconheceu-lhe o título de Doutora da Igreja. Sua festa litúrgica é no dia 15 de outubro. Santa Teresa de Ávila é considerada um dos maiores gênios que a humanidade já produziu.
DESENVOLVIMENTO
Teresa de Cepeda y Ahumada nasceu no dia 28 de março de 1515, em uma nobre família de Ávila, na Espanha, filha de Alonso Sánchez de Cepeda e Beatriz de Ahumada. Teve educação esmerada e muito cuidada pelos pais. Gostava de ler histórias de santos, chegando a fugir de casa com seu irmão para dar a vida por Cristo tentando evangelizar os mouros. Sua mãe faleceu quando Tereza tinha 14 anos. Então, seu pai a levou para estudar no Convento das Agostinianas de Ávila. Aos 20 anos, decidiu-se pela vida religiosa, apesar da resistência de seu pai.
Acredita-se que ela tenha contraído malária, e a doença fez com que ela ficasse em casa por três anos. Durante esse longo período, para suportar as dores e o sofrimento da doença, a jovem Teresa se dedicou a ler algumas obras cristãs, como “O Terceiro Alfabeto Espiritual”, do padre espanhol Francisco de Osuna.
O livro não era muito diferente de outras obras medievais espanholas, que falavam sobre a espiritualidade. O livro ensinava a fazer exercícios de contemplação interior, ou seja, técnicas que eram conhecidas na época como orações mentais. Na obra, também havia instruções para exames de consciência, avaliações e reflexões sobre os próprios atos.
Seguindo essas práticas, a jovem noviça finalmente conseguiu se recuperar da doença. Assim, depois de três anos que ela havia interrompido seus estudos no convento, Teresa voltou ao carmelo para assumir o hábito.
Após 25 anos no Carmelo pede permissão ao provincial, padre Gregório Fernandez para fundar novas casas, com uma vida mais austera e com menos irmãs, visto que onde ela morava haviam mais de 200 freiras. Apesar de a maioria ter ido contra, Santa Teresa continuou com sua missão fundando várias casas, com o apoio de dois frades carmelitas, o superior Antonio de Jesus de Heredia, e Juan de Yepes, (São João da Cruz).
Conseguiu depois de muita luta a autorização de Roma para separar a ordem das carmelitas descalças, (por usarem roupas rasgadas e sandálias ao invés de sapatos e hábitos), das carmelitas calçadas, ordem a que pertenciam. Deixou para São João da Cruz a missão de continuar fundando novos conventos, escrevendo também a pedido de Santa Teresa, as regras para os mosteiros masculinos.
Realizou uma grande reforma na Ordem das Carmelitas Descalças. Fundou vários conventos, (32 mosteiros, 17 femininos e 15 masculinos), com uma rígida forma de vida, trabalho e silêncio. Santa Teresa foi considerada muito inteligente, e deixou várias obras escritas, como o Livro da Vida, o Caminho da Perfeição, Moradas e Fundações entre outros.
Com uma forte doutrina que dirige a alma até uma espiritualidade com Deus, no centro do Castelo Interior, com base na espiritualidade carmelita, que são os quatro degraus da oração: o recolhimento, a quietação, a união e o arrebatamento.
Um anjo transpassou seu coração com uma seta de fogo, fato este que é comemorado pelo Carmelo com a festa da Transverberação do coração de Santa Teresa, no dia 27 de agosto. Tinha o dom de predizer o futuro e de ler as consciências das pessoas.
Das obras de Santa Teresa D’Ávila, a grande doutora da Igreja, o “Caminho de Perfeição” é que mais pode auxiliar de forma prática aqueles que querem iniciar a vida de oração.
A bibliografia de Teresa tem início com o “Livro da Vida”, um registro autobiográfico, em que a santa revela os fenômenos místicos com que foi agraciada por Deus. Esta obra foi censurada pela Inquisição Espanhola, que não desejava que as carmelitas tivessem acesso a tais informações. Portanto, o “Caminho de Perfeição” era o primeiro escrito de Teresa que as monjas liam.
Tomando por base os estudos históricos e a sua própria autobiografia, sabemos que Teresa D’Ávila nasceu em uma família de origem judaica que, porém, fazia questão de esconder sua conversão ao catolicismo. Seus pais eram virtuosos e sua mãe faleceu logo cedo.
Ela gostava também de meditar sobre a vida eterna, com seu irmão Rodrigo. A ideia da eternidade entusiasmou de tal forma as duas crianças que elas decidiram fugir de Ávila e entregar-se aos mouros para serem degolados como mártires. Chegaram, porém, tão somente ao portão da cidade, onde foram encontrados pelo tio e levados de volta à casa paterna. Esse episódio mostra que ela teve uma infância acalentada por ideais religiosos.
Teresa, no entanto, adquiriu de sua mãe o mau hábito de ler livros de romance. Com isso, ficou vaidosa e acabou se envolvendo em namoricos com um primo. Quando o pai descobriu, não titubeou, colocou-a num convento de agostinianas, o que lhe serviu de correção.
No convento, conheceu uma monja que, instigando-a a récita do Santo Terço, lhe ensinou a rezar novamente e fez renascer nela o ardor perdido na adolescência, a ponto de Teresa considerar a possibilidade de entrar na vida religiosa.
Todavia, a santa tinha certa aversão à ideia de ir definitivamente para o convento e ainda desejava casar-se. Decidiu-se pela vida religiosa quando raciocinou que seu desejo maior era ir para o céu e que o melhor modo de isso ocorrer era se tornando monja.
O “Livro da Vida” havia sido censurado pela Inquisição, como já foi dito, pois o Santo Ofício não queria que as monjas tivessem conhecimento dos fenômenos místicos da Santa Madre, para não incentivá-las. Assim, o primeiro manuscrito do “Caminho de Perfeição” foi escrito para as primeiras doze monjas do Carmelo de São José, num estilo muito tranquilo, bonito, familiar e desenvolto, porque ela tinha certeza de que não sairia dali. Ela chamava o “Livro da Vida” de “o livro” e o “Caminho de Perfeição” de “livrinho”.
O Carmelo de São José “floresceu” em novas fundações. E Santa Teresa, prudente que era, entregou o livrinho para um frei dominicano seu amigo e que também era inquisidor. Ele censurou e melhorou o livro, de modo que Santa Teresa o reescreveu. Embora haja duas versões do livro, a mais comum é a chamada “oficial”, pois foi revisada e reescrita pela própria santa.
O livro pode ser dividido, grosso modo, em três partes. Nos capítulos 1 e 3, a santa dá a identidade das carmelitas, a finalidade do Carmelo São José. Depois ela fala sobre as virtudes necessárias para viver a vida de oração e, finalmente, a vida de oração propriamente dita, onde ela, mui livremente, comenta o Pai Nosso.
Santa Teresa não se sentia poeta, nem achava que escrevia com o intelecto ou, para usar a palavra que ela usa, com o “entendimento”. Ela percebia que escrevia com o sentimento, com a alma e com o corpo. Sobre isto se costuma citar o texto de Teresa no qual ela diz que conhece uma pessoa que não sendo poeta, podia escrever versos (coplas) com muito sentimento e expressar bem seu penar. É claro que essa pessoa é ela, Teresa (Conferir: Libro de La Vida, 16,3). Sua inspiração poética vinha do amor que Teresa sentia por Deus. Era embriaguez e êxtases. Transe e ímpeto. Ela tinha um dom natural para a poesia, ou melhor, dito, para o poético.
Por isso na sua poesia não mostra muita preocupação com aspetos formais ou acadêmicos. Isto vale também para a prosa. Seus textos são espontâneos, singelos, simples. Marcelino Menéndez y Pelayo (1856-1912) em seu conhecido e citado artigo “De la poesía mística”, escreveu que todos os místicos espanhóis são poetas, mesmo escrevendo em prosa. E que em Santa Teresa esta característica é mais forte que em outros.
As estrofes que servem de cabeçalho aos poemas de Teresa, que se repetem durante o poema, são os de melhor qualidade poética. Especialmente porque ficam em nossa memória e os podemos repetir sempre. Por isso são também as partes mais famosas. O grande exemplo disto é “Vivo sin vivir en mi”.
Doutora Teresa igualmente aos outros místicos espanhóis escreveu parte de seu pensamento em poesia. Esta poesia carece de beleza formal, porém está cheia de um ímpeto amoroso que ninguém na Espanha conseguiu igualar.
Os motivos que a levam a escrever são motivos religiosos. Canções de natal, canções para as diferentes datas do ano litúrgico, “villancicos”. Muitas vezes ela escreveu para animar suas irmãs freiras, ou para alegrá-las.
A alegria, embora sempre sob um fundo de tristeza, era uma de suas características, e possivelmente, muitas de suas poesias, que eram letras de canções, tinham por finalidade passar para as outras freiras essa alegria. Lamentavelmente quase toda sua obra poética hoje está perdida.
Oito anos antes de morrer, foi lhe revelado a hora de sua morte, aumentando mais ainda o seu amor a Deus e as orações. Santa Teresa morreu no dia 4 de outubro de 1582, com 67 anos.
Depois de uma viagem para encontrar com a Duquesa Maria Henriques, ficou por três dias de cama, pois estava bem debilitada, e disse a Beata Ana de São Bartolomeu : “Finalmente, minha filha, chegou a hora da minha morte.” E na hora de sua morte ela disse: “Oh, senhor, por fim chegou a hora de nos vermos face a face.”
Foi sepultada em Alba de Tormes, onde estão suas relíquias. Depois de sua morte e até os dias de hoje, seu corpo exala um perfume de rosas, e se conserva intacto, (incorruptível). Seu coração conservado em um relicário, em Alba, na igreja das Carmelitas, tem uma profunda ferida, de quando foi marcado pelo anjo.
Em 1622, quarenta anos depois de sua morte, Teresa foi canonizada por Gregório XV. Cinco anos antes, as Cortes Generales já haviam escolhido Teresa como padroeira da Espanha ao mesmo tempo em que a Universidade de Salamanca conferiu-lhe o diploma de Doctor ecclesiae. Este título, que significa “doutor da Igreja”, é diferente da honraria papal de “Doutor da Igreja”, que é sempre conferido postumamente e que foi finalmente agraciado a Teresa pelo papa Paulo VI em 27 de dezembro de 1970, a mesma data que Santa Catarina de Siena recebeu o título que fez das duas as primeiras doutoras da história da Igreja Católica.
Oração
“Nada te perturbe, nada te amedronte, tudo passa, a paciência tudo alcança.
A quem tem Deus nada falta. Só Deus basta.”
Ó Santa Teresa de Jesus, vós sóis a mestra da genuína oração e nos ensinais a rezar conversando com Deus, Pai Filho e Espírito Santo.
Ó Santa Teresa, ajudai-nos a rezar com fé e confiança, sem nunca duvidar da bondade divina.
Ajudai-nos a rezar com inteira conformidade de vossa vontade com a vontade de Deus, com insistente perseverança até alcançarmos aquilo que necessitamos.
Ó Santa Teresa, fazei-nos fiéis a nossa oração da manhã e da noite, e a transformar em oração o cumprimento de nossas tarefas de cada dia.
Que a oração seja para nós a porta de nossa conversão e santificação, a chave de ouro que nos abrirá as portas do Céu. Amém.
Santa Tereza de Jesus, Rogai por nós.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O grande legado à Igreja dessa Santa mística foi à reforma do Carmelo e sua contribuição para a experiência metódica da oração pessoal na busca de uma intimidade maior com Deus. Ela foi à fundadora do primeiro convento das Carmelitas Descalças, em Ávila (Espanha), mas em toda a sua vida fundou 32 mosteiros. Santa Teresa foi reconhecida pelo Papa Paulo VI, em 1970, como Doutora da Igreja, e foi a primeira mulher a receber este título, pelas suas profundas obras.
Para Santa Teresa, a amizade com Deus é semelhante à amizade com os homens, de modo que não é possível separar uma da outra. Ser amigo de Deus é viver constantemente em um relacionamento de amor e diálogo, a oração.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Mario Méndez Bejarano (1857-1931). Historia de la filosofía en España hasta el siglo XX, [1927] Biblioteca Filosofía en español, Oviedo 2000.
Santa Teresa de Jesús. Libro de la Vida. In: Obras Completas de Santa Teresa, Madrid, Biblioteca de Autores Cristianos, 1979.
[1] Pós-doutorando em direitos humanos, direitos sociais e direitos difusos pela Universidad de Salamanca, doutor em direito internacional pela Universidad Autónoma de Asunción, mestre em ciências da educação pela Universidad Autónoma de Asunción, especialista em educação: área de concentração: ensino pela Faculdade Piauiense e bacharel em direito pela Universidade Estadual da Paraíba. E-mail: benignonovo@hotmail.com