Produção industrial cresce 0,4% em outubro
Em outubro de 2010, a produção industrial cresceu 0,4% na comparação com o mês anterior, na série livre de influências sazonais, após dois meses praticamente estável (-0,1% em agosto e 0,1% em setembro). Em relação a outubro de 2009, houve avanço de 2,1%, desacelerando o ritmo de alta frente aos resultados anteriores. Já o acumulado nos primeiros 10 meses do ano ficou em 11,8%, mesmo índice da taxa anualizada (acumulado nos últimos 12 meses), que manteve a trajetória ascendente iniciada em outubro do ano passado e alcançou a taxa mais elevada da série histórica.
Entre os ramos, 12 registram alta e 15 queda
O resultado positivo (0,4%) da atividade industrial entre setembro e outubro teve 12 ramos em crescimento e 15 em queda de produção. Entre os que avançaram, os principais impactos vieram de farmacêutica (4,9%), outros produtos químicos (2,9%), veículos automotores (1,6%), produtos de metal (5,3%), metalurgia básica (2,7%) e outros equipamentos de transporte (6,0%). Com exceção da indústria farmacêutica, com dois meses seguidos de crescimento, os demais setores registraram recuos frente a setembro: –1,5%, –0,8%, –4,2%, –2,4% e –1,9%, respectivamente.
Já entre as atividades com resultados negativos, o maior impacto para a média global veio de edição e impressão (–12,2%), que devolveu parte da expansão ocorrida em setembro (17,0%), seguido por alimentos (–2,1%), indústrias extrativas (–2,5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–3,7%) e têxtil (–3,1%).
Entre as categorias de uso, na comparação outubro/setembro, apenas bens de consumo duráveis (2,8%) registro alta, após ter recuado (–1,0%) em setembro. As demais categorias registraram quedas: bens intermediários e bens de consumo semi e não duráveis (ambos com quedas de –0,1%) e bens de capital (–0,2%). Nos últimos três meses, bens de capital e bens intermediários acumularam, respectivamente, perdas de 2,8% e de 1,6%, enquanto bens de consumo semi e não duráveis foi o único a ter registrado alta (1,5%) no mês anterior.
O desempenho positivo em outubro gerou ligeira variação positiva na média móvel trimestral, pelo segundo mês consecutivo (0,2% em setembro e 0,1% em outubro). Entre as categorias de uso, bens de consumo duráveis teve o maior ganho (0,6%) no mês, após ficar estável em setembro, seguido por bens de consumo semi e não duráveis (0,2%). Já bens intermediários (–0,5%) e bens de capital (–0,9%) registraram quedas entre setembro e outubro, sendo que o último acumula perda de –3,1% nos últimos quatro meses.
Outubro registra menor expansão desde novembro de 2009
Na comparação com igual mês do ano anterior, a produção industrial exibe avanço há 12 meses, mas a taxa de outubro (2,1%) foi a menor do período. Tal resultado é fruto do efeito do menor número de dias úteis (outubro de 2010 teve um dia útil a menos que o de 2009) e da elevação da base de comparação (em 2009, o índice mensal saiu de –17,5% em janeiro para –3,1% em outubro). A redução no ritmo de crescimento também é observada no índice de difusão, que após registrar altas em 77% dos 755 produtos pesquisados em março, reduziu-se para 55% em outubro, menor nível desde o mesmo mês de 2009 (42%).
Setorialmente, o avanço atingiu 17 de 27 atividades, com destaques para veículos automotores (7,4%), máquinas e equipamentos (9,0%), indústrias extrativas (8,6%), produtos de metal (12,7%), outros produtos químicos (4,4%), equipamentos médico-hospitalares, ópticos e outros (22,1%) e minerais não metálicos (4,9%). Nesses ramos, as contribuições mais significativas vieram de caminhão-trator para reboques, caminhões e chassis com motor para caminhões e ônibus; aparelhos carregadoras-transportadores, centro de usinagem, empilhadeiras propulsoras e máquinas para colheita; minérios de ferro; partes e peças para bens de capital; inseticidas, adubos e fertilizantes; relógios de pulso; e cimentos “portland”. Já os principais impactos negativos vieram de material eletrônico e equipamentos de comunicações (–20,0%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–10,6%), alimentos (–1,8%) e têxtil (–6,9%), devido às retrações em telefones celulares e aparelhos de comutação para telefonia; transformadores; açúcar cristal; e roupas de banho e tecidos de algodão.
Ainda na comparação com outubro de 2009, bens de capital teve o crescimento mais elevado (6,0%), sustentado principalmente por bens de capital para transporte (15,8%), por conta da maior fabricação de caminhão-trator e caminhões; seguido por bens de capital para uso industrial (25,3%), para construção (29,0%) e agrícola (19,4%). Já as pressões negativas vieram de bens de capital para energia elétrica (–25,3%) e para uso misto (–6,5%).
Já bens intermediários cresceu 3,2%, influenciado pelos produtos associados às atividades da indústria extrativa (8,6%), veículos automotores (12,3%), outros produtos químicos (4,9%), metalurgia básica (3,2%) e produtos de metal (12,4%), com destaque para os itens minérios de ferro; chassis com motor para caminhões e ônibus; inseticidas, adubos e fertilizantes; ferronióbio; e partes e peças para bens de capital. Já refino de petróleo e produção de álcool (–6,2%), alimentos (–1,9%) e têxtil (–5,2%) registraram as maiores pressões negativas. Destaques ainda para a manutenção de avanços em insumos típicos para construção civil (5,2%) e embalagens (1,2%).
Bens de consumo semi e não duráveis cresceu 1,5%, com destaques para carburantes (7,4%), alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (1,8%) e outros não duráveis (1,3%), em que gasolina, refrigerantes e cervejas e livros e vacinas exerceram os principais impactos. A única pressão negativa ocorreu em semiduráveis (-3,9%), explicada pela queda em roupas de banho e calçados de couro.
Bens de consumo duráveis foi o único a ter resultado negativo (–4,9%) entre as categorias de uso, pressionado por automóveis (–4,1%), telefones celulares (–22,3%) e eletrodomésticos (–5,9%), em recuo pelo quarto mês consecutivo, devido às retrações na “linha branca” (–12,4%) e na “linha marrom” (–5,0%). Já as contribuições positivas vieram de motocicletas (19,6%) e artigos de mobiliário (5,2%).
Acumulado em 2010 é positivo para 25 dos 27 ramos industriais
O acumulado de 2010 alcançou 11,8%, com perfil generalizado de crescimento (taxas positivas para 25 dos 27 ramos industriais), com veículos automotores (26,7%), máquinas e equipamentos (29,2%) e metalurgia básica (21,5%) exercendo os maiores impactos positivos sobre a média global, seguidos por outros produtos químicos (11,4%), produtos de metal (26,8%) e indústrias extrativas (13,9%). Entre os produtos, destaques para automóveis, caminhão-trator para reboques e caminhões; aparelhos carregadoras-transportadoras, motoniveladores, compressores para aparelhos de refrigeração e fornos microondas; lingotes, blocos e tarugos de aços ao carbono e aços especiais e barras de outras ligas de aço; herbicidas para uso na agricultura, oxigênio e tintas e vernizes; partes e peças para bens de capital; e minérios de ferro. Já produtos do fumo (–9,3%) e outros equipamentos de transporte (–2,7%) foram os únicos a registrar taxas negativas no acumulado de 2010.
Ainda no acumulado de 2010, bens de capital (24,0%) registra crescimento bem acima da média global (11,8%). Bens intermediários (12,9%) e bens de consumo duráveis (11,3%) têm expansão de dois dígitos, e bens de consumo semi e não duráveis (5,9%) mostrou o avanço mais moderado.
Em síntese, o resultado foi positivo (0,4%) em outubro, mas atingiu apenas uma das quatro categorias de uso e 12 dos 27 setores industriais. Por outro lado, o avanço ocorre após dois meses de quase estabilidade (–0,1% em agosto e 0,1% em setembro). Na série com ajuste sazonal, a média móvel trimestral ficou positiva pelo segundo mês consecutivo, após taxas negativas em junho (–0,8%), julho (–0,3%) e agosto (–0,2%). Nas comparações com 2009, permanece o predomínio de resultados positivos, porém decrescentes. No índice mensal (2,1%), o setor alcançou a expansão menos intensa desde novembro de 2009. Tal movimento tem perfil generalizado, refletindo o comportamento mais moderado da indústria e a elevação da base de comparação.
Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.
* Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul.. Site: http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini* Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul.
(48) 4105-0832
(48) 9976-6974
ricardobergamini@ricardobergamini.com.br
http://www.ricardobergamini.com.br
www.ricardobergamini.com.br/blog