Produção
industrial cresce 1,9% em fevereiro
Em fevereiro de 2011, já
descontadas as influências sazonais, a produção industrial avançou 1,9%, o
resultado mais elevado desde março de 2010 (3,5%). Na comparação com igual mês
do ano anterior, o total da indústria registrou expansão de 6,9%, acima dos
2,4% registrados em janeiro último. Assim, o setor acumulou crescimento de 4,6%
no primeiro bimestre de 2011. O indicador acumulado nos últimos doze meses, ao
avançar 8,6% em fevereiro, prosseguiu com redução no ritmo de crescimento e
registrou a expansão menos intensa desde agosto de 2010 (9,8%).
A elevação do ritmo da atividade industrial em
fevereiro (1,9%) atingiu 17 dos 27 ramos industriais. A evolução do índice de
média móvel trimestral também mostrou incremento em fevereiro (0,5%),
interrompendo dois meses seguidos em que apontou variação de -0,2%. No
confronto com igual mês do ano anterior, o setor industrial assinalou expansão
de 6,9%, ritmo mais intenso que o observado nos meses de dezembro (2,5%) e de
janeiro (2,4%), influenciado não só pelo perfil de crescimento bastante
disseminado entre as atividades industriais, mas também pelo efeito calendário,
uma vez que fevereiro de 2011 teve dois dias úteis a mais que fevereiro de
2010. Com isso, o total da indústria acumulou expansão de 4,6% no primeiro bimestre
de 2011, resultado acima do índice do quarto trimestre do ano passado (3,3%),
ambas as comparações contra igual período do ano anterior. Entre as categorias
de uso, esse movimento ficou bem marcado nos setores de bens
de consumo duráveis, que saltou de 1,5% para 11,7% entre os dois
períodos, e de bens de capital (de 7,0% para 13,1%). O segmento de bens
de consumo semi e não duráveis, embora mostre ganho entre o 4º
trimestre de 2010 (1,6%) e o 1º bimestre de 2011 (2,4%), permaneceu com
desempenho abaixo da média da indústria nos dois períodos. Por outro lado, o
setor de bens intermediários foi o único que assinalou redução no
ritmo de crescimento, ao passar de 3,9% para 2,4%.
Entre os ramos, 17
registraram alta e 10 tiveram queda em fevereiro
Dos 27 setores pesquisados, 17 apresentaram
expansão, com alimentos, que cresceu 6,7%, e veículos
automotores (4,7%)
exercendo as maiores influências sobre o total da indústria. Enquanto o
primeiro ramo, após recuar 5,2% entre setembro e dezembro, avançou pelo segundo
mês seguido e acumulou ganho de 7,7% nesse período, o segundo eliminou a queda
de 4,2% assinalada em janeiro último. Também merece destaque as contribuições
positivas vindas deprodutos de metal (7,0%), metalurgia
básica (3,3%), equipamentos
médico-hospitalares, ópticos e outros (11,0%), máquinas
para escritório e equipamentos de informática (6,7%) e bebidas (2,8%). Por outro lado, as principais
pressões negativas vieram de outros produtos químicos (-3,7%), edição
e impressão (-4,0%) e material
eletrônico e equipamentos de comunicações (-5,7%).
Ainda na comparação com o mês anterior, o
segmento de bens intermediários (1,3%) alcançou o resultado mais
elevado entre as categorias de uso, revertendo as duas taxas ligeiramente
negativas de dezembro de 2010 (-0,1%) e de janeiro de 2011 (-0,3%). A produção
de bens de capital (0,9%)
ficou positiva pelo segundo mês consecutivo, acumulando nesses dois meses ganho
de 2,2%. Os setores de bens de consumo semi e não duráveis (-0,2%) e de bens
de consumo duráveis (-2,3%)
apontaram os resultados negativos, com ambos devolvendo parte das expansões
assinaladas no mês anterior: 0,5% e 6,1%, respectivamente.
Média móvel
trimestral ficou em 0,5%
Com o resultado de 1,9% registrado em
fevereiro, o índice de média móvel trimestral mostrou acréscimo de 0,5% na
passagem dos trimestres encerrados em janeiro e fevereiro, após apontar
variação negativa de 0,2% nos últimos dois meses. Ainda em relação ao movimento
deste índice na margem, o destaque ficou com a produção de bens de consumo
duráveis que assinalou crescimento de 1,1% e manteve a sequência de taxas
positivas iniciada em setembro último. Os demais resultados positivos foram
observados em bens de capital (0,5%) e em bens
intermediários (0,3%),
que prosseguiram com a trajetória ascendente iniciada em outubro de 2010. O
setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis ficou estável em fevereiro (0,0%),
após apontar -0,4% em dezembro de 2010 e -0,1% em janeiro de 2011.
Na comparação com
fevereiro/2010, veículos automotores puxaram crescimento
Na comparação com fevereiro de 2010, a
produção global da indústria mostrou expansão de 6,9%, 16ª taxa positiva
consecutiva nesse tipo de confronto, ritmo mais intenso que os resultados
observados em dezembro (2,5%) e janeiro (2,4%). O perfil de crescimento em
fevereiro deste ano foi generalizado, com todas as categorias de uso, 22 das 27
atividades, 56 dos 76 subsetores e 61% dos 755 produtos investigados
sustentando taxas positivas. Entre as atividades,veículos automotores (24,1%)
exerceu a maior influência positiva na formação da média da indústria, seguida
por máquinas e equipamentos (9,5%),alimentos (6,2%), outros
equipamentos de transporte (23,7%), produtos
de metal (10,4%) e equipamentos
médico-hospitalares, ópticos e outros (40,0%). Em termos de produtos, os
destaques nesses ramos foram: automóveis, caminhão-trator, caminhões e veículos para transporte de mercadorias; aparelhos
de ar condicionado, aparelhos carregadoras-transportadoras e motoniveladores; biscoitos, bolachas e carnes e miudezas de aves; aviões e motocicletas;estruturas de ferro e aço, partes
e peças para bens de capital e fechaduras;
e relógios. Por outro lado, entre os cinco setores que
registraram taxas negativas, o principal impacto ficou com outros
produtos químicos (-8,7%),
pressionado pela menor produção em aproximadamente 50% dos produtos
investigados no setor, por conta especialmente da paralisação não programada
para manutenção em razão dos efeitos do desligamento do setor elétrico que
afetou a região Nordeste no início de fevereiro. Nesta atividade, as
influências negativas mais relevantes vieram dos recuos na fabricação dos itens etileno, herbicidas
para uso na agricultura, policloreto de vinila, propeno e polietileno.
Entre as categorias de uso, os índices
foram positivos para todos os segmentos no confronto com fevereiro de 2010, com
os setores de bens de capital(17,9%) e de bens
de consumo duráveis (17,4%)
apontando as taxas mais acentuadas. O primeiro segmento, que registrou a
expansão mais elevada desde agosto de 2010 (26,4%), teve seu resultado
influenciado pelo crescimento na maior parte dos seus subsetores, com destaque
para bens de capital para equipamentos de transporte (27,8%), para
uso misto (15,2%), para
construção (28,8%) e para
energia elétrica (6,5%).
O desempenho de bens de consumo duráveis, que
também ficou acima da média da global (6,9%), foi explicado em grande parte
pelo avanço na fabricação de automóveis (24,3%), vindo a seguir os resultados
positivos observados em eletrodomésticos de “linha branca” (3,7%), motocicletas (42,3%), telefones
celulares (35,5%) e artigos
do mobiliário(3,4%).
Ainda no confronto com fevereiro de 2010,
avançando abaixo do total da indústria figuraram os setores produtores de bens
intermediários (4,1%)
e de bens de consumo semi e não duráveis (3,6%). No primeiro segmento, que
acelerou o ritmo de crescimento frente aos resultados de dezembro (2,6%) e de
janeiro (0,8%), a expansão de fevereiro foi impulsionada pelo acréscimo em
praticamente todos os seus subsetores, com destaque para os produtos associados
às atividades de veículos automotores (16,1%), indústrias
extrativas (4,6%), minerais
não metálicos (7,8%), refino
de petróleo e produção de álcool (2,6%),produtos de metal (11,3%) e borracha
e plástico (6,7%).
Foram mantidos os resultados positivos nos grupamentos de insumos
para construção civil (12,2%),
16ª taxa positiva consecutiva, e de embalagens (0,9%), com dezessete meses de
crescimento. Na indústria produtora de bens de consumo semi e não duráveis (3,6%) o índice foi positivamente
influenciado pelos grupamentos de alimentos e bebidas elaborados para consumo
doméstico (6,2%) e de outros
não duráveis (2,7%),
impulsionados em grande parte pelos itens cervejas, chope, biscoitos, bolachas e carnes e miudezas de aves congeladas,
no primeiro setor, e medicamentos no segundo.
No acumulado de
2011, 23 das 27 atividades tiveram crescimento
No indicador acumulado do período janeiro e
fevereiro de 2011, frente a igual período do ano anterior, o avanço de 4,6%
também teve perfil disseminado de expansão, atingindo todas as categorias de
uso e vinte e três atividades. O ramo de veículos automotores, com
acréscimo de 16,1%, se manteve como o de maior influência positiva na formação
do índice geral, impulsionado pela expansão na produção de 79% dos produtos
pesquisados no setor, com destaque para a maior fabricação de automóveis
e caminhões. Outras contribuições positivas relevantes sobre o
total nacional vieram de máquinas e equipamentos(8,2%), outros
equipamentos de transporte (17,6%), indústrias
extrativas (5,1%), alimentos (2,7%) e equipamentos
médico-hospitalares, ópticos e outros(30,4%). Em sentido oposto,
entre os quatro ramos com queda na produção sobressaíram os recuos vindos de outros
produtos químicos (-5,2%)
e de têxtil (-7,1%).
Entre as categorias de uso, o perfil dos
resultados para o primeiro bimestre de 2011 confirmou o maior dinamismo em
todos os segmentos, com destaque para bens de capital (13,1%) e bens
de consumo duráveis (11,7%),
que registraram crescimento bem acima da média da indústria (4,6%), enquanto
que bens intermediários e bens
de consumo semi e não duráveis, ambos com expansão de 2,4%,
cresceram de forma menos acentuada.
Arquivos oficiais
do governo estão disponíveis aos leitores.
Ricardo
Bergamini
(48)
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*
Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no
Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no
período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período
de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e
Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na
área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA
Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e
palestrante, assessorando empresas da região sul.. Site:
http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini
