Direito Ambiental

Os Desafios de Acesso a Energia Limpa

Glenda Ribeiro de Aguiar

Resumo

A palavra sustentável vem intimamente atrelada a desenvolvimento porque é um grande avanço social e econômico utilizar-se dos recursos naturais como formas de ”descansar” o meio ambiente que não é infinito, mas para isso é necessário desenvolver novas tecnologias. O Brasil vive uma crise ambiental, são perceptíveis as mudanças no clima do País, e esta passando por uma crise hídrica. Diante dessa realidade as fontes de energias limpas são cada vez mais importantes para o futuro sustentável da sociedade.

Palavras-Chave: Energia Limpa. Desenvolvimento. Meio Ambiente. Tecnologia

Abstract

The word sustainable is closely linked to development because it is a great social and economic progress be used natural resources as a way to ” rest ” the environment that is not infinite, but it is necessary to develop new technologies. Brazil is experiencing an environmental crisis, changes in the country’s climate are noticeable, and is experiencing a water crisis. Given this reality clean energy sources are increasingly important for the sustainable future of society.

Keywords: Clean energy. Development. Environment. Technology

Introdução

É perceptível que as fontes renováveis de energia não são mais o melhor investimento, pois essas energias estão causando problemas ambientais e sociais, sem contar que o País está passando por uma crise hídrica. Desta forma, as fontes de energia limpa se tornam mais significativas e precisam de políticas de incentivo para que sejam acessíveis, pois existem barreiras na sua proliferação pelo fato de serem mais custosas.

É importante que se vislumbre a diferença entre energia limpa e energia renovável. A ideia deste artigo é justamente discutir a problemática de acesso a energia limpa, energia essa que não causa danos ao meio ambiente, investir em novas tecnologias é um dos passos que vão ajudar nesse acesso e é notório que todo esse desenvolvimento é uma questão de tempo.

A construção de grandes hidrelétricas na Amazônia tem sido apresentada como indispensável para garantir o crescimento do país. No entanto, exemplos recentes de instalação dessas usinas na maior floresta tropical do mundo estão mostrando que, na realidade, elas não passam de uma falsa solução – e estão longe de ser limpas ou sustentáveis. (Redação do Greenpeace Brasil)

Atropelamento de direitos humanos, impactos profundos na biodiversidade e nas comunidades tradicionais, violação de leis e acordos internacionais e denúncias de corrupção generalizada (como se viu a partir de depoimentos da Operação Lava Jato sobre a usina de Belo Monte, no Rio Xingu) são alguns exemplos que têm caracterizado a construção de hidrelétricas na região. Além de todos esses problemas, as usinas instaladas em áreas de floresta tropical emitem quantidades consideráveis ??de gases de efeito estufa – dióxido de carbono e metano – como resultado da degradação da vegetação alagada e do solo. Com todos esses impactos na balança, é impossível classificar as hidrelétricas como energia limpa. (Redação do Greenpeace Brasil) 

1. Fontes renováveis de energia x Fontes de energia limpa

As fontes renováveis de energia são aquelas que se mantém disponível durante um longo tempo, o próprio nome já diz, é renovável, não se esgotam, permanecem devido as suas fontes que não se esgotam. As fontes de energia limpa, também possuem essa descrição, porém essas fontes são limpas, não liberam poluentes, não causam poluição pela emissão de substâncias.    

1.1 Fontes renováveis de energia

1.1.1 Energia hídrica ou hidroelétrica

Por sua vez, a energia hidroelétrica utiliza-se do movimento das águas dos rios para a produção de eletricidade. Em países como Brasil, Rússia, China e Estados Unidos, ela é bastante aproveitada pelas usinas que transformam a energia hidráulica e cinética em eletricidade. Como é necessário o estabelecimento de uma área de inundação no ambiente em que se instala uma usina hidrelétrica, a sua construção é recomendada em áreas de planalto, onde o terreno é mais íngreme e acidentado, pois rios de planície necessitam de mais espaço para represamento da água, o que gera mais impactos ambientais. (PENA, Rodolfo F. Alves, 2016)

Por um lado, as hidroelétricas trazem vários prejuízos ambientais, não só pela inundação de áreas naturais e desvio de leitos de rios, como também pelo dióxido de carbono emitido pela decomposição da matéria orgânica que se forma nas áreas alagadas. Por outro lado, essa é considerada uma eficiente forma de geração de eletricidade, além de ser menos poluente, por exemplo, que as termoelétricas movidas a combustíveis fósseis. (PENA, Rodolfo F. Alves, 2016)

1.1.2 Biocombustíveis Avançados

A biomassa corresponde a toda e qualquer matéria orgânica não fóssil. Assim, pode-se utilizar esse material para a queima e produção de energia, por isso ela é considerada uma fonte renovável. Sua importância está no aproveitamento de materiais que, em tese, seriam descartáveis, como restos agrícolas (principalmente o bagaço da cana-de-açúcar), e também na possibilidade de cultivo. Existem três tipos de biomassa utilizados como fonte de energia: os sólidos, os líquidos e os gasosos. (PENA, Rodolfo F. Alves, 2016)

1.2 Fontes de energia limpa

1.2.1 Energia Solar

Consiste no aproveitamento da radiação solar emitida sobre a Terra. Trata-se, portanto, de uma fonte de energia que, além de inesgotável, é altamente potente, pois uma grande quantidade de radiação é emitida sobre o planeta todos os dias. A sua principal questão, todavia, não é a sua disponibilidade na natureza, e sim as formas de aproveitá-la para a geração de eletricidade. (PENA, Rodolfo F. Alves, 2016)

1.2.2 Energia Eólica

Utiliza-se da força promovida pelos ventos para a produção de energia. Sua importância vem crescendo na atualidade, pois, assim como a energia solar, ela não emite poluentes na atmosfera. As usinas eólicas utilizam-se de grandes cata-ventos instalados em áreas onde a movimentação das massas de ar é intensa e constante na maior parte do ano. Os ventos giram as hélices, que, por sua vez, movem as turbinas, acionando os geradores. (PENA, Rodolfo F. Alves, 2016)

1.2.3 Energia das Ondas e das Marés

É possível utilizar a água do mar para a produção de eletricidade tanto pelo aproveitamento das ondas quanto pela utilização da energia das marés. No primeiro caso, utiliza-se a movimentação das ondas em ambientes onde elas são mais intensas para a geração de energia. Já no segundo caso, o funcionamento lembra o de uma hidrelétrica, pois cria-se uma barragem que capta a água das marés durante as suas cheias, e essa água é liberada quando as marés diminuem. Durante essa liberação, a água gira as turbinas que ativam os geradores.

2. O Brasil como investidor de energia limpa

O Brasil possui grande potencial para investimentos em energias limpas, sendo o décimo País que mais investe em energia limpa, porém a problemática consiste na dificuldade de inserir o seu uso no dia dia dos brasileiros.

”O Brasil é o país mais atrativo, entre os países da América Latina e do Caribe, para investimentos em energias limpas, aponta um estudo internacional divulgado por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). ” (ÉPOCA NEGÓCIOS, 2012)

Porém, essa problemática não se concentra apenas no País, mas sim no mundo inteiro. As fontes de energias limpas é um desbravamento global, devido ao grande aquecimento global que é consequência da desenfreada quantidade de gases poluentes despejados no ar.

A política possui papel fundamental nesse desenvolvimento de acesso a energias limpas, sendo a mais acessível e eficiente, a energia solar. Segundo os dados do MME, para 2015, a energia solar representa somente 0,01% da matriz energética nacional, isso depois de um aumento de 207% em relação a 2014. A atual capacidade instalada de captação solar é de míseros 15 megawatts. Em um país que tem grande exposição ao sol o ano inteiro, o resultado mostra o quanto o setor tem espaço para crescer. O principal gargalo para o desenvolvimento dessa modalidade no Brasil, no entanto, continua sendo a falta de tecnologia nacional para a produção das chamadas placas fotovoltaicas e seus componentes, além de outros equipamentos. (THUSWOHL, Mauricio, 2015)

O crescimento da produção e oferta de energia eólica no Nordeste é particularmente notável, e a projeção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é que até 2018 a região tenha mais de 15.000 megawatts de capacidade eólica instalada. Em três anos, somadas as fontes eólica, hidrelétrica e solar, o total da produção de energia limpa no Nordeste, segundo a Aneel, deverá ultrapassar o patamar de 27.000 megawatts, o que colocará a região atrás apenas da Região Norte neste quesito. Dos 341 projetos de energia recém-leiloados pela EPE, 283 ficam no Nordeste. (THUSWOHL, Mauricio, 2015)

Além do acesso, nós temos necessidade de desenvolver tecnologia própria para geração de energia limpa. E uma consequência disso é o alto custo dos serviços de empresas que fazem a infraestrutura de uma casa voltada para o uso dessa energia. Já existem empresas que fornecem esses serviços com o aproveitamento de energia solar, uma infraestrutura no telhado que absorve a luz solar e a transforma em fonte de energia para casa.  

O Brasil vem sofrendo uma crise hídrica envolvendo tanto a questão da água quanto da energia elétrica, com isso a energia limpa, principalmente a solar vem tomando grande importância. Existe um projeto chamado Projeto Juventude Solar que se originou no Greenpeace suíço, o seu objetivo é envolver e treinar jovens para que eles realizem instalações de sistemas fotovoltaicos, sistemas que geram eletricidade a partir do sol. (Instituto Algar) Com toda essa problemática de acesso a energia limpa, o projeto é extremamente importante para divulgar essa nova tecnologia que vai ajudar na redução do consumo de energia elétrica e ajudar no desenvolvimento sustentável.

3. (Re) construindo o presente e planejando o futuro: o caminho é energia limpa

Nos dias atuais onde vivemos (ou, pelo menos, éramos pra viver), em busca de ideias para um mundo mais sustentável e uma vida melhor, as energias sustentáveis são o que temos de mais avançado e tecnológico na luta constante pela preservação do planeta e um meio ambiente equilibrado para as futuras gerações. Defendida por ambientalistas e cientistas em todo o mundo elas podem ser a única saída que temos para tentar salvar esse imenso planeta que chamamos de lar. Utilizar as fontes naturais de energia inesgotáveis é a melhor forma de avanço tecnológico pra não ser visto como uma maneira de destruir o meio ambiente

Claro que infelizmente do ponto de vista econômico essa ideia, pelo menos a curto prazo, não é abraçada como deveria. Pois investir em energia sustentável é algo que muitos pensam no retorno econômico e acabam optando na maioria das vezes por medidas mais baratas, sempre visando lucro e riquezas. De acordo com as opiniões de vários empresários do ramo industrial essa questão de economia verde sairia muito mais em prejuízo do que em benefícios, ou seja, essas tecnologias sustentáveis trariam muito mais consumo de energia e desperdício de dinheiro. Dinheiro esse que para eles seria muito mais vantajoso ser gasto com desenvolvimento.

O mundo desenvolvido se encontra em uma verdadeira crise com os recursos provenientes da natureza. Na opinião dos ambientalistas e defensores do planeta está havendo um aproveitamento errado daquilo que chamamos de recursos naturais, levando a graves problemas ambientais como aquecimento global, poluição ar e mares, e buracos na camada de ozônio. É preciso saber usar esses recursos e as vantagens que a natureza nos proporciona da melhor maneira possível. Reduzindo a emissão de gazes poluentes na atmosfera e consequentemente a destruição do ecossistema, para assim conseguirmos alcançar o nosso objetivo o aumento na qualidade do meio ecológico através das energias sustentáveis.

As energias renováveis e um mundo sustentável são com certeza a melhor solução para um ecossistema equilibrado. Elas têm que ser vistas não só como meio de gerar uma energia limpa, mas também como maneiras de evitar mais danos ao meio ambiente. Elas não podem ser vistas como um obstáculo para o desenvolvimento capitalista é preciso ver além das expectativas lucrativas. Infelizmente a busca por mais enriquecimento está destruindo tudo aquilo que mais prezamos.

O homem tem que perceber que o desenvolvimento econômico e sustentável possa sim e devem andar de mãos dadas. A busca por mais riquezas está acabando lentamente com os nossos recursos naturais, a emissão de combustíveis fosseis e gases poluentes que geralmente saem das chaminés das grandes indústrias ocasionam muita poluição na atmosfera. É claro que temos que reconhecer que tudo tem um lado não muito bom, e o nas energias renováveis esse lado fere o bolso dos grandes empresários.

“Quando a última árvore tiver caído, quando o último rio tiver secado quando o último peixe for pescado, vocês vão entender que dinheiro não se come.”      (Greenpeace)

Não vamos esperar que não nos reste mais nada para só assim darmos valor ao planeta que temos. Vamos preservamos e cuidar enquanto há tempo, enquanto ainda existe uma esperança nem que seja mínima de salvar o nosso lar e construir esse tão sonhado futuro sustentável para as novas gerações. Afinal infelizmente esses recursos naturais não vão durar para sempre, e se nada for feito agora no futuro só haverá lamentações e arrependimento pelo que poderia ter sido feito e não foi pelo futuro mais sustentável que poderia ter sido alcançado e não vai existir.

4. Crescimento econômico x Desenvolvimento sustentável.

Primeiramente devemos estabelecer um parâmetro entres esse dois termos. De acordo com Mendes (2008) a diferença é basicamente essa:

“… o crescimento não conduz automaticamente à igualdade nem à justiça sociais, pois não leva em consideração nenhum outro aspecto da qualidade de vida a não ser o acúmulo de riquezas, que se faz nas mãos apenas de alguns indivíduos da população. O desenvolvimento, por sua vez, preocupa-se com a geração de riquezas sim, mas tem o objetivo de distribuí-las, de melhorar a qualidade de vida de toda a população, levando em consideração, portanto, a qualidade ambiental do planeta.”

A partir dessa abordagem podemos perceber que o crescimento econômico preocupa-se somente com a geração de riquezas a obtenção de lucro, se importando muito pouco ou quase nada com a questão dos menos favorecidos. O objetivo desse sistema deveria ser o de trazer melhorias na qualidade de vida da população. Essa riqueza, como Mendes destaca, se desenvolve apenas nas mãos de poucos. Já o desenvolvimento sustentável pode até se preocupar com o lucro, mas de forma a pensar na melhor maneira de distribuir essa riqueza para os setores que as pessoas mais precisam, melhorando assim a qualidade de vida da população sem se preocupar com a qualidade do meio ambiente.

O crescimento econômico acarretou à degradação do solo, a poluição dos rios e mares, a devastação das florestas levantou uma barreira entre ricos e pobres. Para conseguirmos alcançar o desenvolvimento sustentável a ajuda de todos é de suma importância. Na grande maioria das vezes as pessoas confundem desenvolvimento com crescimento econômico. Esse tipo de “desenvolvimento” que as empresas acreditam ser o melhor caminho na verdade tende a ser inadequado, pois na verdade essas mesmas empresas levam à escassez dos recursos naturais dos quais tanto necessitamos.

Para alcançarmos o Desenvolvimento Sustentável, a proteção do ambiente tem que ser entendida como parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente (MENDES, 2008).

O Desenvolvimento Sustentável tem seis aspectos prioritários que devem ser entendidos como metas:

• A satisfação das necessidades básicas da população (educação, alimentação, saúde, lazer, etc.);

• A solidariedade para com as gerações futuras (preservar o ambiente de modo que elas tenham chance de viver);

• A participação da população envolvida (todos devem se conscientizar da necessidade de conservar o ambiente e cada um a parte que lhe cabe para tal);

• A preservação dos recursos naturais (água, oxigênio, etc.);

• A elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social e respeito a outras culturas (erradicação da miséria, do preconceito e do massacre de populações oprimidas, como por exemplo, os índios);

• A efetivação dos programas educativos.

O arquiteto e urbanista Eduardo Chiletto nos dá uma visão ampla e explicativa sobre o assunto:

A sustentabilidade pela perspectiva sócio-cultural esta entre outras, relacionada com o direito de todos possuírem habitação digna, emprego, transporte, água potável, rede de esgoto, serviço médico de qualidade, segurança e educação. Há necessidade de transformações e mudanças necessárias no planejamento de nossas cidades, sem comprometer o meio ambiente e as referências e valores culturais, morais e éticos. Estes não estão ligados ou relacionados com os rendimentos ou a riqueza da sociedade, mas e, sobretudo, o direito de todos de usar os recursos naturais da terra, com a obrigação de proteger a integridade desses recursos sob pena de perdermos nosso habitat.

Como disse nosso poeta maior Manoel de Barros “A sabedoria não está nos livros, mas na natureza”.

5. O potencial do Brasil para a geração de energia sustentável

“Com quase metade da matriz energética composta por fontes renováveis, o Brasil tem potencial para ampliar a produção de energia limpa e tornar-se uma potência energética mundial. O País está em uma posição estratégica excepcional, tem terra, água, sol, trabalho, tecnologia e vontade de colocar esses recursos a serviço da sociedade.” (Presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rosseto)

O Brasil brevemente pode vir tornar-se um dos maiores países gerador de energia limpa, advinda dos recursos naturais. De acordo com pesquisas o país tem o terceiro maior potencial hidráulico do mundo o que facilita e muito o melhor proveito dos recursos provenientes da natureza.

No ano de 2011 o Brasil chegou a 44,1% de utilização de fontes como energia hidráulica, eólica, etanol e biomassa na sua matriz energética, enquanto a média mundial é 13,3%, de acordo com a avaliação de Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Além da combinação de recursos naturais favoráveis, como grande quantidade de rios, vento, sol e solo apropriado para a utilização de fontes renováveis, de acordo com a EPE, o Brasil ainda desenvolve tecnologias nacionais que favorecem, por exemplo, a construção de usinas hidrelétricas sem reservatórios e também o aumento da produção de etanol. 

Apesar de a energia hídrica ser uma das principais fontes de energia do país (ou talvez seja a principal), pesquisas apontam que as ideias de investimento em outros tipos energia pode significar um grande salto em busca do aproveitamento de recursos naturais. Apesar do grande avanço no avanço da produção de energias renováveis no Brasil a exploração dessas energias sustentáveis ainda é escasso.

De grande e notável importância para o desenvolvimento de um futuro sustentável os aproveitamentos desses recursos naturais além de serem mais em conta do ponto de vista econômico são também de maior eficiência e trazem com eles muitos benefícios para o planeta. Energias sustentáveis como a eólica e a solar são fontes limpas e livres de emissão de gases maledicentes na atmosfera.

De acordo com a blogueira e professora Lúcia Lemos, Rio de Janeiro, a maioria desses problemas ambientais que estamos vivendo atualmente são decorrência do nosso próprio comodismo, pois a própria natureza nos oferece ótimas condições para alcançar esse objetivo de um futuro sustentável. Como ela mesmo diz nós somo privilegiados nessa questão em relação a outros países. O que nos falta é perceber que não temos tempo a perder. A corrida pela busca de um planeta mais sustentável deve começar imediatamente antes que esses recursos não estejam mais à nossa disposição.

Apesar das condições naturais privilegiadas que possui, o Brasil parece estar acomodando-se ao passo em que não aproveita desses benefícios para investir no “desenvolvimento sustentável” a fim de ampliar sua “economia verde”, já que países menos privilegiados atualmente em recursos naturais estão participando fortemente na corrida por desenvolvimento científico e aumento de investimentos ligados à economia de pouca emissão de carbono através de incentivos da ordem de centenas de bilhões de dólares na área.

5.1 Dificuldades enfrentadas pelo Brasil para a produção de energias sustentáveis

Energia eólica:

Desde o início das operações do primeiro aerogerador instalado no Brasil, em 1992, a energia eólica é uma realidade na matriz energética do país. Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) hoje, já são mais de 200 usinas no país, com capacidade instalada de 5GW. Além de contribuir para a oferta energética, os aerogeradores apresentam outro número empolgante: a redução da emissão de CO2 na produção de energia já beira 4 milhões de toneladas por ano. 

O setor eólico brasileiro tem se desenvolvido virtuosamente. No entanto, devido à rápida expansão, alguns desafios ainda precisam ser superados. Na questão logística, há uma dificuldade em escoar a produção dos aerogeradores eólicos e de seus componentes para os locais onde os parques são instalados. A malha rodoviária e marítima nacional não possui ainda o dimensionamento ideal para o setor. Parte desta questão tem sido solucionada com o deslocamento de algumas fábricas do Sudeste para as regiões de produção de energia eólica (Nordeste e Sul do Brasil), além de ações junto ao governo e empresas transportadoras para a superação dos desafios. 

Energia solar

De acordo com pesquisas o Brasil se encontra em uma posição muito favorável ao sol. Uns dos poucos países que recebem uma grande quantidade de luz solar são mais de 2000 horas ao ano. O que precisamos entender é: porque a energia solar é tão pouco utilizada? De acordo com as grandes massas capitalistas o problema está na questão econômica. Para muitos a utilização de energia solar é cara e pouco beneficente. A cada dia fica mais evidente que esses obstáculos persistem, mas precisam ser superados. Para que isso ocorra é preciso a implementação de políticas privadas voltadas para esse setor

O que também traz muitas dificuldades para a utilização de energia solar são os empecilhos colocados pelas grandes empresas de energia elétrica. A função dessas empresas é intermediar a ligação na rede elétrica. Mas temos que convir que essas empresas jamais concordariam com um projeto que logo viria afetar seus lucros. Afinal o sonho de todo consumidor é poder gerar sua própria energia, e não ter mais que pagar preços exorbitantes na conta de energia.

6. Será que um mundo sustentável ainda é possível?

Além de trabalharmos no presente, devemos saber planejar o futuro. Devemos lutar juntos para buscarmos alternativas e apontar novos rumos para alcançarmos o desenvolvimento sustentável. De acordo com o que sabemos viver em um mundo sustentável é viver adotando medidas que não agridam o meio ambiente e encontrar um meio de usar os recursos naturais da melhor forma possível. Isso significa que tudo está em nossas mãos, só depende de nós para existir esse ecossistema saudável, esse meio ambiente equilibrado. Nos dias atuais é quase impossível existir alguém que não tenha ouvido falar nos termos desenvolvimento sustentável ou sustentabilidade.

Na prática, a sustentabilidade está definida como a capacidade que o indivíduo ou um grupo de pessoas tem em se manterem dentro de um ambiente sem causar impactos a esse ambiente. Mas apesar da sustentabilidade estar associada diretamente ao meio ambiente e a tudo o que envolve este, não está limitada somente a esta área. A sustentabilidade também está relacionada a outros setores da sociedade como a economia, a educação e a cultura. A sustentabilidade está diretamente ligada ao desenvolvimento de vários setores da sociedade, sem que estes agridam o meio ambiente. É através da sustentabilidade que os recursos naturais são utilizados de forma inteligente e são preservados para as gerações futuras. Sustentabilidade é isto, é saber suprir as necessidades presentes sem interferir nas gerações futuras. Um conceito correto e amplo de sustentabilidade está associado a soluções, caminhos e planos que busquem resgatar adoções de práticas sustentáveis na vida de cada pessoa e atinjam uma melhora comum a todos. Contribuir com nossas vivências e experiências pessoais e repassar estas ao coletivo, é um fator decisivo para possibilitar a prática da sustentabilidade. A adoção de práticas sustentáveis resulta a médio e longo prazo numa nova perspectiva de vida para nossos sucessores e lhes garantirão a manutenção dos recursos naturais necessários para uma melhor qualidade de vida. (Brasil sustentável.org – 2013)

Na prática esse conceito de sustentabilidade significa que devemos explorar as áreas mais abrangentes de recursos naturais de forma que minimamente prejudique o meio ambiente e principalmente cuidar para que as fontes desses recursos não se esgotem para sempre que precisarmos eles estejam disponíveis para nós. Para que isso ocorra é precisos que modifiquemos alguns hábitos e tomemos pequenas, mas relevantes, atitudes no nosso dia a dia. Essas medidas mesmo simples podem se tornar um grande diferencial e acarretar mudanças positivas. São elas: economizar água, reciclar papéis, latas e vidros, separar o lixo orgânico do reciclável, usar a energia elétrica de modo mais racional.

A ideia do ser sustentável ainda é muito estranha para a maioria da população, ainda mais em um mundo onde o ser humano vale o que ele consome. Ou seja, quanto mais se consumista você for mais você vai ser “bem-visto” pela sociedade. O termo ser sustentável não deve ser visto como mais um modismo a ser seguido por um numero mínimo de pessoas. Muito mais do que isso, ele deve ser visto como uma forma para que o nosso planeta se recupere e possamos ainda usufruir por muito mais tempo dos recursos que a natureza nos oferece. É preciso encontrar uma maneira de mostrar para todos que essa é a melhor saída e que ser sustentável está ao alcance de todos, por menor que sejam as atitudes tomadas. Todos têm a capacidade de ajudar nessa constante luta pela salvação do planeta. Ser sustentável vai muito além do que simplesmente se preocupar com a preservação do meio ambiente, é se preocupar com o futuro que está próximo.

Se cada um fizer a sua parte não vai ser difícil salvar o nosso planeta de um grande desastre ambiental e vamos conseguir viver em mundo sustentável. Devemos nos empenhar juntos em busca desse ideal de forma que daqui a alguns anos as futuras gerações possam herdar um mundo bem melhor do que esse que vivemos hoje.

Conclusão

A partir de tudo que foi visto no presente trabalho podemos concluir que a utilização de energias sustentáveis é o melhor caminho para buscarmos melhorias para o meio ambiente. As energias renováveis são aquelas advindas da própria natureza e por isso são facilmente reabastecidas naturalmente. Como principais exemplos de energia sustentável, podemos citar: energia solar, energia eólica, energia hidráulica (dos rios), biomassa (matéria orgânica), geotérmica (calor interno da Terra) e mare motriz (das ondas de mares e oceanos).

Ao contrário dos biocombustíveis que não são renováveis. As fontes de energia natural na maioria das vezes não trazem grandes impactos ao meio ambiente. Pó isso elas são ótimas alternativas a favor das constantes lutas pela preservação do planeta. E impedem cada vez mais a emissão de gases para a atmosfera que causam grandes buracos na camada de ozônio. As fontes de energia renovável são vistas como inesgotáveis, mas, ao mesmo tempo, elas são limitadas, ou seja, só podem ser extraídas em determinados momentos.

Infelizmente essa questão de energia limpa vem sendo muito debatida por ambientalistas e economistas em todo o mundo. Muitas das vezes os grandes empresários cada vez mais preocupados em acumular riquezas, torcem o nariz diante desses projetos sustentáveis. Pois para ele essas questões ambientais podem ser deixadas para depois, o que devemos procurar agora é o crescimento econômico. Esses empresários veem as políticas ambientais como obstáculos para a obtenção de lucro. Para eles esses projetos são uma questão de dinheiro jogado fora.

No entanto, temos que perceber que crescimento econômico e desenvolvimento econômico podem ser trabalhados de forma conjunta trazendo benefícios para ambos os lados de forma que todos saiam ganhando. O que devemos fazer é trabalhar junto em busca desse planeta mais saudável e sustentável, para que no futuro possamos nos orgulhar do que podemos fazer no presente. É de suma importância batalhar para que as gerações futuras possam herdar uma vida mais saudável, livres desses impactos ambientais com os quais convivemos, aproveitando ao máximo dos recursos naturais enquanto ainda os temos.

Referências Bibliográficas

PORTAL ENERGIA. Brasil pode ser potência energética mundial em energias renováveis   2011. Disponível em:  http://www.portal-energia.com/brasil-pode-ser-potencia-energetica-mundial-em-energias-renovaveis

PORTAL BRASIL. O Brasil pode ser exemplo em energia renovável 2012. Disponível em: www.brasil.gov.br/infraestrutura/2012/06/brasil-pode-ser-exemplo-em-energia-renovavel

PENSAMENTO VER. Os avanços da energia sustentável no Brasil   2013. Diponível em: www.pensamentoverde.com.br/sustentabilidade/os-avancos-da-energia-sustentavel-no-brasil

LEMOS, Lúcia. Tipos de energias: hidrelétrica, eólica, nuclear, solar, térmica, etc. 2014. Disponível em:  http://lucialelemos.blogspot.com.br/2014/08/tipos-de-energias-hidreletrica-eolica.html

GE REPORTS BRASIL. Energia eólica: evolução e desafios   2014. Disponível em: www.gereportsbrasil.com.br/post/96709552834/desenvolvemos-energia-eolica-evolucao-e-desafios

PORTAL ENERGIA. Fontes de energia renováveis e não renováveis 2015. Disponível em: www.portal-energia.com/fontes-de-energia

PORTAL ENERGIA. Vantagens e desvantagens das energias renováveis    2010. Disponível em: http://www.portal-energia.com/vantagens-e-desvantagens-das-energias-renovaveis

ANEEL, Atlas de Energia Elétrica do Brasil, Agencia Nacional de Energia Elétrica, Brasília, Aneel, 2002, Disponível em: http://www.aneel.gov.br/arquivos/pdf/livro_atlas.pdf

MAGALHÃES, M. V. Estudo de Utilização da Energia Eólica como Fonte Geradora de Energia no Brasil . Monografia (Graduação), Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 2009

MENKES, M .Eficiência Energética, Políticas Públicas e Sustentabilidade. Tese (Doutorado) Universidade de Brasília, Brasília, 2004

QUIOTO, Protocolo de, 2014 Disponível em http://www.mma.gov.br/ clima/convencao- das-nacoes-unidas/protocolo-de-quioto

21, Agenda, 2014 Disponível em: www.mma.gov.br/estruturas/agenda21 /_arquivos/cap04.doc

PEREIRA J. S.; TAVARES V. E. Instrumentos de Gestão Ambiental: Uma análise para o setor de recursos híbridos. Análise Econômica, Porto Alegre, v.17, 31, 1999

VARELA, C. A. Instrumentos de Políticas Ambientais, Casos de Aplicação e seus Impactos. Relatório de Pesquisa n.62/2001 .Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2001.

INSTITUTO ALGAR . Instalação dos painéis fotovoltaicos na escola em Uberlândia – Mg  2015. Disponível em:  https://www.youtube.com/watch?v=rGeWgVAIRNk

PENA, Rodolfo F. Alves. “Fontes renováveis de energia”; Brasil Escola. Disponível em:  http://brasilescola.uol.com.br/geografia/fontes-renovaveis-energia.htm

REVISTA PÁGINA 20. Hidrelétricas na Amazônia: um mau negócio 2016. Disponível em:  http://pagina20.net/v2/hidreletricas-na-amazonia-um-mau-negocio/

ÉPOCA NEGÓCIOS. Brasil é o melhor para investimentos em energia limpa 2012. Disponível em:  http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Acao/noticia/2012/06/brasil-e-o-melhor-para-investimentos-em-energia-limpa-na-al.html

THUSWOHL, Mauricio. O desafio da energia limpa 2015. Disponível em: http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/110/o-desafio-da-energia-limpa-5523.html

Como citar e referenciar este artigo:
CÂNDIDO, Glenda Ribeiro de Aguiar. Os Desafios de Acesso a Energia Limpa. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2019. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/direito-ambiental-artigos/os-desafios-de-acesso-a-energia-limpa/ Acesso em: 13 mai. 2024
Sair da versão mobile