Direito Ambiental

Aos Grandes Poluidores e Devastadores da Natureza Conselhos ou Cadeia

 

Minha bagagem cultural em Biologia, Paleontologia, Geografia e outras ciências da Terra e da Vida não é superior ao mínimo necessário para entender que nosso planeta existe há alguns bilhões de anos e que vem-se aperfeiçoando mais pelo determinismo evolutivo do que pela consciente e bem-intencionada interferência humana.

 

De poucos milênios para cá é que os seres humanos passaram a interferir mais intensamente na Natureza. Nesse curto espaço de tempo – sobretudo depois da Revolução Industrial Européia – as novas técnicas industriais e o novo estilo de vida contribuíram para devastar a Natureza de forma intensiva, em alta escala.

 

Em algumas ocasiões, estivemos na eminência de explosões nucleares, que colocariam em risco até a vida no Planeta.

 

Temos poluído os rios, sendo certo que isso repercute nos oceanos, provocando situações de risco para a fauna e a flora marinhas.

 

Temos poluído o ar, intoxicando seres humanos, animais e vegetais. As regiões mais industrializadas são fábricas de doenças respiratórias nos seres humanos e facilitadoras de doenças nos reinos inferiores.

 

Felizmente, há mais oceanos do que terra, sendo certo que não conseguimos ainda poluí-los tanto…

 

Ainda restam a Antártida, o Pólo Norte e outras regiões geladas do Planeta.

 

Também os desertos estão provisoriamente livres da nossa interferência poluidora e devastadora.

 

Pensando bem, com toda a ganância inconsequente de muitos dos nossos empresários ainda há muitas regiões preservadas.

 

Por mais algum tempo essas regiões estarão livres da nossa presença devastadora e poluidora.

 

Enquanto isso, as novas gerações irão conseguindo melhor valorizar a Ecologia e mudando de mentalidade para melhor.

 

A Árvore da Vida tem milhões de ramos, sendo que nós, humanos, ocupamos apenas um desses ramos.

 

Se é verdade que somos mais bem dotados intelectualmente que nossos irmãos do mundo animal, não somos independentes deles. Se decretarmos a extinção deles – através de condutas que provocarão sua extinção – morreremos juntos, pois a interdependência é evidente, insuperável… Não há uma espécie que seja que consiga ser auto-suficiente!

 

Se resolvermos prejudicar a vida vegetal – por meio inclusive das violências que pretendemos lhe impor por nossa ganância – estaremos assinando nossa própria sentença de morte.

 

Fazemos parte do ecossistema como uma engrenagem tanto quanto uma moita de capim ou um espinheiro que nasce nos fundos da nossa propriedade rural.

 

A conscientização do valor de cada um dos milhões de itens do ecossistema é vital para revertermos o quadro que se apresenta atualmente de devastação e poluição inconsequentes.

 

Não podemos permitir que pessoas de escassa visão coloquem em risco a harmonia da Natureza e acabem contribuindo para os desastres ecológicos que já estamos vivenciando.

 

Se não bastar a persuasão, que sejam processados e lhes sejam aplicadas as penas da lei.

 

 

* Luiz Guilherme Marques, Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora (MG).

Como citar e referenciar este artigo:
MARQUES, Luiz Guilherme. Aos Grandes Poluidores e Devastadores da Natureza Conselhos ou Cadeia. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2009. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/direito-ambiental-artigos/aos-grandes-poluidores-e-devastadores-da-natureza-conselhos-ou-cadeia/ Acesso em: 04 out. 2025
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