Conhecimento

As Ciências e a Técnica na 1° metade do século XIX

As Ciências e a Técnica na 1° metade do século XIX

 

 

Ricardo Bergamini*

 

 

“Os sábios ensinam, os ignorantes têm opinião formada sobre tudo, e os estúpidos governam”. (Ricardo Bergamini).

 

 

Após a Revolução Intelectual dos séculos XVII e XVIII vem a Revolução Industrial dos séculos XIX e XX, possibilitada e desenvolvida, em grande parte, pelos vastos progressos da ciência e da técnica.

 

O extraordinário desenvolvimento das ciências na 1° metade do século XIX – época do Romantismo – é, justamente, uma das características da Idade Contemporânea.

 

 

Causas

 

Aplicação rigorosa do método de observação e experimentação; criação do Sistema Métrico Decimal; criação de bibliotecas, observatórios, e institutos científicos especializados; a invenção de aparelhos, como a câmara fotográfica e o espectroscópio; aperfeiçoamento de certos aparelhos, como o microscópio e o telescópio; desenvolvimento da especialização (concentração de estudos e pesquisas num setor reduzido); aumento do número de investigadores: conseqüência do aumento de escolas superiores, do nível de educação das massas e do interesse geral pela cultura e pelas ciências terrenas e humanas; proteção e estímulo concedidos às investigações científicas (pelo Estado e por particulares); organização de expedições científicas; divulgação dos progressos científicos em todas as camadas sociais (jornais, revistas, folhetos, conferências); contato e colaboração entre os investigadores de todo o mundo (congressos, correspondências, etc).

 

 

Realizações das Ciências

 

Até o século XIX, os cientistas tinham-se dedicado, mais especialmente, à matemática, à física e à astronomia.

 

Predominam, agora, a física (sobretudo a eletricidade) e a química. Mas os progressos se efetuam em todos os setores. Os campos científicos se alargam nas mais diversas direções.

 

A ciência caminha agora à frente (hipóteses, teorias, pesquisas, experimentos, verificações matemáticas), seguida pela prática. Teorias, pesquisas, descobrimentos e invenções dão lugar a novas teorias e novas realizações, num progresso incessante. “O conhecimento científico da eletricidade, diz Dampier, levou ao telégrafo elétrico; as experiências de Faraday sobre o eletromagnetismo conduziram ao dínamo e à grande indústria da engenharia elétrica; e as equações eletromagnéticas de Maxwell, após experiência de 50 anos, deram origem à telefonia sem fio, à transmissão pelo rádio e ao radar. Eis aí apenas alguns exemplos tomados num departamento da ciência; poderiam eles ser multiplicados quase infinitamente. O século XIX foi o início da era científica”.

 

A Revolução Francesa teve a glória de criar o sistema métrico decimal, acabando com a geral confusão de padrões de medidas. A Assembléia Constituinte incumbiu da tarefa a Academia das Ciências. Esta, por sua vez, designou os sábios Berthollet, Lagrange, Laplace, Delambre, Borda e Prony. A comissão resolveu que a unidade de comprimento do novo sistema seria baseada nas dimensões da Terra.

 

De 1792 a 1799, os astrônomos e matemáticos Méchain e Delambre medem (em toesas) um arco meridiano (de Dunquerque a Barcelona), a fim de calcular a extensão total do meridiano. A quadragésima milionésima parte dessa extensão (um décimo milionésimo de um quarto de meridiano) foi denominada “metro” e tornou-se como unidade de comprimento e como base das outras medidas.

 

Medições posteriores e mais precisas verificaram que houve pequeno erro. O “metro” não é exatamente a décima milionésima parte do quarto de meridiano (do Equador ao Pólo). É 0,2 mm menor.

 

 

* Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul..  Site: http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini

 

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Como citar e referenciar este artigo:
BERGAMINI, Ricardo. As Ciências e a Técnica na 1° metade do século XIX. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2008. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/conhecimento-artigos/as-ciencias-e-a-tecnica-na-1d-metade-do-seculo-xix/ Acesso em: 08 out. 2024
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