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Audiência discute dano ambiental de vazamento de petróleo no RJ

Agência Brasil
Mancha de óleo provocada pelo vazamento no poço da Chevron no norte fluminense
Mancha causada pelo vazamento de petróleo.

A Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas promove hoje audiência pública para discutir os danos ambientais causados pelo vazamento de petróleo em plataforma utilizada pela empresa norte-americana Chevron na Bacia de Campos, no litoral do Rio de Janeiro. O evento será promovido em parceria com a Comissão do Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado.

O vazamento teve início em 7 de novembro. No dia 23, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) determinou a suspensão das atividades de perfuração no Campo de Frade, onde ocorreu o acidente, até que sejam identificadas as causas e os responsáveis pelo vazamento e restabelecidas as condições de segurança na área. A decisão suspendeu toda atividade de perfuração da Chevron em território nacional.

Na mesma decisão, a ANP rejeitou pedido da Chevron para perfurar novo poço no Campo de Frade, com o objetivo de atingir o pré-sal. Para a agência, a perfuração de reservatórios no pré-sal implicaria riscos de natureza idêntica aos ocorridos no poço que originou o vazamento, que poderiam ser agravados pela maior profundidade da região.

A decisão da ANP foi divulgada na mesma tarde em que a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara realizava audiência pública com o presidente da Chevron no Brasil, George Buck. Na audiência, ele pediu desculpas aos brasileiros pelo acidente.

Causas do acidente
O presidente da Chevron, que será novamente ouvido nesta terça-feira, afirmou na audiência do dia 23 que o vazamento de petróleo foi provocado pela perfuração de poço em uma zona em que a pressão era maior que a esperada.

Na ocasião, o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, deputado Giovani Cherini (PDT-RS), contestou essa explicação. “Como uma empresa que explora petróleo há tantos anos não vai saber qual é a pressão que estaria naquela altura do mar? Eles têm que estar preparados para isso.”

As investigações sobre o vazamento estão sendo realizadas pelo comitê da crise criado pelo governo, composto por representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da ANP, da Marinha e da Chevron.

O presidente do Ibama, Curt Trennepohl, também participou da audiência do dia 23 e foi convidado para a reunião desta terça-feira. Na audiência na Câmara, ele informou que não haviam sido detectados danos ao ambiente aquático, “o que não quer dizer que isso não tenha ocorrido”.

O Ibama, no entanto, aplicou multa por dano ambiental de R$ 50 milhões à Chevron. A empresa ainda pode receber multas adicionais por outros tipos de infração, como a falta de equipamentos no Brasil para estancar o vazamento.

Além do presidente da Chevron e do presidente do Ibama, foram convidados para a audiência desta terça-feira o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima; o subprocurador-geral da República Mário José Guisi; e o secretário estadual de Meio Ambiente do Rio de Janeiro e ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

A audiência está marcada para as 9 horas, na sala 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.

Fonte: Portal C?¢mara dos Deputados

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NOTÍCIAS,. Audiência discute dano ambiental de vazamento de petróleo no RJ. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2011. Disponível em: https://investidura.com.br/noticias/camara/audiencia-discute-dano-ambiental-de-vazamento-de-petroleo-no-rj/ Acesso em: 16 mai. 2025