Gestão, Tecnologia e Qualidade para o Direito

Funcionários – rotatividade ou carreira?

 

Não sou especialista em Brasil, mas uma coisa estou habilitado a dizer: Não creiam que mão-de-obra barata ainda seja uma vantagem. (Peter Drucker)

 

Talvez a frase de Drucker fosse o suficiente para responder a pergunta do título, mas alguns empresários (leiam-se também advogados, sócios, diretores e gestores) não vêem desta forma.

 

Porque?

 

Entendo que não vêem assim haja vista que o financeiro fala mais alto. Porque contratar um advogado num salário atraente se posso pagar uma ninharia já que o mercado demonstra existir muita oferta e pouco emprego?

 

Parece uma resposta simples e direta, pago menos, menos custo, mais lucro.

Contudo, não é assim que funciona.

 

Ao contratarmos alguém depositamos nesta pessoa a confiança de um trabalho, uma atividade, um setor. Ela passa semanas e as vezes meses em treinamento (mesmo que seja trabalhando, está se adaptando as rotinas internas, pessoas, procedimentos) e quando está pronta, depois de algum tempo ela quer vislumbrar uma perspectiva de crescimento.

Sim, crescimento.

 

Quem quer ficar fazendo a mesma tarefa durante anos a fio?

 

Alguns dirão: Mas se contrato uma recepcionista, quero uma recepcionista sempre. Certo, mas igualmente afirmo que depende. Se o escritório for pequeno, sem muita demanda, uma recepcionista auxilia em documentos, compras, telefone e muito mais. Com o tempo, ela pode – e deve – ter chance de ter outra função, e o escritório ao invés de contratar um funcionário, contrata uma outra recepcionista, que no início será apenas recepcionista, realocando a outra para nova função.

 

Pense com bastante cuidado, pois o barato sai caro.

 

Não investir num plano de carreira adequado a sua realidade, combinado com metas e investimentos de ordem estrutural pode significar o fim da empresa.

 

A empresa existe porque pessoas a fazem. É assim que devemos analisar.

 

Contrate os funcionários por contrato de experiência de 3 meses. Após 3 meses reavalie suas atitudes e se for uma pessoa que valha a pena, aumente seu salário. Primeiro conheça, depois invista.

 

Se o cargo for associado ou outro tipo de contratação, informe que fará uma avaliação após 6 meses. Não deixe é de estipular um prazo e cumpra este prazo.

 

Dizer a um funcionário que vai avalia-lo e depois negociar valores e simplesmente “esquecer” é muito pior do que não dizer nada.

 

Lembre-se que ao gerar expectativa, você gera ou alegria ou frustração.

 

Invista no seu negócio. Invista nas pessoas!

 

 

* Gustavo Rocha, diretor da consultoria GestaoAdvBr

 

Como citar e referenciar este artigo:
ROCHA, Gustavo. Funcionários – rotatividade ou carreira?. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2010. Disponível em: https://investidura.com.br/colunas/gestao-tecnologia-e-qualidade-para-o-direito/funcionarios-rotatividade-ou-carreira/ Acesso em: 26 jul. 2024