Sociedade

Resposta ao Dr. César Brito – presidente da OAB Nacional

 

Discordo completamente desta opinião “tacanha”, “pessimista”, “retrógrada” e “preconceituosa” e por não dizer “mercantilista e corporativista”, mas Data Vênia, todas as profissões citadas são devidamente avaliadas dentro de seu universo profissional, seja através de provas específicas e objetivas ministradas tanto pela faculdade, quanto pelos órgãos autorizados e respaldados pelo Governo (ENADES), além ainda de se submeterem a estágios e ou residência (no caso dos médicos).        

 

Essa história de que um bacharel que não foi aprovado no Exame da Ordem não é competente é simplesmente nivelar por baixo os resultados recentemente obtidos e divulgados nas referidas provas deste exame.

 

Particularmente conheço pessoas que foram aprovadas em sua primeira tentativa e que eram alunos medíocres e inferiores dentro de sala comparados aos que não passaram, e nem por isso são melhores que estes.

 

Ser aprovado numa prova não requer apenas conhecimento doutrinário, caro amigo(a) autor(a) deste texto, requer preparo “no momento” muito mais psicológico, claro doutrinário porque ninguém vai fazer uma prova apenas por fazer e também físico, haja visto muitos candidatos passarem até mal quando da realização delas, face a pressão sobre os mesmos e que a “PECHA” COMPETENTE OU INCOMPETENTE que paira sobre eles.

CASO O EXAME DA ORDEM FOSSE FEITO PARA SOMENTE AVALIAR O NÍVEL DE CONHECIMENTO DESTE OU DAQUELE CANDIDATO, NÃO ESTARIA SENDO ESTE, DIFICULTADO A CADA EXAME EM SUA EXIGÊNCIA, SEJA ELA À NÍVEL BUROCRÁTICO SEJA À NÍVEL DOUTRINÁRIO NAS PROVAS.

 

O que estamos vendo nas provas objetivas e nas específicas são uma demonstração clara de SEGUNDAS INTENÇÕES em constantes mudanças de regras, de formas e fórmulas, de empresas que gerenciam e “organizam” o exame, da forma de formulação (sempre para pior), de anulação de questões, as quais são feitas dúbias e com erros grosseiros, cheias de pegadinhas e uma alteração de obstáculos com o aumento da dificuldade das peças na segunda etapa.

 

Quando o nível de aprovação cresce um pouco nas provas de uma determinada etapa, o nível de dificuldade é aumentado, como se fosse um REGISTRO CONTROLÁVEL INSTALADO e que a cada momento é fechado a partir da demanda de bacharéis que se saem bem no exame, TUDO COM UM ÚNICO E ESPÚRIO OBJETIVO, EVITAR AO MÁXIMO A APROVAÇÃO DESTES BACHARÉIS, os quais após se esforçarem durante cinco anos, muitos, e em sua grande maioria pagando com enorme dificuldade seus estudos para quando se formarem poderem quitar suas dívidas assumidas com empréstimos, FIES e outros meios de financiamento e para isso ocorra, desejam colocar em prática o que aprenderam e exercer sua profissão, SÃO OBRIGADOS A PRESTAREM UM NOVO E DIFICULTOSO EXAME VESTIBULAR CORPORATIVISTA E RESERVADOR DE MERCADO, para “provar”, que estão aptos a serem “ADVOGADOS” isso depois de cinco anos de provas e ENADES.

 

Pergunto aos caríssimos e competentes colegas de profissão… Se as faculdades são consideradas fracas (acho até um exagero atribuir a não aprovação de determinado aluno à competência da faculdade, pelo já exposto), a culpa é do bacharel ?????

 

COMO PODE UM PROFISSIONAL DE SUA ESTIRPE E QUALIFICAÇÃO SER TÃO LEVIANO E AFIRMAR QUE AS FACULDADES FORMAM BACHARÉIS SIMPLESMENTE SEMI-ALFABETIZADOS.

 

O mesmo está legalmente cursando sua faculdade, a qual foi autorizada pelo MEC e a qual deveria aí sim ser fiscalizada também pela OAB…. já que tem colocado em dúvida a qualidade destas….

 

MAS A OAB !!!!!! ???

 

PARA QUE ELA VAI DESCER DE SEU PEDESTAL E SE COLOCAR NA POSIÇÃO FISCALIZADORA SE É MAIS FÁCIL USAR SEU “EXAME DE FUNIL” PARA “SEPARAR O JOIO DO TRIGO” E “TACHAR” ESTE OU AQUELE BACHAREL DE COMPETENTE OU CONTRÁRIO.

 

Alegam os mais ferozes defensores que os recém formados não têm competência e experiência… pois bem, competência e experiência adquire-se que trabalho e não somente estudo… e na minha opinião sabe o que a OAB deveria fazer, DEVERIA PEGAR TODO BACHAREL E COLOCÁ-LOS PARA ANALISAREM OS MILHARES DE PROCESSOS QUE HOJE EXISTEM EMPOEIRADOS NA SEÇÕES JUDICIÁRIAS E QUE NÃO ANDAM E SÃO OS MOTIVOS DA JUSTIÇA SER CONSIDERADA “LENTA”, ‘QUE NÃO ANDA”, “DESACREDITADA” claro que supervisionados por uma equipe de ADVOGADOS APROVADOS PELA OAB e aí sim adquirirem a qualificação e a competência que lhes falta e não simplesmente virar as costas para os mesmos abandonado-os à sua própria sorte.

 

A OAB é a única entidade profissional que vira as costas para “seus representados”.

 

Ah…. eu disse representados…. desculpe-me.

 

NÃO SÃO AINDA, SÃO APENAS BACHARÉIS…. E NÃO INTERESSA À OAB SE MISTURAR E SE ENVOLVER COM ESTES…. APESAR DE QUE NA SUA GRANDE MAIORIA SEREM ESTAGIÁRIOS REGISTRADOS NA OAB, COM CARTEIRA DA OAB E QUE PAGAM A OAB… E ASSIM A OAB DEVERIA SE SENTIR RESPONSÁVEL PELO FUTURO DESTES…. ahhhhh….mas se assim fosse feito, um ENORME MAR DE “PROFISSIONAIS” E NÃO DE “DENOREX” CARO(A) AUTOR(A) ENTRARIAM NO MERCADO NÃO É….E ISSO NÃO SERIA INTERESSANTE PARA OS ADVOGADOS JÁ RECONHECIDOS… DÁ PARA ENTENDER… TE JURO QUE DÁ….???

 

EU OS CHAMO DE PROFISSIONAIS SIM…. POIS É O QUE SÃO… Se somente aqueles no Exame da Ordem podem ser considerados profissionais o CONSELHO DE ÉTICA DA OAB não estaria repleto de processos contra “REAIS ADVOGADOS” com “EXAME FEITO E APROVADOS” e que mesmo assim SÃO DESQUALIFICADOS PROFISSIONAL E MORALMENTE PARA EXERCER COM AFINCO, HONRA E RESPEITO ESTA TÃO SAGRADA PROFISSÃO E HONRAR O JURAMENTO FEITO.

 

MAIOR RISCO, corre a sociedade com os maus advogados, os quais foram aprovados no Exame da OAB se passam por cordeirinhos, e depois se mostram LOBOS, ludibriando seus clientes e aí sim sendo uma séria ameaça ao ESTADO DE DIREITO.
Acho curioso que V.Sa. compare o exercício de nossa profissão como uma NAVALHA, a qual só serve e deve ser usada para se fazer a barba.

 

A rotulação de “ADEVOGADOS” existe e existirá sempre, lembra do citado Conselho de Ética e dos “competentes” e “avaliados” advogados que estão lá suspensos e alguns até processados.
Absurda é a clarividência com que tentam adivinhar e as ações das pessoas e interessante as afirmativas eloqüentes de defesa do direito da sociedade alardeada e mantida sobre reais “INTERESSES EXCUSSOS”.

 

Jogar o ônus da culpa pela suposta má qualidade de ensino nas faculdades e a responsabilidade aos bacharéis de recorrem à justiça para ressarcimento por prejuízos obtidos é realmente um papel à cara da OAB, a qual faz na íntegra e literalmente a forma da JUSTIÇA CEGA e prefere TAPAR OS OLHOS.

 

 

* Marcelo Eustáquio de Oliveira é Acadêmico do 9º Período de Direito do Instituto Belo Horizonte de Ensino Superior – IBHES e dirigente sindical da categoria dos aeroviários.

 

Como citar e referenciar este artigo:
OLIVEIRA, Marcelo Eustáquio de. Resposta ao Dr. César Brito – presidente da OAB Nacional. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2009. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/sociedade/resposta-ao-dr-cesar-brito-presidente-da-oab-nacional/ Acesso em: 30 abr. 2024