Brasília, 19/01/2010 – “Queremos assegurar aos filhos, às viúvas, às mães e aos pais, à família, o direito de velarem seus mortos e a eles darem o descanso digno”. O compromisso foi assumido hoje (19) pelo presidente reeleito da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro, Wadih Damous, ao defender, durante a cerimônia de sua posse no cargo de presidente da entidade, punição urgente a torturadores e criminosos da ditadura militar ainda não castigados. Na cerimônia, Damous anunciou o lançamento da “Campanha pela Memória e pela Verdade”, que terá como missão contribuir para o debate nacional sobre a necessidade imperiosa de punir aqueles que mataram, sequestraram e cometeram crimes de tortura no regime militar.
“A OAB, verbalizando os melhores sentimentos da Nação, não aceita essa extorsão da democracia! Não nos submetemos a essa cangalha que ainda hoje, a despeito das décadas, se pretende enfiar no pescoço do país apostando em um temor reverencial às fardas, já de muito superado”, afirmou Damous ao tomar posse como presidente da OAB-RJ pelo triênio 2010/2012, em cerimônia realizada no Museu Histórico Nacional.
Ao priorizar o tema em seu discurso de posse, Wadih Damous afirmou que os advogados do Rio não exitarão em sair às ruas e ir aos meios de comunicação, universidades, igrejas e onde for preciso para “promover o reencontro do Brasil com a história”. “É realmente triste vermos que, passados mais de 30 anos, não só os mortos e desaparecidos ainda assim permancem na página infeliz da nossa história, como também ainda vige uma espécie de AI 5, dessa feita midiático, que intimida, impede e tenta cassar a voz daquele que ousa indagar onde, quando, por quê, a mando de quem?”
Ainda segundo Damous, os perseguidos, aqueles que foram presos e torturados durante a ditadura militar, já pagaram sua pena, tendo sido recolhidos às cadeias e ao exílio por anos. No entanto, seus algozes, que cometeram atrocidades como estupros, choques elétricos, afogamentos, empalamentos e outras violências, seguem sem punição. “Continuam impunes, a grande maioria ainda anônima, recebendo seus soldos e pensões como qualquer cidadão de bem”, criticou o presidente reeleito da OAB-RJ. “Queremos saber onde estão os desaparecidos, quem os fez sumir, a mando de quem o fizeram”.
Após fazer o lançamento da campanha que busca punir os criminosos daquele período obscuro da história do País, Damous destacou, entre os principais avanços conquistados nos três primeiros anos à frente da entidade, o resgate da credibilidade institucional da OAB-RJ e a garantia das prerrogativas do advogado em seu exercício profissional. Esses foram avanços que levaram Damous e sua diretoria à reeleição, em novembro último, com 72% dos votos dos advogados do Rio de Janeiro.
Entre os compromissos da nova diretoria para os próximos três anos estão a preparação da categoria para o processo digital, com a criação de linhas de créditos para a modernização dos escritórios e aquisição de tecnologia; investimento na saúde e previdência do advogado e sua família; e o fortalecimento do trabalho da Comissão de Prerrogativas. “Será para esses nossos representados que as mangas arregaçadas e a dedicação trarão os resultados futuros, para que a OAB/RJ esteja cada vez mais presente no dia a dia dos advogados, amparando-os, quando e necessário, mas sobretudo intervindo na busca da Justiça rápida e eficiente que todos desejamos”.
Integram a nova diretoria, juntamente com Wadih Damous, os advogados Sergio Fisher (vice-presidente), Marcus Luiz Oliveira de Souza (secretário-geral), Wanderley Rebello de Oliveira Filho (secretário-adjunto) e Marcello Lima de Oliveira (tesoureiro).
Fonte: OAB