Gestão, Tecnologia e Qualidade para o Direito

Estratégia no atendimento

Estratégia no atendimento

 

 

Gustavo Rocha*

 

 

O atendimento é atender bem, com educação e simpatia, com conteúdo, certo?

 

Nem sempre.

 

Além destes requisitos, que considero básicos e por isso não irei comentá-los, devemos mais.

 

Algumas perguntas que você deve se questionar enquanto gestor do escritório:

 

Informo a minha equipe sobre os rumos que estou decidindo?

 

Informo a minha equipe sobre os fracassos que obtivemos?

 

Informo a minha equipe o quanto admiro o seu trabalho?

 

Informo a minha equipe os erros cometidos com enfoque no erro e não nas pessoas?

 

Informo a minha equipe sobre perspectivas de mercado e escuto sua opinião?

 

Vamos abordar um a um destes cinco aspectos detalhadamente:

 

Informo a minha equipe sobre os rumos que estou decidindo?

 

Ou seja, divido informações básicas com a equipe sobre o escritório? Ora, se você demitiu um funcionário, por exemplo, e não informa nada a ninguém, a própria equipe terá as suas conclusões. Então, é fundamental que o gestor sempre mantenha a equipe informada. No exemplo citado, pode-se dizer que o funcionário foi desligado por não conter uma conduta adequada com os padrões do escritório (por exemplo, pessoa mal educada, ríspida, estúpida). Agora, se o gestor não informar isto abertamente, poderá circular a informação de que a pessoa foi demitida porque era perseguida pelo gerente… então, informe! Diga sempre uma posição oficial sobre o assunto em tela.

 

Esta mesma ideia vale em relação a decisões administrativas, como por exemplo, vamos renovar os computadores do escritório. Como são vários, iremos primeiro trocar os do pessoal do atendimento, depois do jurídico e por último os paralegais. Agora, se o gestor nada dizer, quando chegarem as novas máquinas, a informação será que deram computadores novos para os puxa-saco…

 

Informação oficial, ou seja, aquela emanada pela direção é fundamental e sempre bem-vinda, pois ela é que diz o que a direção pensa.

 

Reflita sobre isto!

 

Informo a minha equipe sobre os fracassos que obtivemos?

 

Um aspecto imprescindível. Nas palavras de Sêneca: O vento somente poderá ser favorável se o navegador souber para aonde vai. Ou seja, se estamos tendo fracassos, como que a minha equipe pode mudar a sua forma de agir se ela não sabe disto?

 

Ou seja, um funcionário que sabe que o escritório atua na área de direito empresarial tributário entre outras áreas. Num determinado momento há uma reviravolta em uma das teses tributárias e esta começa a não ser uma tese bem aceita. Se esta informação não estiver bem divulgada internamente, o funcionário do atendimento pode continuar a defender esta tese não aceita como verdadeira e isto gerará por parte do cliente a impressão do escritório desatualizado, quiçá incompetente.

 

Informar as teses com sucesso e com fracasso é fundamental para o desenvolvimento das equipes.

 

Informo a minha equipe o quanto admiro o seu trabalho?

 

Se não o faz, deveria. Não é o fato de bajular funcionários ou deixa-los bobinhos como dizem alguns profissionais.

 

Trata-se de autoestima.

 

Em pesquisas é notório que em primeiro lugar consta o reconhecimento por parte da direção, mais até que a recompensa financeira.

 

O funcionário precisa ser avaliado e avalizado em relação as suas atividades. Não basta reclamar de desempenho, xingar por erros. Tem que elogiar por acertos e sucessos obtidos. Sempre!

 

Informo a minha equipe os erros cometidos com enfoque no erro e não nas pessoas?

 

Um funcionário errou. Errar é humano, todos erramos. Deixamos assim? Não! Precisamos conversar a respeito. Mas, a conversa não é em relação a pessoa e o quanto ela é incompetente. A conversa é sobre os fatos que geraram o erro.

 

Em bom português: Se um funcionário atende sempre com um sorriso, mas não está bem ambientado com as informações que precisa lidar, será um fracasso na certa. Demiti-lo é uma opção. Mas, ao invés desta, a melhor é primeiro treiná-lo, para que ele tenha a oportunidade de crescer e aprender. Sempre é melhor valorizar os funcionários primeiro do que realizar trocas de equipe.

 

Informo a minha equipe sobre perspectivas de mercado e escuto sua opinião?

 

Outro ponto extremamente estratégico. Quando divido com a equipe as perspectivas de mercado que a direção visualiza, poderei ouvir dos funcionários as suas opiniões, e isto é sensacional.

 

Por que?

 

Simples, cada um tem a sua rede de relacionamentos. Então, um advogado pode saber que no concorrente x, que tem um amigo dele trabalhando, a tendência de mercado é y e se apostarmos no y temos chance de sucesso. Agora, o inverso também é verdadeiro e podemos estar mais preparados para o mercado sabendo o que os outros fizeram e não deu certo.

 

Conclusão

 

Informação é poder. Dividir a informação não faz você perdê-la. Mas, faz a mesma se multiplicar. É nesta matemática que a estratégia se alinha.

 

Se divido a informação, somo conhecimento, subtraio os erros cometidos pelos outros, enfim multiplico meus resultados!!!

 

 

* Diretor da Gestão.Adv.br

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Como citar e referenciar este artigo:
ROCHA, Gustavo. Estratégia no atendimento. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2009. Disponível em: https://investidura.com.br/colunas/gestao-tecnologia-e-qualidade-para-o-direito/estrategia-no-atendimento/ Acesso em: 28 dez. 2024