Quando discorremos sobre compliance, vários temas vem a nossa mente: Desde contratos, penal empresarial, regimentos internos, trabalhista preventivo e outras ideias…
Agora, de forma simples e direta, podemos entender compliance como regramento.
complianceE neste sentido, quais os regramentos que você tem na sua empresa? No seu escritório?
Muito além de missão, valores e visão, o que é tão intrínseco na sua empresa que permeia nos corredores?
Uma reflexão neste sentido:
O Último Negócio
Certa manhã
ia eu pelo caminho pedregoso,
quando, de espada desembainhada,
chegou o Rei no seu carro.
Gritei:
— Vendo-me!
O Rei tomou-me pela mão e disse:
— Sou poderoso, posso comprar-te.
Mas de nada lhe serviu o seu poder
e voltou sem mim no seu carro. As casas estavam fechadas
ao sol do meio dia,
e eu vagueava pelo beco tortuoso
quando um velho
com um saco de oiro às costas
me saiu ao encontro.
Hesitou um momento, e disse:
— Posso comprar-te.
Uma a uma contou as suas moedas.
Mas eu voltei-lhe as costas
e fui-me embora. Anoitecia e a sebe do jardim
estava toda florida.
Uma gentil rapariga
apareceu diante de mim, e disse:
— Compro-te com o meu sorriso.
Mas o sorriso empalideceu
e apagou-se nas suas lágrimas.
E regressou outra vez à sombra,
sozinha. O sol faiscava na areia
e as ondas do mar
quebravam-se caprichosamente.
Um menino estava sentado na praia
brincando com as conchas.
Levantou a cabeça
e, como se me conhecesse, disse:
— Posso comprar-te com nada.
Desde que fiz este negócio a brincar,
sou livre. Rabindranath Tagore, in “O Coração da Primavera”
Tradução de Manuel Simões
Ao ler Tagore, vem um pensar: O que hoje está no meu negócio que não pode o ouro comprar?
Será que cada colaborador consegue entender a profundidade disto?
Será que cada colaborador teve educação em casa para isto?
Talvez – num pensar coletivo com você leitor – se cada um de nós tivesse educação dentro de casa, valores morais e éticos para compreender o básico do certo e do errado, compliance seria um regramento apenas pro-forma e não regras tão importantes para proteger a empresa de barbáries que possam ser cometidas por seres humanos sem escrúpulos.
E – ao meu sentir – devemos muito além de compliance em nossos contratos, verbos, paredes e escritas documentadas, precisamos de compliance de moral e ética ao contratar quem vai trabalhar com a nossa marca. Independente de ser uma marca grande ou pequena, são as atitudes das pessoas que lá labutam que forjam o dia a dia desta marca.
Portanto, escolha a dedo quem trabalha com você. Regras para pessoas que não possuem ética nem moral, nunca serviram e não será uma palavra americana que fará a diferença de atitude delas.
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Pensamentos escritos por Gustavo Rocha
Consultoria Gustavo Rocha.com – Gestão, Tecnologia e Marketing Estratégicos
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