Sociedade

Dia da Paz

 

Desde 1968, por iniciativa do Papa Paulo VI, comemora-se o 1º de janeiro como Dia da Paz. Naquele ano, em sua carta ao mundo, o Pontífice elegeu o tema “Para alcançar a paz, educar para a paz”. Em 2004, o saudoso Papa João Paulo II repetia a necessidade de “Educar para a paz”.

 

A PAZ é sem sombra de dúvida ingrediente fundamental em todas as vidas e quando ela falta, em verdade, não se está bem, por maior que seja o vigor do corpo e por mais que os bens materiais abundem, seja individualmente, seja com todos.

 

Por experiência própria, todos conhecemos o valor da paz, todos gostaríamos de não prescindir dela, daí a importância de colaborar, cada um na medida de sua responsabilidade e de suas forças, para promover a paz em todos os sentidos.

 

Muitas iniciativas vêm sendo adotadas, instituições pregam a paz, comemoram a paz, realizam eventos proclamando a necessidade de paz. Mas é em cada um que a paz começa ou se frustram quaisquer expectativas de tudo que possa ser feito de fora para dentro.

 

Bento XVI acaba de enviar ao mundo a Carta de Paz de 2006 com o tema: “NA VERDADE, A PAZ”. Atesta sua certeza de que “sempre que o homem se deixa iluminar pelo esplendor da verdade, empreende quase naturalmente o caminho da paz”.

 

E prossegue: “é preciso ter em conta que a paz não pode ser reduzida a simples ausência de conflitos armados”, mas entendida como “fruto da ordem que o divino Criador estabeleceu para a sociedade humana”, uma ordem “que deve ser realizada pelos homens, sempre anelantes por uma mais perfeita justiça”. Enquanto resultado de uma ordem planejada e querida pelo amor de Deus, a paz possui uma intrínseca e irresistível verdade própria e corresponde “a um anseio e a uma esperança que vivem indestrutíveis em nós”.

 

Nem se duvide, “quando vem a faltar a adesão à ordem transcendente das coisas, assim como o respeito a “gramática” do diálogo que é a lei moral universal escrita no coração do homem, quando fica obstaculizado e impedido o progresso integral da pessoa e a tutela dos seus direitos fundamentais, quando muitos povos são obrigados a suportar injustiças e desigualdades intoleráveis, como se contar com o bem da paz?”

 

Não se encontra a paz em uma esquina que se vire, nem em prateleiras de estabelecimentos comerciais. Ela é resultado de um esforço permanente no sentido de colaborar a cada momento para sua construção.

 

E ainda o Papa: “dirijo-me particularmente aos que acreditam em Cristo, renovando-lhes o convite para se tornarem discípulos do Senhor atentos e disponíveis. Escutando o Evangelho, queridos irmãos e irmãs, aprendemos a fundar a paz sobre a verdade duma existência quotidiana inspirada no mandamento do amor”.

 

 

* Marlusse Pestana Daher, Promotora de Justiça, Ex-Dirigente do Centro de Apoio do Meio Ambiente do Ministério Público do ES; membro da Academia Feminina Espírito-santense de Letras, Conselheira da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Vitória – ES, Produtora e apresentadora do Programa “Cinco Minutos com Maria” na Rádio América de Vitória – ES; escritora e poetisa, Especialista em Direito Penal e Processual Penal, em Direito Civil e Processual Civil, Mestra em Direitos e Garantias Fundamentais.

 

Como citar e referenciar este artigo:
DAHER, Marlusse Pestana. Dia da Paz. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2009. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/sociedade/dia-da-paz/ Acesso em: 26 jul. 2024