Revolução Francesa: outras causas
Ricardo Bergamini*
“No Brasil a luta não está sendo travada entre esquerda e direita, mas sim entre estupidez e racionalidade”. (Ricardo Bergamini)
Causas Políticas
A revolução das colônias inglesas da América do Norte (1776-1783): a revolução norte-americana trouxe como conseqüência o aparecimento de um novo país independente – os Estados Unidos – de regime republicano e federal.
O despotismo absoluto dos Bourbons: o rei era todo-poderoso, de “direito divino”; só tinha de prestar contas a Deus e a mais ninguém. Fazia e desfazia as leis. Dispunha a seu bel-prazer das rendas do Estado, dos bens e da liberdade dos seus súditos. Qualquer pessoa podia ser presa e – sem processo nem julgamento – ficar encerrada numa prisão do Estado (como, por exemplo, a Bastilha de Paris). Existia a censura prévia. Não havia liberdade religiosa.
A confusão e a desorganização dos serviços públicos: funcionários desnecessários, conflitos de jurisdição, ausência de orçamentos, falta de escrituração, ineficiência, desperdício, suborno
Causas Sociais e Econômicas
As classes privilegiadas tinham isenção de impostos e uma série de regalias: direito de perceber certos impostos, privilégios honoríficos, prerrogativas judiciárias, monopólio dos empregos da corte e dos cargos diretivos do exército, da marinha e da administração.
A dura opressão dos impostos
Impostos diretos – a talha: contribuição territorial; a capitação: o imposto por cabeça; o vigésimo (vingtième), também chamado imposto real; imposto sobre a renda (de 10% a 11%).
Impostos indiretos – a gabela: taxa do sal; as banalidades: arbitrárias compensações pelo uso (às vezes suposto) de engenhos do senhor (vestígio feudal); a corvéia: trabalho gratuito, durante várias semanas ao ano, que devia ser dedicado ao governo (reparações de estradas reais).
A maioria dos camponeses, depois de pagos os impostos, ficava com apenas 1/5 (um quinto) do fruto do seu trabalho.
A ascensão da burguesia
A burguesia desejava uma reforma política e social que abolisse os privilégios e lhe permitisse tomar parte no governo, votar os impostos e fiscalizar as despesas do Estado. A burguesia tinha adquirido riqueza, cultura e poderio; queria, portanto, emparelhar com a nobreza e obter um poder político equivalente à sua situação econômica.
Os burgueses também se opunham ao mercantilismo (regulamentos restritivos na indústria e no comércio, monopólios concedidos a companhias privilegiadas, controle de salários, de preços e da importação de matérias-primas).
Causas Intelectuais
A influência dos filósofos e dos economistas, que pregavam a liberdade política e econômica.
Causas Imediatas (ou ocasionais).
A incapacidade e a fraqueza de caráter de Luís XIV.
A crise financeira e a iminente bancarrota do Estado (aumento enorme da dívida pública, como conseqüência das guerras dispendiosas, do luxo e do esbanjamento da corte).
* Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul.. Site: http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini
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