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A responsabilidade que nos cabe



Catarina Paladini

A forte estiagem que atinge os estados do Sul, que levou o governo gaúcho a anunciar o Decreto de Emergência Coletivo do Estado, e as inundações no Sudeste e Centro-Norte do Brasil, tem que ser motivo suficiente para que as autoridades comecem a pensar em um modelo de política nacional para mudanças climáticas que combata efetivamente as suas causas e reduza seus riscos, que infelizmente, não são privilégio dos brasileiros, mas de todo Planeta Terra.
Em todo mundo, os desastres ambientais já causam sérios prejuízos à vida. Não falo somente da vida humana, falo de toda espécie viva que ao longo de bilhões de anos contribuiu para que a Terra se tornasse este espaço tão maravilhoso que habitamos e que, infelizmente, pela nossa incompetência e voracidade estamos destruindo.
No Rio Grande do Sul, nos últimos anos, vem se alternando temporais, alagamentos e secas extremas. Tragédias jamais vistas assolam estados como Rio de Janeiro e Minas Gerais. O número de mortos impressiona, porque é a força da Natureza que causa essas imensas tragédias às quais nosso país não estava acostumado.
Os governos tem que estar atentos para o crescimento das doenças provocadas tanto pelas inundações quanto pela falta de água, seja no campo ou na cidade. Doenças infecciosas, fome e falta de condições de higiene são problemas que podem se alastrar rapidamente nas áreas atingidas e acabar se transformando em questões ainda mais sérias a serem resolvidas com celeridade, antes que se transformem em novas tragédias.
Homens e mulheres do campo, exaustos de tanto plantar, esperam o momento de colher para obter os lucros que permitirão pagar suas dívidas. Mas a seca inclemente devora tudo ou quase tudo, e os prejuízos se acumulam ano após ano. Já temos municípios na Zona Sul, como Candiota, em estado de emergência. Pelotas, apesar de possuir bons mananciais hídricos, se mantém em alerta e pede à população que economize o uso da água potável.
Talvez ainda não consigamos imaginar o que tudo isso significa porque tanta devastação e degradação não bateram diretamente à nossa porta. Talvez o máximo que tenhamos sentido foi não podermos lavar o carro ou molhar o jardim tantas vezes quanto desejamos, mas, afinal, é um sacrifício tão pequeno, não é mesmo?
Mas é preciso que nos coloquemos no lugar daquele outro homem ou mulher que neste momento olha para os lados e só vê deserto ou inundação. Que não sabe o que comerá hoje, porque o que plantou virou pó, ou porque não tem mais casa, nem comida, nem camas, nem perspectivas.
Isso se chama solidariedade e um nome ao qual precisamos nos acostumar se queremos que a nós também não cheguem os desastres ambientais: consciência ecológica.
Não podemos deixar tudo nas mãos dos governos. A cada um de nós cabe uma parcela de responsabilidade que devemos assumir. São as atividades humanas as maiores responsáveis pelas mudanças climáticas em todo o Planeta. Há coisas que podemos fazer: evitar o desperdício de água; exigir da prefeitura sistemas eficientes de drenagem de água, coleta e tratamento de esgotos; aproveitar a água da chuva e a energia solar; recuperar as áreas verdes da cidade, a mata ciliar da beira dos rios e nascentes e as espécies nativas. Temos que começar a agir. Agora. Já.


 

*  Catarina Paladini, deputado estadual pelo PSB

Fonte: AL/RS

Como citar e referenciar este artigo:
NOTÍCIAS,. A responsabilidade que nos cabe. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2012. Disponível em: https://investidura.com.br/noticias/ultimas-noticias/a-responsabilidade-que-nos-cabe/ Acesso em: 25 jun. 2025