?A corrupção só existe porque há um agente público que a permite?

A afirmação foi do ministro do Superior Tribunal de Justiça, Gilson Dipp, durante a palestra ?Cooperação e Articulação entre Órgãos de Controle na Apuração de Desvios de Verbas Públicas?, realizada nesta sexta-feira no Tribunal de Contas do Estado (TCE) para servidores da instituição e autoridades convidadas. De acordo com Gilson Dipp, nunca houve tantos órgãos capacitados para efetivar o controle e o monitoramento das atividades públicas e a prevenção à corrupção. ?Prevenir é melhor do que punir. Melhor, mais barato e menos danoso para o órgão e para a sociedade.?

O ministro afirmou ainda que não vê nenhum sinal de que a corrupção no Brasil tenha diminuído. ?O  que aparece hoje é que quanto mais fiscalização, monitoramento e apura-ção, mais se detecta e se transmite à sociedade casos de agentes públicos que se corrompem?.
O vice-presidente do TCE, conselheiro Cezar Miola, ressaltou que o intercâmbio, tratamento e o cruzamento de dados entre os órgãos públicos é um dos objetivos buscados pela instituição através da implantação  do  Centro de Gestão Estratégica de Informação para o Controle Externo.?Uma instituição de controle deve ter mecanismos suficientemente inteligentes para dedicar a dimensão da sua força de trabalho de acordo com esse es-pectro do universo fiscalizado?.
?O gerenciamento  dessas informações é fundamental, pois de nada adianta termos bancos de dados bem alimentados se forem inacessíveis nos diálogos com outros órgãos. A iniciativa é oportuna, pois não se pode ter o monopólio da informação?, afirmou o ministro sobre a implantação do Centro. ?É preciso que todos os órgãos tenham a humildade de estabelecer esse diálogo para que ele possa, bem gerido, trazer as conclusões e os objetivos que lhe são inerentes?, concluiu.
A palestra faz parte da série de seminários  ?Análise Estratégica de Informações para o Controle Externo?, promovida pela Escola Superior de Gestão e Controle Francisco Juruena (ESGC) do TCE.