Da Redação
Diante do adiamento da reunião da CPI Mista da Petrobras prevista para esta quarta-feira (18), o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que apenas uma prorrogação no prazo de trabalho da comissão permitirá alcançar resultados efetivos. A CPI tem 180 dias para apresentar seu relatório, prazo que termina em novembro, logo após o segundo turno das eleições.
– Enquanto a Copa existir, a CPI perde de goleada, é uma competição desigual. É impossível viabilizar uma CPI em meio a uma Copa do Mundo. E depois teremos o recesso e a campanha eleitoral. Só vejo oportunidade de a CPI produzir se ela for prorrogada para depois das eleições. Até outubro é impossível fazer a CPI produzir – lamentou o senador, para quem a CPI é “natimorta”.
Para a reunião da comissão estavam pautados quase 400 requerimentos de informações, documentos e quebra de sigilo. Um dos requerimentos pede as quebras dos sigilos fiscal, telefônico e telemático do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, presos pela Operação Lava Jato, que apura esquema de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e outros crimes.
Para Alvaro Dias, a CPI mista foi inviabilizada pela estratégia do governo de protelar o inicio de seus trabalhos, uma vez que a instalação do colegiado se deu apenas no fim de maio.
– Com isso, perdemos dois meses – disse.
Disputa eleitoral
Para o líder do PT, senador Humberto Costa (PT-PE), a CPI mista não tem funcionado por culpa da oposição. Segundo ele, os governistas estavam presentes para a reunião desta quarta.
– A CPMI foi criada para ser um palco de disputa político-eleitoral. Mas vem se esvaziando porque a própria oposição não tem aparecido. Esse argumento (de que o governo que inviabilizou os trabalhos) é o argumento do choro, daqueles que não vão conseguir seu objetivo de desgastar o governo – afirmou.
Humberto lembrou ainda que a CPI exclusiva do Senado tem funcionado. Na manhã desta quarta, foi ouvido o engenheiro Alexandre Rabello, gerente de Engenharia de Custos da Petrobras.
Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: Senado
