Anderson Vieira e Larissa Bortoni
A CPI Mista da Petrobras deve convocar Meire Bonfim Poza, contadora do doleiro Alberto Youssef, que está preso sob a acusação de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Em depoimento à Comissão de Ética da Câmara dos Deputados na semana passada, Meire Poza declarou que políticos receberam dinheiro de Alberto Youssef. Entre eles, o deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA). Além disso, segundo a contadora, o doleiro preso tinha diversas empresas que emitiam notas fiscais frias para prestadoras de serviços à Petrobras.
O pedido para este depoimento foi apresentado pelos deputados Rubens Bueno (PPS-PR) e pelo relator da comissão, Marco Maia (PT-RS). A reunião para o exame deste requerimento está prevista para 2 de setembro. Para Marco Maia, é importante ouvir a contadora, uma vez que ela denunciou irregularidades em contratos com a petrolífera brasileira.
– O Youssef deve vir à CPI, então pode ser uma boa oportunidade nós confrontarmos o depoimento dele com o dela. Eu até pretendo, se o presidente assim entender, trazer primeiro o Youssef, ouvir o que ele tem a dizer e depois confrontarmos com as informações que forem apresentadas pela contadora. Mas essa é uma decisão do presidente.
Transferência de imóveis
A CPI Mista da Petrobras também deve votar um pedido de averiguação junto a cartórios de registro do estado do Rio de Janeiro para confirmar se é procedente a denúncia de que a presidente da Petrobras, Graça Foster, e o ex-diretor da Área Internacional da estatal Nestor Cerveró doaram bens a familiares após o caso da Refinaria de Pasadena ter sido tornado público.
A notícia foi publicada nesta quarta-feira (20) no site O Globo on-line. De acordo com a reportagem, os dois transferiram a posse de imóveis antes de o Tribunal de Contas da União (TCU) ter determinado o bloqueio de bens de dirigentes e ex-dirigentes da Petrobras para pagar prejuízos sofridos pela estatal brasileira na compra da Refinaria de Pasadena. O TCU calcula que a estatal brasileira perdeu US$ 792,3 milhões com o negócio. O presidente em exercício da CPI, senador Gim (PTB-DF), considera essencial que essa acusação seja esclarecida.
– Essa denúncia é gravíssima. Não é normal fazer isso. Vamos apurar para ver se aconteceu mesmo. Não acredito, mas nada melhor do que apurar justamente nos cartórios, declarou Gim, que informou também que na reunião do começo de setembro deve ser decidido quando o doleiro Alberto Youssef irá depor à CPI.
Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: Senado