Os países que integram o grupo dos Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – devem tomar a dianteira das negociações políticas que precedem a conferência Rio+20, sobre desenvolvimento sustentável, prevista para ocorrer em junho no Rio de Janeiro. Esta é a opinião do líder do Grupo Verde do Parlamento da Suécia, que participou na quinta-feira (12) de um encontro entre parlamentares suecos e brasileiros, no Senado.
Na opinião do deputado, o fato de a conferência coincidir com a dura campanha pela presidência dos Estados Unidos deverá levar a maior potência mundial a empenhar-se menos do que poderia na busca de um entendimento político sobre o futuro do planeta. Com isso, o maior papel da conferência, a seu ver, caberá aos países considerados emergentes, como os que integram o grupo dos Brics.
– Os países do Brics devem tomar a frente nas negociações. Os Estados Unidos estarão focados nas eleições. E, quando acompanhamos o que dizem os pré-candidatos nas prévias republicanas, temos ouvido coisas horríveis. Dessa forma, os países do Brics terão maiores responsabilidades, uma vez que os Estados Unidos não estarão na liderança – afirmou Kaplan, em entrevista à Agência Senado.
Falando especificamente sobre o Brasil, o deputado sueco previu que, se o governo brasileiro assumir a sua parte na condução da conferência, que ocorre vinte anos depois da Rio 92, obterá o respeito de todos os outros países do planeta. E contará com o apoio da Suécia, como ressaltou.
Ainda Segundo Kaplan, os países ricos devem ser mais flexíveis nas negociações que precedem a Rio+20 e não ficar esperando maiores concessões dos países em desenvolvimento. Ele alertou, porém, que o Brasil já é considerado como um país relativamente rico, uma vez que dispõe da sexta maior economia do mundo.
– Não é mais possível esconder isso, como já se tentou fazer no passado. Quando se tem a sexta maior economia do mundo e a possibilidade de crescer ainda mais, o país precisa também colocar em prática uma visão de sociedade sustentável – disse Kaplan.
Fonte: Senado