O poeta Paulo Bomfim, o “príncipe dos poetas brasileiros”, foi homenageado nesta terça-feira (17/7) pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) com o Colar do Mérito Judiciário, pela valorização e manutenção da memória e do Judiciário paulistas. A solenidade foi aberta com execução do Hino Nacional e do Hino do TJ-SP, composto pelo poeta.
A cerimônia ocorreu na sede do TJ-SP e contou com a presença do presidente em exercício da OAB SP, Marcos da Costa, entre outras autoridades, como o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Carlos Ayres Britto, e a secretária de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania, Eloisa Arruda. “ A homenagem é merecida porque o poeta Paulo Bonfim teve uma vida dedicada ao Judiciário Bandeirante, que ajudou a enriquecer com seus poemas”, afirmou Costa.
Jornalista paulistano nascido em 1926, Paulo Bomfim publicou 33 livros de poesia, traduzidos para o alemão, francês, inglês, italiano e castelhano. É assessor da presidência do TJ-SP, membro da Acadamia Paulista de Letras, foi presidente do Conselho Estadual de Cultura e do Conselho Estadual de Honrarias e Mérito, e eleito “Intelectual do Ano” em 1981 pela União Brasileira dos Escritores.
Falando em nome do TJ-SP, o corregedor-geral da Justiça, desembargador José Renato Nalini, ressaltou a intensificação dos conflitos levados ao Judiciário e disse que vivemos tempos de angústia, que pode encontrar uma saída na poesia de Paulo Bomfim.
Para o desembargador, segundo o qual Bomfim o autor é dono de uma poesia iluminadora e redentora, “a atividade poética é revolucionária por natureza” e pode mudar o mundo. O corregedor-geral disse que o poeta usou sua capacidade para reconstituir a história, revigorar o patriotismo e propagar a fé no Brasil, com orgulho de ser paulistano, paulista e brasileiro.
O ministro Ayres Britto disse ser amigo e admirador há muitos anos de Paulo Bomfim, classificado por Britto como um “humanista” e “profeta” que vive a “ética da cordialidade e da agregação” e sempre cria ao redor um ambiente propício para boas ideias.
O presidente do STF disse que teve contato pela primeira vez com a poesia de Bomfim lendo a obra “O Colecionador de Minutos” (1959), que o fascinou pelo uso de oximoros, figura de linguagem caracterizada por um paradoxo.
Em seu discurso, Paulo Bomfim disse que o colar que recebeu simboliza seu meio século de amor ao TJ-SP e ao Judiciário, e comemora também seus 70 anos de poesia. “Meu primeiro livro, ‘Antônio Triste’ [de 1947], torna-se alegre na tarde de hoje”, afirmou o poeta.
Ivan Sartori afirmou que, “desde maio de 1959, Paulo Bomfim ornamenta esta casa”, pela qual tem feito muito, resgatando a história do tribunal. O presidente do TJ-SP disse que a homenagem, na presença de diversas pessoas ilustres, é um dos pontos altos de sua administração à frente da corte.
Fonte: OAB/SP