07 | 05 | 2012
Presidente da OAB-ES avalia fatos revelados em livro e cobra a instalação imediata da Comissão da Verdade
“Livros como esse nos levam a uma reflexão: por que, até agora, nós não temos instalada a Comissão da Verdade?” A declaração é do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção do Espírito Santo (OAB-ES), Homero Junger Mafra, ao avaliar os fatos revelados em Memórias de uma Guerra Suja, livro escrito pelos jornalistas Rogério Medeiros e Marcelo Netto, a partir de depoimentos do ex-delegado do DOPS, Claudio Guerra.
O livro revela o destino de mais de uma dezena de desaparecidos políticos, explica como vários líderes de esquerda foram assassinados e traz novos elementos para elucidar fatos ocorridos num dos momentos mais conturbados da história brasileira, a ditadura militar.
“Já foi uma luta imensa a criação da Comissão da Verdade. A hora é da instalação”, afirmou Homero Mafra. O presidente da Seccional acrescenta: “As famílias, as pessoas que participaram da resistência ao regime ditatorial não podem continuar sofrendo. Um livro como esse, com as revelações que traz, é um pouco mais de dor para aqueles que tiveram seus familiares desaparecidos, assassinados, mortos sob tortura. Isso tem que ser apurado, a verdadeira história desse país tem que ser revelada. É uma contribuição histórica e o que nele consta tem que ser averiguado.”
“A Ordem espera que as autoridades públicas, na busca da verdade que esse país precisa conhecer, instalem a Comissão da Verdade e façam com que a história desse país não tenha lacunas nem marcas de silêncio”, afirmou.
Em um dos episódios relatados no livro, Claudio Guerra conta que o Sargento Rosário fez a bomba que explodiu na OAB e matou D. Lyda. E aponta que a enviou.
Fonte: OAB/ES