Um termo de cooperação técnica entre a Universidade de Milão e os órgãos que integram a Comissão Interinstitucional pelo Banimento do Amianto no Paraná será assinado nos próximos dias. A intenção é que a experiência da Itália na erradicação do uso do produto seja aproveitada no estado. Integram a comissão o Ministério Público do Paraná, o Ministério Público do Trabalho, a Universidade Federal do Paraná e as secretarias de Saúde de Curitiba e do Paraná.
A assessoria técnica ao projeto será prestada pelo professor Dario Consonni, que assinou o estudo da Universidade de Milão, feito na Lombardia, sobre os efeitos do amianto na região. Recentemente, o especialista esteve em Curitiba e fez uma exposição sobre a experiência italiana.
Na Itália, o uso do amianto, produto considerado cancerígeno, foi banido em 1982, mas, segundo o professor, as pessoas expostas ao produto continuam sentindo os efeitos por até 80 anos. De acordo com os dados coletados na pesquisa coordenada por Consonni, no período de 2000 a 2010, ou seja, quase 20 anos após o amianto ter sido banido da região, foram encontrados 3,5 mil casos de contaminação. Do total de vítimas, metade tinha prognóstico de morte em período variando entre um e cinco anos, em função dos danos causados pela contaminação.
No encontro que contou com a presença do especialista italiano, o procurador de Justiça Saint-Clair Honorato dos Santos, coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção ao Meio Ambiente do MP-PR, falou da recomendação feita aos municípios do Paraná para que substituam as telhas de casas, danificadas pelas chuvas, por telhas sem amianto. Ele relatou, porém, que os municípios alegaram que o procedimento licitatório para compra de telhas de amianto já fora encerrado e que a aquisição se deu por um preço mais barato, decisão apoiada pelo Tribunal de Contas. A boa notícia foi que o procurador de Justiça conseguiu o compromisso dos municípios de que, a partir de então, não mais comprarão telhas de amianto.
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Ministério Público do Paraná
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Fonte: Site MP/PR