O Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte (MPF/RN) denunciou três pessoas por tentativa de furto qualificado. Os denunciados arrombaram a agência da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) de Guamaré, com o objetivo de praticar o furto, em dezembro do ano passado. A investigação constatou que os envolvidos faziam parte de uma quadrilha armada. Portanto, também são denunciados por tal crime, juntamente com outras três pessoas.
Apesar de terem conseguido arrombar a agência, os envolvidos não chegaram a levar nada. As circunstâncias indicam que eles tiveram que deixar às pressas o local, em razão do alarme ou de algum movimento na vizinhança, e acabaram esquecendo duas chaves de fenda e um telefone celular, encontrados pelos peritos criminais federais.
A partir da instauração de inquérito policial, foi pedida e concedida a interceptação de alguns telefones constantes na memória do aparelho esquecido pelos criminosos. Dessa forma, foi descoberta a quadrilha, que tinha como atividade principal a realização de arrombamentos e furtos. O bando planejava minuciosamente cada ação e pode ter sido responsável por furtos em casas de veranistas do litoral norte do estado, assaltos a postos de gasolina, entre outros delitos.
De acordo com a investigação, o principal articulador da quadrilha era Paulo Sézar Ferreira da Cunha, conhecido por Barruada. Ele dividia o comando com o comparsa Arimildo Silva de Lima, conhecido por“Ari ou Boi. Ambos participaram da tentativa de furto em Guamaré, juntamente com Alexsandro Bezerra Alexandre, que confessou em interrogatório ter participado da ação, e confirmou estar na companhia de Ari e Barruada. Em uma das conversas interceptadas, Alexsandro diz claramente: "A especialidade da gente é arrombamento".
O monitoramento telefônico também constatou que os integrantes costumavam portar armas, que recebiam os nomes de "ferramentas", "enxadas boas para trabalhar", ou "segurança". O fato de o bando possuir armas levanta suspeitas também do cometimento de roubos. Tal suspeita é reforçada em razão de um dos integrantes, Edinaldo Moreira Firmino, ter sido preso em 2007 por participar de quadrilha de assaltantes.
Associar-se em quadrilha armada é considerado crime contra a paz pública no Código Penal e tem pena prevista de reclusão de dois a seis anos. Além disso, os três responsáveis pelo arrombamento da agência da ECT de Guamaré responderão por tentativa de furto qualificado, com penalidade prevista de reclusão de dois a oito anos, e multa. Como trata-se de tentativa, a pena pode ser diminuída de um a dois terços.
Dos seis integrantes da quadrilha, apenas Edinaldo Moreira Firmino encontra-se, atualmente, em liberdade.
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Fonte: MPF