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Nome de Evandro Lins e Silva é elogiado durante entrega do Prêmio AMB de Jornalismo

A entrega do IX Prêmio AMB de Jornalismo na noite desta terça-feira (24), no Salão de Eventos Porto Vitória, em Brasília, prestou homenagem ao jurista e jornalista piauiense Evandro Lins e Silva, em seu centenário. Muitas razões levaram piauienses a prestigiar a festa em homenagem ao filho da terra.O reconhecimento pelo trabalho realizado por Evandro na área jurídica e na comunicação levou nomes ilustres a participar do evento, como o governador do Piauí, Wilson Martins, o Prefeito da cidade natal do jurista, Parnaíba, Florentino Neto, da Juíza federal do Trabalho, Loisima Miranda, e da ex-diretora da Escola Nacional de Advocacia (ENA) e ex-Presidente da seccional do Piauí, advogada e professora de Direito, Fides Angélica, amiga pessoal do jurista.Em seu discurso, o governador Wilson Martins contou a trajetória de Evandro Lins e Silva, destacando a vocação tanto para jurista quanto para as letras. “Evandro tinha uma inquietude. Ele escrevia desde a época de estudante e seus textos eram dirigidos ao Direito e à liberdade”, salientou o governador.Envolvido pela emoção, Wilson Martins atribuiu vários motivos para Evandro ser homenageado. “Antes, um agradecimento do povo do Piauí à AMB pela lembrança de homenagear Evandro Lins e Silva, um cidadão que honra os piauienses, os parnaibanos, cidade onde ele nasceu, e que também honra os brasileiros”.E continuou: “Evandro foi um exemplo de ética, de sabedoria e defensor, sobretudo da liberdade. Ele foi perseguido de forma injusta por fazer justiça. Como Ministro da Suprema Corte brasileira, e de decisões absolutamente constitucionais e republicanas, foi cassado e afastado pelo Ato Institucional nº 5 (AI5). Por onde ele passou na política partidária, da fundação em 1947, de um partido das esquerdas, ao lado de João Mangabeira, de outros ministros fundaram o Partido Socialista Brasileiro (PSB)s. Ele que foi Ministro de João Goulart, em 1963, foi Ministro-chefe da Casa Civil, das  Relações Exteriores e Procurador Geral da República. Deixou um legado muito importante do Direito de fazer justiça, mas também não menos como jornalista”, contou o Governador explicando que é por isso que relembrou o jurista nesta edição do Prêmio AMB de Jornalismo. “Foi isto que nos motivou a apoiar e a participar e, dedicar aqui, uma atenção especial de reconhecimento e de aplausos à AMB”.O Prefeito de Parnaíba, Florentino Neto, estava entusiasmado e acompanhou passo a passo as etapas da comemoração a Evandro. “A AMB homenageia um homem que teve uma vida de luta pela liberdade e pela democracia. Um homem que foi cassado no exercício de sua função como Ministro do STF, em razão da sua posição pela liberdade e pela democracia. Foi um homem que exerceu também o jornalismo e a advocacia. Tudo isso faz com que fiquemos felizes por essa homenagem que é justa, e ao mesmo tempo nos faz feliz por Evandro ser de Parnaíba”.Recordações que levam à poesia e nostalgiaA advogada Fides Angélica disse que conviveu com o Ministro Evandro durante muitos anos e conta passagens de encontros. “Ele foi nosso representante no Conselho Federal da OAB e tive um estreito relacionamento com ele, porque sempre o convidava para ir ao Piauí, porque quando fui Presidente da OAB durante três mandatos, ele acompanhava as minhas gestões. O Ministro tinha grande apego ao Piauí porque certa vez, quando completou 50 anos de advocacia criminal, ele disse em seu discurso que uma vida longa dava para tudo, para fazer muita coisa. Nascer no Piauí, na Ilha Grande de Santa Isabel, ir para Pernambuco, depois ir para o Rio de Janeiro para abrir um escritório e ir para Pernambuco, onde estudou Direito, e em seguida entrar na vida pública, ser Ministro do STF, e depois voltar à advocacia”, exemplificou Fides como etapas da longa vida de Evandro.Segundo ela, seguir todo esse périplo como jurista, jornalista, advogado e Magistrado Evandro Lins e Silva mostrou-se sempre exemplar. “Ele não só foi um modelo de Magistrado por sua atuação no Supremo, como foi um dos Ministros que mais produziu num curto espaço de tempo. Ele passou lá cinco anos. A quantidade de processos que julgou, julgou bem. Ele tinha uma mente brilhante, porque além de conhecer muito bem o Direito, ele tinha o controle, uma capacidade de comunicação. Ele era um jornalista nato, que sabia dizer, sabia se comunicar”, afirmou a advogada.Fides contou que Evandro era uma pessoa que cativava a todos, e era dono de uma simplicidade enorme. “Nós tivemos uma convivência grande no Piauí. Ele me telefonava dizendo que queria comer uma comidinha da terra, almoçava e jantava lá em casa. Era uma criatura que tinha uma juventude tão impressionante, era eterna, e morreu aos 91 anos de acidente e deixou toda a sociedade pasma, porque só assim ele poderia morrer”, comentou Fides.Para a amiga, o Prêmio dedicado a ele foi uma lembrança oportuna dos Magistrados brasileiros, pelo fato de Evandro ser um grande jurista e humanista. “Ele dizia que todo advogado era, antes de tudo, um cidadão. Acho que ele falaria também que todo Magistrado é antes de tudo um cidadão. O que é um cidadão: é aquele que sabe da sua dignidade, dos seus direitos, dos seus deveres e sempre pensa na comunidade. Ele (cidadão) nunca pensa no eu. Ele sempre pensa em nós”.A Juíza Loisima Miranda destacou a importância da homenagem como sendo necessária. “O Ministro Evandro era um grande jurista, um grande advogado e também um grande jornalista. Foi muito feliz a ideia da AMB de escolher este ano para homenagear o nosso ‘jurista maior’. Ele era uma pessoa muito querida, respeitada e muito admirada por sua integridade, por sua capacidade e seu compromisso com o povo brasileiro”, avaliou.Quanto à ligação da Magistratura com a Comunicação a Juíza observa o papel de cada uma e analisa a importância das duas entre si. “Sem o jornalismo, sem a comunicação, não teríamos nenhuma condição na sociedade de hoje de concretizarmos a Justiça. A comunicação contribui, e muito, para que as coisas sejam mais esclarecidas, com que as pessoas busquem saber a verdade, o que de fato aconteceu. Há, às vezes, alguns aspectos negativos, mas no geral a comunicação é um direito de todos nós, estabelecido pela nossa Constituição de 1988”, avalia.Nesse momento de homenagens, Loisima para e relembra fatos que a fizeram ter admiração pelo  mestre do Direito. Ela conta que esteve com ele, pela última vez, quando ele esteve no Piauí.  Segundo ela, a presença dele era muito necessária porque estava sendo instalada a regional  da seccional da OAB de Parnaíba e ele foi o convidado de honra naquele momento. Loisima era, à época, secretária da OAB Piauí e viajou de Teresina à Parnaíba com o Ministro.  “Gostaria de registrar algo que me orgulha muito: nunca esqueci. Viajávamos com ele, o motorista, Fides Angélica e Marleide Torquato no mesmo veículo. Quando estava anoitecendo, ele perguntou: Fides, estamos chegando a Parnaíba? Sim, disse ela. E poeticamente ele respondeu: sinto o cheiro da terra que me viu pela primeira vez. Eu, que já  o admirava, passei a admirá-lo ainda mais, pelo respeito que ele tinha pela terra, e por causa daquela simbologia e poesia que juntas fizeram com que eu o admirasse ainda mais o cidadão Evandro Lins e Silva”. 

Fonte: AMB

Como citar e referenciar este artigo:
NOTÍCIAS,. Nome de Evandro Lins e Silva é elogiado durante entrega do Prêmio AMB de Jornalismo. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2013. Disponível em: https://investidura.com.br/noticias/amb/nome-de-evandro-lins-e-silva-e-elogiado-durante-entrega-do-premio-amb-de-jornalismo/ Acesso em: 20 jun. 2025
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