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Gaspar (SC) – A Vice-Presidente de Direitos Humanos da AMB, Renata Gil,  e o Juiz Reinaldo Cintra Torres de Carvalho, membro da Coordenação da Infância e da Juventude de São Paulo, visitaram nesta quinta-feira (4) os três abrigos que atuam no acolhimento de crianças e adolescentes em situação de risco no município de Gaspar (SC), a 116 km de Florianópolis.  “A AMB tem a Comarca de Gaspar, que também inclui o município vizinho de Ilhota, como referência nacional no que diz respeito à questão dos abrigos e aos processos de adoção”, destacou Renata Gil.  A Vice-Presidente de Direitos Humanos lembrou que a AMB teve participação ativa na Lei de Adoção. Em 2007, a Associação deflagrou a campanha Mude um Destino, que incentivava a adoção legal. Na ocasião, um dos abrigos de Gaspar constou como modelo em um vídeo institucional da AMB . “Deparei-me com uma situação completamente feliz.  O trabalho em Gaspar só melhorou nos últimos anos, enquanto no País a maioria das instituições de acolhimento de crianças e adolescentes passa por dificuldades”, disse Renata Gil.“Fiquei impressionado com a qualidade das instalações, com a dedicação das pessoas envolvidas no acolhimento. As crianças e adolescentes que vimos estão felizes, saudáveis, bem entrosadas com as equipes dos abrigos”, ressaltou Carvalho.  A Juíza Ana Paula Amaro da Silveira, que durante onze anos  foi a titular da Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Gaspar, acompanhou os representantes da AMB.  “A criança é prioridade e o Juiz tem que trabalhar muito para cumprir seu papel. Sempre precisei trabalhar além do horário de expediente para dar conta, porque tenho consciência da responsabilidade do Judiciário, mas valeu a pena”, disse Ana Paula que, atualmente, é Juíza Especial no Tribunal de Justiça de Santa Catarina.Também participou da visita a Vereadora Ivete Mafra Hammes (PMDB-SC). “Temos aqui no município um trabalho muito bonito, que foi desenvolvido durante o período no qual a Juíza Ana Paula esteve à frente da Vara da Infância e da Juventude. Sabemos da seriedade e do comprometimento das equipes que atuam nos abrigos e devemos esclarecer cada vez mais a sociedade sobre isto e sobre os processos de acolhimento e adoção”, disse a Vereadora.A estrutura de funcionamento dos abrigos é a mesma, diferindo apenas na clientela atendida. Um acolhe meninos de 12 a 18 anos. Outro recebe meninas de 12 a 18 anos. O terceiro atende crianças de zero a 12 anos.  Os motivos que levam a Justiça a determinar o acolhimento nos abrigos envolvem, geralmente, situações de violência física, abuso sexual, negligência e problemas relacionados a drogas. Há casos em que os pais são viciados ou usam as crianças no tráfico de drogas.As casas onde funcionam foram doadas pela iniciativa privada. Todas as unidades são mantidas com recursos da Prefeitura e a colaboração da comunidade local.As equipes de acolhimento são formadas por psicólogos, educadores e assistentes sociais  que atuam no atendimento direto às crianças e adolescentes e interagem com as famílias. “A destituição do pátrio poder só acontece em casos extremos, quando são esgotadas todas as tentativas de reinserção familiar”, esclareceu a Coordenadora do Lar dos Meninos, Teresinha Spengler. No local, são atendidos 16 meninos. Uma das prioridades é prepará-los para que possam se adaptar ao mundo fora do abrigo. “Uma das questões que nós trabalhos é a educação financeira.  Todos estudam no ensino regular e fazem cursos profissionalizantes, por meio do Senai.  Eles já têm carteira assinada e recebem R$ 390 por mês. Deste valor, R$ 150 vão para uma caderneta de poupança, para que, ao sair, eles tenham algum recurso financeiro”, explicou a Coordenadora.Dulcinéia Michels, Coordenadora do Lar das Meninas, que abriga 14 adolescentes,  revela que é uma experiência maravilhosa estar à frente deste trabalho. “Eu era professora universitária. Então, era um público bem diferente. A casa foi um desafio e só quem está aqui dentro sabe o quanto é valoroso e gratificante o aprendizado”, disse.As visitas terminaram na Casa Lar Sementes do Amanhã, onde são atendidas 20 crianças, mas cuja média de acolhimentos é de mais de 30 meninos e meninas. “Nosso maior objetivo é a reinserção familiar e temos conseguido êxito. 70% das crianças acolhidas aqui acabam voltando para as famílias, a partir do trabalho da equipe multidisciplinas”, comemorou o membro da Diretoria Comunitária, Mário José Schmitt. “Também buscamos proporcionar atividades esportivas, culturais, de lazer e recreação. Procuramos fazer com que as crianças não se sintam diferentes daquelas que convivem com a família biológica, porque, afinal, enquanto elas estão sob nossos cuidados, nós somos a família”, completou.“Chama a atenção a dedicação das pessoas que estão trabalhado além do que a  função requer.  As crianças e adolescentes são bem tratados, os ambientes são efetivamente casas e as equipes são as famílias.  O que vemos aqui mostra que é possível fazer um trabalho de qualidade”, avaliou Renata Gil ao final das visitas. O Juiz Reinaldo Cintra Torres de Carvalho concordou. “Eu acredito que Gaspar está extremamente bem servida no que se refere ao acolhimento de crianças que precisam de proteção do estado. As equipes estão muito interessadas no destino das crianças, em prepará-las para que possam gerir suas vidas. Há o respeito à individualidade”, avaliou.

Fonte: AMB

Como citar e referenciar este artigo:
NOTÍCIAS,. Fotos. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2013. Disponível em: https://investidura.com.br/noticias/amb/fotos-305/ Acesso em: 15 jun. 2025