Implantado por Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul, em 1962, o assentamento é um marco da democratização da terra no País e no Estado. Inicialmente, 134 famílias receberam títulos de propriedade. Brizola também apresentou, na ocasião da entrega dos títulos, no dia 27 de junho daquele ano, um projeto de desenvolvimento que incluiu crédito agrícola, a construção de uma escola e assistência técnica, entre outros pontos.
A história desta conquista foi marcada por uma mobilização popular sem precedentes na região. Em janeiro de 1962, após uma assembleia com cerca de dois mil trabalhadores rurais na luta pela terra, o agricultor Epaminondas Silveira e Padre Léo Schneider lideraram e conduziram a multidão a pé,
em carroças, charretes e cavalos por 10 quilômetros pela estrada BR-116, junto à cidade de Camaquã, até o local onde se deu o início do acampamento.
Alvo de duras críticas por parte dos fazendeiros da região, que queriam expulsar os assentados da área, os cerca de 30 mil hectares do Banhado do Colégio foram declarados área de utilidade pública para fins de reforma agrária por Brizola. Os anos seguintes foram de muito trabalho e resistência por parte dos novos moradores da área, que enfrentaram a resistência dos fazendeiros e da ditadura militar, a partir de 1964.
Contudo, o esforço valeu a pena e transformou a região num pólo agrícola do Estado. E é justamente esta trajetória heroica e a vocação para o trabalho com a terra que são destacadas pelo deputado Sossella ao justificar sua iniciativa desta quarta-feira. “Mais do que um ponto marcante na história da reforma agrária no Brasil, o Banhado do Colégio é um exemplo vitorioso, um projeto que deu certo, que mostrou ao mundo um caminho viável da democratização da terra e que leva a assinatura de Leonel de Moura Brizola”, enfatiza o parlamentar. São motivos mais que importantes para realizarmos uma justa homenagem como esta que estamos fazendo”, avalia Sossella.
Fonte: AL/RS