A despeito do componente político que o tema dos pedágios galvaniza, é relevante prestarmos atenção no ângulo econômico e social que desponta a partir da instauração gradual no Rio Grande do novo modelo proposto pelo governo Tarso Genro. Ao extinguir a praça de Farroupilha, localizada na área urbana da ERS-122, e ao assumir, com respaldo judicial, quatro praças dos polos de Caxias e Lajeado, o Estado provoca uma contundente desoneração aos cidadãos e ao setor produtivo regional. Conforme a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), oficialmente a nova gestora estatal desses dois polos, a redução dos custos para os usuários será concreta: a tarifa para caminhões seis eixos, que hoje é R$ 26,40, passará para R$ 18,50.
Para automóveis, o valor, que hoje é de R$ 7, passará a R$ 5,20. Como o modal rodoviário é preponderante no país, são imediatos e amplos os reflexos positivos causados pela redução média de 25% a 30% nas tarifas. A estimativa do governo é que só o município de Farroupilha, com o fim da praça de pedágio, tenha uma injeção de R$ 52 milhões por ano na sua economia. O benefício que se vislumbra na Serra chegará em breve às diferentes regiões do Estado, já que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) trabalha com vigor para também obter a revogação de outras liminares e recursos que ainda garantem às concessionárias a administração de rodovias estaduais e federais. Nas demais praças, assim que a gestão passar para a EGR, também haverá redução de tarifa nas vias do Estado e levantamento de cancelas no caso das pertencentes à União, que voltam a ser responsabilidade do Dnit, caso da praça da BR-471, em Rio Pardo.
Somado ao desafogo financeiro, a EGR vem para melhorar a qualidade das rodovias. O sistema de polos, em vigor há 15 anos, proporcionou aqui as tarifas mais caras do País e melhorias apenas acanhadas. A malha não aumentou e não houveram duplicações. É diretriz da EGR, sobretudo, promover mais obras e sinalização e dar fim aos “trechos da morte”.
Portanto, o que surge no horizonte é a reversão de um paradigma: sai de cena um modelo de pedágios renegado pela população e emerge nas estradas a prioridade às tarifas justas e à segurança. O tempo vai mensurar o êxito da mudança, mas o maior retorno ao usuário, a redução do Custo RS e o estímulo ao desenvolvimento são consequências nítidas no caminho dos gaúchos.
*Deputado estadual
Fonte: AL/RS