“A ideia é que a gente discuta homofobia nas escolas, que é um problema sério, uma vez que 40% dos alunos, conforme recente levantamento, não querem estudar com crianças homossexuais. Além disso, 60% dos professores não sabem lidar com esta situação. Portanto, é preciso capacitar os professores e produzir materiais didáticos adequados. Este debate sobre combate à homofobia está na sociedade e precisa ser feito”, avaliou o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis.
Para a doutora em antropologia e professora da Universidade de Brasília (UnB), Débora Diniz, a questão da homofobia está também relacionada à religiosidade, uma vez que vários segmentos acabam promovendo, em nome da religião, perseguições a homossexuais. “Existe no Congresso Nacional uma proposta para criminalizar a homofobia. Há alguns grupos que agridem gays em nome da religião. Um estado laico não persegue religiões e as religiões igualmente não podem perseguir as pessoas. No caso da educação, a escola também não pode ser doutrinária, mas sim um espaço de libertação”, pondera.
Lei – Em 2010, por uma proposição do deputado Professor Lemos e da então deputada estadual Rosane Ferreira (PV), o Paraná assegurou legislação para instituir o “Dia de Combate à Homofobia”. De acordo com Lemos, há 12 anos a Organização Mundial da Saúde (OMS) não classifica mais a homossexualidade como doença ou opção sexual, e sim como orientação. “Que as pessoas diferentes na sua orientação sexual sejam respeitadas. E isso deve acontecer também na escola. Hoje abrimos uma série de debates sobre o tema, que segue até o dia 17 de maio, quando haverá uma marcha nacional de combate à homofobia. Homossexualidade não é doença, não é opção. É orientação. Por isso, promover este debate é fundamental”.
Fonte: AL/PR