O manicômio da dívida pública no Brasil
Ricardo Bergamini*
“O Brasil é uma pegadinha: todos mentem para todos, o tempo todo”. (Ricardo Bergamini).
Como já abordamos em artigos anteriores o governo de FHC obteve o privilégio de ter conseguido os dois indicadores abaixo:
– Aumento criminoso da carga tributária de 27.90% do PIB em 1994 para 36% do PIB previsto para o ano de 2002. Acréscimo real de 29,03% em relação ao ano de 1994
– Recebimento de investimentos externos líquidos da ordem de US$ 189,2 bilhões
Apesar do acima colocado deixa o Brasil com diversas bombas de efeito retardado que explodirão em breve, quais sejam:
Estoque da Dívida Externa Líquida.
A dívida externa líquida, pública e privada, no ano de 1994 era de US$ 107,4 bilhões (19,78% do PIB). Em novembro de 2002 estava em US$ 194,3 bilhões (41,19% do PIB). Crescimento real em relação ao PIB de 108,24%.
No conceito de liquidez internacional (inclui empréstimos ponte com FMI) as reservas em dezembro de 1996 eram de US$ 60,1 bilhões (não havia dívidas com FMI). Em novembro de 2002 estavam em US$ 35,6 bilhões (com US$ 20,0 bilhões em dívidas com o FMI), ou seja: as reservas ajustadas eram de apenas US$ 15,6 bilhões. Redução de 285,26% em relação ao ano de 1996.
Estoque da Dívida Total Líquida (Interna e Externa) da União
A dívida total líquida saltou de R$ 87,8 bilhões em dezembro de 1994 (25,13% do PIB) para R$ 1.099,4 bilhões em novembro de 2002 (81,58% do PIB). Crescimento real em relação ao PIB de 224,63%.
Considerando também a dívida externa do setor privado de US$ 119,6 bilhões, ou R$ 341,6 bilhões (25,35% do PIB), a dívida total: interna, externa, pública e privada é da ordem de R$ 1.441,0 bilhões (106,93% do PIB).
Apesar da rolagem da dívida ter custado ao Banco Central 47,16% ao ano, na média do período de janeiro de 2002 até novembro de 2002, mesmo assim, em novembro de 2002 existia um montante de R$ 267,8 bilhões sendo carregado ilegalmente pelo Banco Central por falta de tomadores em mercado.
Do total da dívida líquida cabe destacar ter o Tesouro Nacional haveres de R$ 371,4 bilhões junto aos Estados e Municípios e de R$ 108,9 bilhões junto a Autarquias, Fundos e Fundações.
Do total de R$ 371,4 bilhões a receber dos Estados e Municípios se refere à federalização das dívidas ocorridas entre os anos de 1996/98, com juros subsidiados de 6% ao ano e prazo de pagamento de 30 anos. Onde somente os Estados e Municípios de: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná representam 72,5% do total da dívida. E pasmem!!!! Todos estão falidos novamente necessitando de novo socorro financeiro subsidiado pelo resto da Nação pobre e miserável.
Para finalizar gostaria de acrescentar que: povo que não respeita “a verdade absoluta dos números”, não respeita nem a “Deus”, nem aos “Grandes Pensadores da Humanidade”, e o pior, não se respeitam como povo e nação.
“Grandes criadores da ciência moderna tais como, Kepler, Galileu e Newton interpretavam a inteligibilidade matemática do cosmo num sentido teológico (como seus contemporâneos Descartes e, sobretudo, (Malebranche). Deus criou o mundo com leis matemáticas colocando em nosso espírito “ciências de verdade” (Descartes) que nós apenas temos de desenvolver para compreendê-lo. Kepler, entusiasmado com sua descoberta da trajetória elíptica dos planetas, exprime, numa bela página dos seus Cinco Livros sobre a Harmonia do Mundo, sua gratidão a Deus: “Agradeço-te, Criador e Senhor, por me teres regozijado o espírito com o espetáculo de tua obra”. Leibniz admirava profundamente a extrema simplicidade das leis do universo, em que o máximo de efeitos realizou-se com o mínimo de meios. “O mundo”, dizia, “originou-se dos cálculos de Deus”. Já Platão invocava um Deus que “sempre geometriza”. Na Bíblia, o Livro da Sabedoria (XI, 20) ensina-nos que “Deus tudo regulou com medida e com número”.
Até quando continuaremos batendo palmas para bêbados dançarem?
NOTA: Estudo completo ler “Prestação de Contas do Governo FHC”
* Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul.
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