Causas da Reforma
Ricardo Bergamini*
“Um país que necessita de tantas reformas urgentes, como é o caso do Brasil, na verdade está precisando de uma Revolução”. (Ricardo Bergamini).
Causas Políticas
Conflitos entre Papas e monarcas.
Desenvolvimento do sentimento nacional, em diversos países – e oposição às influências estrangeiras (o Papa era considerado estrangeiro). No caso particular da Alemanha: a Reforma permitiu à nobreza resistir à autoridade imperial da casa d’Áustria, enérgica defensora do catolicismo.
Causas Econômicas
A grande riqueza da Igreja. Reis e nobres viram na Reforma um modo fácil de apoderar-se das propriedades eclesiásticas: terras (que constituíam, em extensão territorial, um terço da Alemanha e um quinto da França), jóias, metais preciosos, etc.
Ressentimento contra os impostos da Igreja Católica. As arrecadações do Papa esgotavam os países setentrionais e enriqueciam a Itália. A Europa do norte sentia-se como conquistada por uma potência estrangeira, que lhes impusesse tributo.
Aversão da classe média do norte da Europa à política de lucros econômicos da poderosa classe média italiana (banqueiros e comerciantes) – segundo uns autores. Segundo outros, seria justamente o contrário: a vontade, por parte dos burgueses alemães, de acumular riquezas, sem sofrer nenhuma censura religiosa. O ideal ascético da Igreja Católica considerava o lucro (além do estritamente razoável), a cobrança de juros, o enriquecimento – como imoral e pecaminoso.
Causas Religiosas
A corrupção ou desvio em certos aspectos ou setores da Igreja Católica. Eis os casos mais graves:
– Venda, em larga escala, de cargos eclesiásticos, que significava vultosa fonte de renda para o Papa; venda de indulgências: a remissão dos pecados em troca de dinheiro (contribuições para obras religiosas); vida escandalosa de certos Papas, como Bórgia Alexandre VI; excessiva preocupação de certos Papas pelas letras e artes renascentistas (como Júlio II e Leão X).
Causas Científicas e Racionalistas
A impugnação dos dogmas, tradições e interpretações da Igreja – em conseqüência à difusão da Bíblia (traduzida aos idiomas vulgares) e ao desenvolvimento do espírito de crítica, produzido pelos progressos do Renascimento e da liberdade de pensamento.
A difusão da Bíblia (mais de 400 edições de 1457 a 1518), cuja leitura direta inspira o desejo de fazer retornar a Igreja à sua simplicidade primitiva. O conhecimento direto da Bíblia leva à idéia de que qualquer crente pode interpretá-la segundo a sua consciência e o seu entendimento.
Causas Sociais
A sociedade alemã estava apta para acolher com entusiasmo a revolução da Reforma. Para os cavaleiros significava luta e riqueza; para as cidades: libertação dos senhores eclesiásticos e para os artesãos e camponeses, melhoria da situação econômica.
Antagonismo de temperamento entre italianos e alemães. Estes passaram – do Humanismo à critica interpretativa da Bíblia e à luta contra a escolástica (filosofia fundamentada em Aristóteles e São Tomás de Aquino, seguida oficialmente pela Igreja Católica).
* Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul.. Site: http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini
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