Síntese de Indicadores Sociais – Fonte IBGE
Ricardo Bergamini*
Base: Ano de 2007
Educação melhora, mas ainda apresenta desafios
A Síntese dos Indicadores Sociais 2007- Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira – mostra que, entre 1997 e 2007, caiu de 31,6% para 23,5%, o percentual de famílias com rendimento familiar per capita de até ½ salário mínimo. No Nordeste, essa queda foi de 53,9% para 43,1%. A Síntese verificou o fenômeno social Dinc (Double Income and No Children), ou seja casais sem filhos onde ambos possuem renda, representava, em 2007, 3,4% dos domicílios (1,9 milhão de casais), enquanto em 1997 eram menos de 1 milhão. Outra tendência observada foram 6,7 milhões de pessoas morando sozinhas, das quais 40,8% eram idosas. A Síntese revelou que, nesses dez anos, subiu de 53,6% para 57,1% o percentual de mulheres entre os universitários.
A taxa de analfabetismo das pessoas com mais de 15 anos caiu de 14,7% para 10%, no entanto, persistia um número elevado de pessoas que não sabiam ler ou escrever: 14,1 milhões de analfabetos, dos quais 9 milhões eram pretos e pardos e mais da metade residia no Nordeste. Melhorou, nesse período, o percentual de estudantes que cursavam nível médio na idade adeqüada (
Em 2007, aproximadamente um terço das famílias vivia com rendimento mensal de até ½ salário mínimo per capita. No caso dos domicílios com crianças e adolescentes de
De acordo com a Síntese, a contribuição da renda dos idosos representa mais da metade do total da renda domiciliar em 53% dos domicílios com idosos. Essas são algumas das conclusões da Síntese dos Indicadores Sociais 2008, elaborada com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2007), e que traz capítulos específicos sobre Aspectos demográficos; Educação; Domicílios; Famílias; Casamentos, separações judiciais e divórcios; Cor; Mulheres; Idosos e Crianças, adolescentes e jovens. Os resultados são desagregados por grandes regiões, unidades da federação e as principais regiões metropolitanas.
Casais com filhos já são menos da metade do total de famílias
A PNAD 2007 mostrou que, entre os arranjos familiares de pessoas com parentesco, 48,9% eram do tipo casal com filhos, contra 56,6% em 1997, devido, principalmente, à queda da fecundidade. No mesmo período, a proporção dos arranjos constituídos por casal sem filhos cresceu de 12,9% para 16,0%.
Em 2007, o Brasil tinha 6,7 milhões de pessoas morando sozinhas e 40,8% delas eram idosas
O crescimento da proporção de pessoas que viviam sozinhas (8,3% para 11,1%) é uma tendência verificada desde 1997, fruto da redução das taxas de mortalidade e do aumento da esperança de vida, especialmente para as mulheres. Em 2007, entre cerca de 6,7 milhões de famílias unipessoais existentes no país, 40,8% eram formadas por pessoas de 60 anos ou mais.
O valor médio mensal do rendimento familiar per capita em 2007 era R$ 624,00. Entretanto, metade das famílias vivia com menos de R$ 380,00 por mês, o valor do salário mínimo em 2007. Regionalmente, a distribuição de renda no país continua desigual: metade das famílias nordestinas viviam com até R$ 214,00, enquanto no Sudeste o rendimento mediano era de R$ 441,00.
Em dez anos, caiu o percentual de famílias com rendimento menor que 1/2 do salário mínimo
No período 1997/2007, caiu o percentual dos arranjos familiares com rendimento familiar per capita de até ½ salário mínimo. Em 1997, esse percentual para o conjunto do país era de 31,6%, mas caiu para 23,5% em 2007. No Nordeste, a queda entre 2002 e 2007, foi de pouco mais de 10 pontos percentuais (53,9% para 43,1%), provavelmente resultado de políticas públicas dirigidas às famílias mais pobres.
Em 2007, em 50,5% das famílias com filhos, estes eram menores de 16 anos. De
Entre 1997 e 2007, os homens, independentemente de sua condição na família, continuam tendo taxas de ocupação superiores a todos os outros membros das famílias, mas elas diminuíram de 84,3% para 82,7%. É importante verificar que a taxa de ocupação dos filhos é maior nos arranjos chefiados por uma mulher (44,4%), contra 40,3% nas famílias com chefia de homem.
Brasil tinha 1,9 milhão de casais sem filhos onde ambos os cônjuges trabalhavam
Entre os 60,1 milhões de arranjos familiares existentes no país, em 2007, cerca de 39,0 milhões (65%) eram casais e, em apenas 38,6% desses, ambos estavam trabalhando e tinham rendimento do trabalho.
Segundo alguns estudos, as famílias compostas por casais sem filhos residentes no domicílio e ambos com rendimento são cada vez mais freqüentes, especialmente nas sociedades contemporâneas mais industrializadas. Esta tipologia intitulada DINC (Double Income and No Children) consiste num arranjo familiar em que, não precisando cuidar de prole, o casal pode se dedicar mais ao trabalho e ao lazer. Os dados da PNAD permitem uma aproximação a esse tipo de arranjo. Os casais em que ambos os cônjuges tinham rendimentos e em que as mulheres não tiveram filho representavam 3,4% dos domicílios (1,9 milhão de casais). Em 58,7% deste tipo de casal (que mais se aproximam do conceito DINC) a pessoa de referência tinha até 34 anos de idade, o que pode refletir um adiamento da fecundidade ou, ainda, a tentativa de garantir melhores posições no mercado de trabalho. Os rendimentos desse tipo de casal são relativamente elevados (3,5 salários mínimos per capita) os colocam entre os 10% com os maiores rendimentos na população brasileira.
6,4% das adolescentes com entre 15 e 17 anos são mães
Entre 1997 e
Escolaridade feminina é maior, principalmente no Norte e Nordeste
As mulheres brasileiras nas áreas urbanas do país apresentam, em média, um ano a mais de escolaridade do que os homens. No Distrito Federal, as mulheres apresentam a maior média de anos de estudo no país (10,4). A escolaridade delas é sempre superior à dos homens, principalmente no Norte e Nordeste, com destaque para o Piauí, onde a diferença é de quase dois anos a mais.
Mesmo nessas regiões onde os valores culturais são reconhecidamente mais tradicionais, as mulheres também têm se destacado na condição de pessoa de referência nas famílias. No Norte e no Nordeste, a proporção de mulheres nessa condição, é de 34,7% e 32,1%.
Em 2007, entre os arranjos familiares em que a mulher é a pessoa de referência, 52,9% eram do tipo monoparental (sem a presença de um dos cônjuges). Já nas unidades unipessoais, o percentual de mulheres é maior em decorrência da mais elevada expectativa de vida feminina. Também é interessante observar a baixa freqüência de arranjos familiares com homens na chefia sem a presença de cônjuge (3,3%) e com filhos.
As proporções de mulheres e de homens dirigentes estão menos distantes no Norte e Nordeste
Em 2007, somente 4,2% das mulheres (contra 5,5% dos homens) estavam ocupados na categoria de dirigentes
Enquanto no Piauí, por exemplo, o percentual delas (3,6%) até supera o dos homens (3,4%), no Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Espírito Santo os percentuais de mulheres dirigentes estão mais de 1,7 ponto percentual abaixo dos mesmos indicadores masculinos. Da mesma forma, os diferenciais encontrados entre homens e mulheres no Pará, Ceará, Pernambuco e Bahia são muito menores do que nas UFs onde os valores culturais, em princípio, não seriam tão determinantes na definição de postos que exigem maior qualificação e autoridade. Uma explicação poderia ser a maior escolaridade das mulheres naquelas mesmas regiões supostamente mais conservadoras.
Em dez anos, sobe de 53,6% para 57,1% o percentual de mulheres entre os universitários
Em 2007, entre os estudantes de nível superior, 57,1% eram mulheres, um aumento significativo em relação a 1997 (53,6%). No mesmo período, o percentual relativo aos homens caiu de 46,4% para 42,9%. No entanto, ainda existe um expressivo número de mulheres que não sabem ler e escrever, tanto no Brasil (7,2 milhões) quanto em países da América da Latina.
Em alguns países da região, as jovens mulheres tiveram sucesso na alfabetização, comparadas às gerações anteriores. No Brasil e na Bolívia, por exemplo, a taxa de analfabetismo das mulheres de 15 anos ou mais é cerca de 6 vezes maior que aquela encontrada para as mulheres de
52% dos analfabetos de 15 anos ou mais estão no Nordeste
O Brasil ainda contava, em 2007, com 14,1 milhões de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais de idade – uma taxa de 10,0%. Houve redução em relação a 1997, quando a taxa era de 14,7%. A distribuição espacial desse grupo mostrava, em 2007, uma concentração (52%) no Nordeste.
O rendimento familiar é importante na questão do analfabetismo. No conjunto da população que vivia com rendimento familiar per capita de até meio salário mínimo, cerca de 18% eram analfabetos em 2007; já nas classes de rendimentos superiores a dois salários mínimos, o percentual era de 1,4%. O fenômeno do analfabetismo também está bastante relacionado às áreas rurais. A taxa rural (23,3%) era três vezes maior que a urbana (7,6%), embora a comparação com os dados de 1997 (taxa rural de 32,0%) mostre redução expressiva.
A universalização da educação primária é uma meta a ser atingida até 2015 pelos países signatários dos Objetivos do Milênio, entre eles o Brasil. Uma forma de mensurar os esforços nesse sentido é verificar a taxa de analfabetismo para a população de
Os programas de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos podem representar uma resposta adequada a esse tipo de problema. No ano de 2007, 2,6 milhões de pessoas declararam freqüentar esses cursos, das quais pouco menos da metade (45,9%) estava em curso correspondente ao ensino fundamental e 20,7% em curso de alfabetização.
Percentual de estudantes do nível médio na idade adequada (
A freqüência à escola cresceu bastante entre 1997 e 2007. No grupo de
Um indicador que qualifica melhor a situação educacional dessa faixa etária (
Vista pelo rendimento familiar, a taxa de freqüência líquida dos adolescentes de
Dos jovens entre 18 e 24 anos, 30,9% informaram freqüentar escola. Nessa faixa etária, os estudantes deveriam estar na universidade, mas bem mais da metade (57,6%) estavam cursando o ensino fundamental, médio ou outros (pré-vestibular, supletivo ou alfabetização de adultos), enquanto 42,4% estavam em cursos de graduação ou pós-graduação. Em 1997, esta última taxa era de 21,5%.
A defasagem série/idade no ensino fundamental é utilizada para a análise do fluxo escolar. Em 1997, o percentual de estudantes defasados era de pouco mais de 43,0%, reduzindo-se em 2002 para 32,3% e chegando a 25,7%, em 20072. As regiões Sul e Sudeste apresentavam, em 2007, as menores proporções, em torno de 16,0%. Chamam atenção as elevadas taxas no Norte (35,4%) e Nordeste (38,8%), que, em 2007, não atingiram os níveis do Sul e do Sudeste em 1997.
Em nenhuma das faixas etárias até 17 anos, atinge-se a média de anos de estudo esperada para a idade
A média de anos de estudo da população de
No conjunto da população brasileira de 15 anos ou mais, a escolaridade média, em 2007, era de 7,3 anos de estudo. Houve um aumento de 1,5 ano de estudo em relação a 1997 (5,8 anos) – o que evidencia uma melhora lenta nesse indicador. As diferenças entre as áreas urbanas (7,8 anos de estudo) e rurais (4,5 anos) são marcantes.
Hiato entre brancos e pretos e pardos com superior completo aumenta entre 1997 e 2007
Em
Nesse nível de ensino, em todas as idades entre 18 e 25 anos, os estudantes pretos e pardos não conseguiram alcançar em
Essas desigualdades se expressam nas informações referentes a pessoas com ensino superior concluído, que apresentam níveis bastante diferentes entre brancos e pretos e pardos, quadro que também tem se agravado. Em 1997, 9,6% dos brancos e 2,2% dos pretos e pardos tinham nível superior completo no país; em 2007, esses percentuais eram, respectivamente, de 13,4% e 4,0%. Ou seja, o hiato entre os dois grupos, que era de 7,4 pontos percentuais em 1997, passou para 9,4 em 2007.
Analfabetismo funcional cai mais entre pretos e pardos, mas desigualdade se mantém
Também em relação às taxas de analfabetismo, analfabetismo funcional e freqüência escolar, verificam-se diferenças significativas. Em números absolutos, em 2007, dos pouco mais de 14 milhões de analfabetos brasileiros, quase 9 milhões eram pretos e pardos. Em termos relativos, a taxa de analfabetismo da população branca era de 6,1% para as pessoas de 15 anos ou mais de idade, sendo de mais de 14% para pretos e pardos, ou seja, mais que o dobro da dos brancos.
Em relação à taxa de analfabetismo funcional, houve redução mais expressiva para pretos e pardos que para brancos, entre 1997/2007. Mas a desigualdade em favor dos brancos se mantém: em
Uma outra maneira de enfocar a questão é observar a distribuição por cor ou raça da população que freqüenta escola com idades entre 15 e 24 anos. Na faixa de
A média de anos de estudo da população de 15 anos ou mais também continua a apresentar uma vantagem de em torno de dois anos para brancos (8,1 anos de estudos) em relação a pretos e pardos (6,3), diferença que vem se mantendo constante.
Com 12 anos ou mais de estudo, rendimento-hora dos brancos é 40% maior que o de pretos e pardos
As conseqüências das desigualdades educacionais se refletem nos rendimentos médios dos pretos e pardos, que se apresentam sempre menores (em torno de 50%) que os dos brancos. Mesmo quando são considerados os rendimentos-hora de acordo com grupos de anos de estudo, em todos eles os brancos são favorecidos, com rendimentos-hora até 40% mais elevados que os de pretos e pardos, no grupo com 12 ou mais anos de estudo.
A distribuição das pessoas por cor ou raça entre os 10% mais pobres e entre o 1% mais rico mostra que os brancos chegavam a pouco mais de 25% dos mais pobres e a mais de 86% entre os mais ricos. Por sua vez, os pretos e pardos são quase 74% entre os mais pobres e só correspondem a pouco mais de 12% dos mais ricos. As variações desses percentuais por grandes regiões, embora reflitam as diferenças de distribuição por cor na população como um todo, mantêm as desigualdades.
Há, também, uma diminuição sistemática do percentual de pretos e pardos à medida que aumentam os décimos de rendimentos, com crescimento constante da participação dos brancos. No primeiro décimo, onde estão os mais pobres, aparecem quase 15% da população preta ou parda e apenas pouco mais de 5% dos brancos, sendo que no último décimo, o do mais ricos, esses valores se invertem, encontrando-se quase 16% dos brancos e apenas pouco mais de 4% dos pretos e pardos.
Quase metade dos jovens vivem em domicílios com renda per capita de até ½ salário mínimo
Em 2007, do total das 60,1 milhões de famílias brasileiras, 28,1 milhões (47,7%) contavam com pelo menos uma criança ou adolescente de até 14 anos de idade. A pobreza no país, embora tenha se reduzido nos últimos 10 anos, continua a afetar com muito mais intensidade as crianças e adolescentes. Em
No Nordeste, 39,2% das crianças menores de 6 anos vivem com rendimento familiar mensal de até ¼ salário mínimo per capita
Os dados da PNAD 2007 mostram que quanto mais nova a criança, maior a probabilidade de estar em situação mais vulnerável, qualquer que seja a região do país. O Nordeste (51,6% da população total) é a região que reconhecidamente apresenta o maior percentual de pessoas com rendimento familiar mensal de até ½ salário mínimo (SM) per capita. Quando se destaca apenas a população jovem da região (de
As regiões Sul (17,8%) e Sudeste (18,6%) são as que possuem o menor percentual de pessoas com rendimento familiar mensal de até ½ salário mínimo per capita. Conseqüentemente, a proporção de crianças nessa faixa também é menor nessas regiões (30,0% da população de
Mais da metade dos domicílios com crianças até 6 anos possuíam todos os serviços de saneamento
Apesar das melhoras nas condições de vida da população, ainda é baixo o número de domicílios com crianças de até 6 anos de idade que possuem condições adequadas de saneamento.3 Em 2007, apenas 54,5% dos domicílios com crianças possuíam todos os serviços de saneamento simultaneamente. Porém, há grande desigualdade entre os domicílios das famílias com rendimento familiar abaixo de ½ salário mínimo per capita com crianças, dos quais 38,4% estão em condições adequadas, e os domicílios das famílias com rendimento familiar de mais de cinco SM per capita com crianças (70,3%).
Mais uma vez, percebe-se que as crianças com até 6 anos de idade estão em situação mais vulnerável, já que, no total de domicílios do país, a proporção dos que possuem estes serviços é maior (62,4%), mesmo entre os domicílios com rendimento familiar mensal de até ½ salário mínimo (SM) per capita (42,0%).
Este dado é relevante tendo em vista que boa parte dos óbitos infantis tem causas ligadas à falta de saneamento básico, como, por exemplo, a diarréia. Portanto, a melhora do nível de saneamento tem impacto direto sobre as taxas de mortalidade infantil. É importante ressaltar, no entanto, que em relação a 1997, houve aumento da oferta desses serviços nos domicílios com crianças.
Em 2007, 2,1 milhões das crianças de
Embora entre as crianças e adolescentes de
Entre as crianças de 10 anos, idade adequada à 4a série, que não sabiam ler e escrever, 85,6% destas crianças estavam na escola. Aos 14 anos, idade em que se deveria concluir o ensino fundamental, o percentual de crianças que ainda não sabe ler e escrever é menor (1,7%), o que representa 58,1 mil pessoas. Porém, quase metade destas (45,8%) estava na escola. Chama atenção o número de crianças de 14 anos fora da escola, cerca de 204,8 mil.
No caso dos adolescentes de
Aumenta o percentual dos jovens de 16 e 17 anos que se dedicavam exclusivamente aos estudos
A análise da condição de atividade dos jovens de 16 e 17 anos no período 1997/2007 revela que houve uma procura maior pelos estudos. Diminuiu o percentual daqueles que somente trabalhavam, de 16,5% para 10,2%, e daqueles que cuidavam dos afazeres domésticos, de 11,1% para 8,3%. Aumentou o percentual daqueles que se dedicavam exclusivamente aos estudos, de 45,5% em 1997 para 54,8% em 2007.
Antes de atingir 18 anos, muitos jovens já se dividem entre o estudo e o trabalho. Porém, a partir dos 18 anos, estudar torna-se privilégio de uma parcela ainda menor. Entre aqueles de 18 e 19 anos, 25,8% têm como atividade exclusiva o estudo, e no grupo de
Proporção de crianças de
As crianças que trabalham freqüentam menos a escola do que aquelas que não trabalham. Enquanto a taxa de freqüência escolar das crianças de
A atividade agrícola ocupa um número ligeiramente maior de crianças do que a não-agrícola (1,27 milhões contra 1,23 milhões). Entre as crianças de
A maior parte das crianças trabalhadoras (43,2%) contribuía, em 2007, com 10% a 30% no rendimento familiar. Cerca de 41,5% contribuíam com até 10% do rendimento e apenas 15,4% contribuíam com mais de 30% deste. Por fim, quando se investiga a idade em que começaram a trabalhar, percebe-se que uma boa parte das crianças ocupadas de
Em 2007, o número médio de moradores por domicílio foi de 3,4 pessoas
Segundo a PNAD 2007, o número de domicílios particulares no Brasil alcançou cerca 56,4 milhões. O número médio de moradores por domicílio, que em 1997 era de 3,8 e 3,6 em 2002, caiu para 3,4 pessoas em 2007, resultado da queda da fecundidade e redução do tamanho médio das famílias.
A proporção de domicílios urbanos em 2007 alcançou 84,8%. Comparado com 1997 (81,1%), este valor apresentou um aumento de 3,7 pontos percentuais em 10 anos, refletindo o ritmo da urbanização. O percentual de domicílios urbanos com rendimento médio de até ½ salário mínimo per capita em 2007 apresentou uma queda em relação aos anos de 1997 e 2002, passando de 25,5% em 1997 para 27,4% em 2002 e caindo para 19,4% em 2007.
Crescimento da população de idosos representou mais que o dobro do crescimento da população total
Em
A região Sudeste concentrava quase metade (9,4 milhões) dos idosos com 60 anos ou mais do país, seguida pela região Nordeste (5,1 milhões de idosos) e Sul (3,2 milhões). Centro-Oeste (1,2 milhão de idosos) e Norte (1 milhão) reuniam grupos relativamente menores nesta faixa etária.
2,5 milhões de idosos viviam em situação de pobreza, dos quais cerca de 1,2 milhão no Nordeste
De acordo com a Síntese, poderiam ser considerados em situação de pobreza, mais de 2,5 milhões de idosos (12,2%) no país, que viviam em domicílios cujo rendimento médio mensal domiciliar per capita era de até ½ salário mínimo. O percentual de idosos que moravam em domicílios nesta faixa de rendimento nas áreas rurais chegava a 20,2% do total de idosos destes locais, enquanto nas áreas urbanas era de 11,1%. A região Nordeste (24,2%) alcançou a maior proporção de idosos em situação de pobreza e a Sul (6,5%), a menor proporção. Em números absolutos, os maiores grupos de idosos de 60 anos ou mais em situação de pobreza moravam na Bahia (334 mil), Minas Gerais (265 mil) e São Paulo (248 mil). O maior contraste urbano/rural ocorria na região Sudeste (6,8% / 16,1%), e o menor na Região Sul (6,3%/7,1%). Em contrapartida, considerando a faixa de rendimento mensal domiciliar de mais de 2 salários-mínimos per capita, a proporção de idosos nas áreas urbanas (26,5%) era mais de três vezes superior a da área rural (8,1%).
Aumento da esperança de vida resulta nas famílias intergeracionais
A Síntese de Indicadores Sociais 2007 investigou o fenômeno das famílias intergeracionais, decorrente do aumento da esperança de vida, que possibilita a convivência de até três gerações em um mesmo domicílio. De acordo com a SIS, excluindo-se os domicílios de um só morador e aqueles de casal sem filhos, chega-se a cerca de 9,7 milhões e 38 milhões de moradores. Destes moradores, aproximadamente 30,2% eram crianças, adolescentes e jovens (
Em 53% dos domicílios com idosos, eles são responsáveis por mais da metade da renda familiar
A contribuição dos idosos, em 53% dos domicílios com idosos, representa mais da metade do total da renda domiciliar, sendo esta situação ainda mais expressiva no Nordeste (63,5% dos domicílios). Em 2007, 84,4% dos 13,8 milhões de idosos com 65 anos ou mais recebiam aposentadoria e/ou pensão, proporção esta já alcançada, em 1997. Eram 61,2% aposentados, 14,8% pensionistas e 8,4% aposentados e pensionistas no total do país. A proporção de idosos residentes em áreas rurais que recebem benefícios era um pouco superior à urbana (88,0% e 83,6%). Nas regiões Nordeste e Sul, as diferenças eram mais acentuadas. A proporção de idosos aposentados que recebem pensão cresceu no período de
Existem mais idosas do que idosos nas cidades e mais idosos do que idosas no campo
A Síntese confirmou que o número de mulheres é superior ao de homens tanto no total do País quanto nas áreas urbanas, enquanto nas áreas rurais há mais homens que mulheres. No total do país, havia em 2007, 79 homens para cada 100 mulheres idosas de 60 anos ou mais. No grupo de 65 anos ou mais, eram 76 para cada 100, chegando a apenas 72 homens para cada 100 mulheres, na faixa de 70 anos ou mais. Nas áreas rurais, a razão de sexo era de 107 homens para cada 100 mulheres, enquanto nas áreas urbanas, era de 75 homens para cada 100 mulheres. A região Sul possui a maior diferença entre os sexos, (67 homens para cada 100 mulheres), seguida de perto pelo Sudeste (69 homens para cada 100 mulheres). Esses números resultam da migração rural/urbana feminina ser superior a masculina (as idosas dirigem-se com maior freqüência às cidades para residir com filhos/netos ou parentes) e pelo fato dos homens terem maior presença em atividades tipicamente rurais.
Mais da metade dos idosos das áreas rurais não tinham instrução ou tinham menos de um ano de estudo
A Síntese revelou que a proporção de idosos de 60 anos ou mais sem instrução ou com menos de 1 ano de estudo, em 2007, era de 32,2% no país, sendo de 27,5% no total das áreas urbanas e 55% entre os idosos moradores de áreas rurais. Mais da metade (52,2%) dos idosos do Nordeste pertenciam a essa faixa de escolaridade. No Norte, o percentual era de 45,9% dos idosos, seguido por Centro-Oeste (36,9%), Sudeste (22,8%) e Sul (21,5%). O Piauí (58,2) era a unidade da federação com maior percentual de idosos sem instrução ou com menos de 1 ano de instrução, enquanto Rio de Janeiro (15,9%) apresentava o menor percentual. No Sul, as diferenças de percentuais de idosos com baixa escolaridade nas áreas urbanas (20,5%) e rural (25,5%) são menores que nas outras regiões, por exemplo o Nordeste urbano (40,6%) e rural (70,0%).
Taxa de fecundidade continua abaixo do nível mínimo de reposição da população
A Síntese revelou que a taxa de fecundidade total do país decresceu de 1,99, em 2006, para 1,95, em 2007, ficando abaixo do nível de reposição da população (2,1 filhos por mulher). Em
A densidade demográfica média da população brasileira em 2007 era de 22,3 hab/km2. A região Norte, que possui 45,2% da área total do país e 8,1% da população tem apenas 4,0 hab/km2, enquanto o Sudeste, concentra mais de 42% da população total, é a que tem a maior densidade, com 87,4 hab/km2.
A razão de sexo no Brasil (95,3 homens para cada 100 mulheres), se deve, em parte, à sobremortalidade masculina. Entre as regiões Metropolitanas a de Curitiba apresentou o mesmo valor da média nacional, enquanto as de Recife, Rio de Janeiro, Belém e Fortaleza mostraram que, para cada 100 mulheres, existiam apenas entre 87,8 e 89,1 homens.
Em
Em dez anos, esperança de vida ao nascer aumentou 3,4 anos
O aumento absoluto e relativo da população idosa no Brasil é conseqüência do crescimento da esperança de vida ao nascer combinado com a queda do nível geral da fecundidade. De fato, a esperança média de vida ao nascer no País era, em 2007, de 72,7 anos de idade. A vida média ao nascer, entre 1997 e 2007, cresceu 3,4 anos, com as mulheres em situação bem mais favorável que a dos homens (73,2 para 76,5 anos, no caso das mulheres, e 65,5 para 69,0 anos, para os homens). Em decorrência, a taxa bruta de mortalidade que representa a freqüência com que ocorrem os óbitos em uma população, caiu de 6,60 ‰ (mais de 6,6 mortes por mil habitantes), em 1997, para 6,23 ‰ (6,2 mortes por mil habitantes), em 2007.
A taxa de mortalidade infantil continua em declínio, passando de 35,20 ‰ (35,2 por mil) para 24,32 ‰, entre 1997 e 2007. O Rio Grande do Sul foi o estado que registrou a menor taxa de mortalidade infantil (13,50 ‰) e Alagoas, com 50,00 ‰, apresentou a mais elevada, em 2007.
* Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão
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