Produção da Pecuária Municipal – Fonte IBGE
Ricardo Bergamini*
Base: Ano de 2007
Rebanho bovino diminui 3,0% no país e 5,0% na Amazônia Legal
O efetivo bovino brasileiro sofreu uma redução de 3,0% entre 2006 e 2007, passando de 205.886.244 para 199.752.014 cabeças de gado. A queda foi ainda maior (-5,0%) nos municípios que formam a Amazônia Legal (todos os da região Norte e alguns do Maranhão e de Mato Grosso), embora, na comparação 2007-1997, registre-se um crescimento de 78% no número de animais nessa região. A diminuição do rebanho bovino brasileiro ocorreu em razão da descapitalização dos produtores em 2006, o que levou a desinvestimentos no ano seguinte, e à reavaliação das estimativas após a realização do Censo Agropecuário 2006. O abate de matrizes, por sua vez, resultou numa menor oferta de carne, o que contribuiu, ao lado da demanda aquecida, para a manutenção dos preços elevados em 2007.
Os maiores efetivos bovinos estão em Mato Grosso (12,9% do nacional), Minas Gerais (11,3%) e Mato Grosso do Sul (10,9%). Por outro lado, quando se trata da participação no valor total dos produtos da agropecuária1 (R$ 20,2 milhões em 2007), Minas lidera (26,1%), vindo, em seguida São Paulo (10,8%) e Rio Grande do Sul (10,0%). Esses são alguns dos destaques da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) 2007, cujos principais resultados são detalhados a seguir.
De 2006 para 2007, destaca-se a troca de posição entre o 2º e o 3º maior rebanho de gado bovino, com Minas Gerais ultrapassando Mato Grosso do Sul, estado que vem perdendo efetivos nos últimos três anos, possivelmente como reflexo da concorrência de áreas entre culturas e pecuária.
A maioria dos estados apresentou redução do número de bovinos em 2007, na comparação com 2006, exceto, por ordem decrescente de variação positiva, Alagoas (8,0%), Pernambuco (6,0%), Bahia (5,8%), Paraíba (4,3%), Ceará (3,0%), Distrito Federal (2,9%), Minas Gerais (1,7%), Espírito Santo (1,1%), Santa Catarina (0,8%) e Sergipe (0,6%). Por outro lado, rebanhos importantes, como o paraense (-12,3%) e o sul-mato-grossense (-8,0%), apresentaram quedas significativas.
Em termos municipais, os maiores efetivos de bovinos estão em Corumbá (MS), São Félix do Xingu (PA) e Ribas do Rio Pardo (MS), municípios que mantiveram as mesmas posições ocupadas em 2006.
Em 2007, 35% do rebanho bovino nacional estava na Amazônia Legal
Observando-se os dados da PPM para os últimos dez anos, verifica-se um aumento de 78% do rebanho bovino nos municípios da Amazônia Legal, no período de
O rebanho bovino brasileiro tem se deslocado em direção ao Norte do país, em parte devido à disputa por área com as lavouras de cana, soja e milho no Centro-Sul. Entretanto, houve uma redução do ritmo de crescimento do rebanho bovino na região, de 46% de
Efetivo de galináceos cresce 11,5% entre 2006 e 2007
O país tinha, em 2007, 1,127 bilhão de galináceos2, 11,5% a mais que em 2006. Desse total, 82,5% correspondiam a galos, frangas, frangos e pintos; e o restante, a galinhas. O primeiro grupo teve aumento de 13,4% em relação a 2006; e as galinhas, de 3,1%.
Pouco mais da metade (50,3%) do efetivo de galos, frangas, frangos e pintos encontra-se no Sul do país. Os três estados dessa região estão entre os maiores produtores nacionais, embora os principais municípios sejam Rio Verde (GO), Brasília (DF) e Amparo (SP). Quanto às galinhas, a produção se concentra no Sudeste (35,6%). São Paulo e Minas Gerais têm os maiores efetivos, e a produção municipal é maior em Bastos (SP), Santa Maria de Jetibá (ES) e Itanhandu (MG).
Número de porcos aumenta, e os de búfalos e cavalos têm queda entre 2006 e 2007
Em 2007, o país tinha um efetivo de 35,945 milhões de suínos (porcos e porcas), 2,2% maior que em
Os bubalinos (búfalos) somavam, em 2007, 1,131 milhão de cabeças, 2,2% menos do que em 2006. O maior efetivo dessa espécie está no Norte do país (62,2%), no Pará (38,5% do total nacional). O município de Chaves (PA) é o principal em efetivo de bubalinos (7,8% do total nacional), seguido de Cutias (AP), com 4,3%.
Já o efetivo de eqüinos teve queda de 2,6% na comparação com 2006, somando 5,602 milhões de animais em 31/12/2007. Corumbá (MS) tem o maior número desses animais (0,5% do total nacional), embora em temos regionais a liderança seja ocupada pelo Sudeste (25,6%), seguido de perto pelo Nordeste, com praticamente o mesmo percentual. Feira de Santana (BA) e Santana do Livramento (RS), ocupam respectivamente a segunda e a terceira posições no ranking municipal.
Nordeste tem maiores efetivos de asnos, mulas, cabras e bodes e ovelhas
O efetivo de asininos (asnos) em 2007 era de 1,163 milhão de cabeças, 2,0% menor que o de 2006. Quase a totalidade (91,4%) está no Nordeste, sendo que a Bahia tem 26,6% do total; e o Piauí, 17,5%. Feira de Santana (BA) e Petrolina (PE) aparecem como os maiores destaques municipais, com 1,0% e 0,9% do efetivo nacional respectivamente.
Os muares (mulas e mulos) foram estimados em 1,343 milhão de cabeças, uma queda de 3,1% em relação a 2006, concentrados também no Nordeste (51,1%), sendo que a Bahia tem 24,1% do rebanho. Em nível municipal, porém, São Félix do Xingu (PA) tem o maior efetivo (8.010 cabeças ou 0,6% do total), seguido por Parnarama (MA), que em 2006 não ocupava nenhuma das 20 primeiras posições.
A região Nordeste também lidera nos caprinos (cabras e bodes), com 91,4% dos 9,450 milhões de animais estimados em 2007 (queda de 9,1% em relação a 2006). A Bahia é, mais uma vez, o grande estado produtor, com 33,7% do efetivo nacional. Dos dez principais municípios, sete são baianos.
Já o efetivo de ovinos (ovelhas) era, em 2007, de 16,239 milhões de animais, 1,4% maior que o registrado em 2006. Do total de animais, 57,2% estavam no Nordeste, embora o principal estado produtor seja o Rio Grande do Sul (3,8 milhões de cabeças ou 23,6% do total). Os municípios gaúchos de Santana do Livramento, Alegrete, Quaraí e Uruguaiana são os maiores produtores nacionais.
O efetivo de codornas era de 7,586 milhões de unidades em 2007, 5,3% maior que em
De 2006 para
Foram produzidos no Brasil, em 2007, 26,1 bilhões de litros de leite, 2,9% a mais que em
O maior número de vacas ordenhadas é o de São Félix do Xingu (PA), 124.258 animais, embora a produtividade não seja das maiores. Quanto ao volume de leite produzido, os principais municípios são Castro (PR), com 135,67 milhões de litros (0,5% do total), Pompeu (MG), 108,91 milhões de litros e Marechal Cândido Rondon (106,0 milhões de litros).
Em 2007, foram produzidos 2,965 bilhões de dúzias de ovos de galinha, 1,1% a mais que em
Dos produtos investigados, apenas o mel teve queda (-4,0%)
A produção de lã, principal produto da ovinocultura teve uma variação positiva de 2,6% de 2006 para 2007, com aumento semelhante (2,7%) no valor da produção. A criação de ovinos para a tosquia ocorre basicamente na região Sul (96,9% do total). O Rio Grande do Sul tem o maior efetivo com essa finalidade, e o município gaúcho de Santana do Livramento é o maior produtor nacional de lã.
A produção de ovos de codorna cresceu 5,9% em 2007, ultrapassando 131 milhões de dúzias. Iacri (SP), que ocupava a 1ª posição municipal em produção de ovos de codorna 2006, caiu para a 3ª em 2007, enquanto Bastos (SP) e Santa Maria do Jetibá (ES) foram os maiores produtores em 2007.
Foram produzidas 8.205 toneladas de casulos de bicho-da-seda em 2007, 4,1% a mais que em 2006. Altônia (PR), que ocupava a 4ª posição no ranking de produção em 2006, ultrapassou Cruzeiro do Sul (PR).
Já a quantidade de mel produzido em 2007 foi 4,0% menor que no ano anterior. As maiores reduções relativas foram observadas no Espírito Santo (-24%) e na Paraíba (-21%). Rio Grande do Sul e Paraná são os maiores produtores de mel, com, respectivamente, 21,2% e 13,3% do total nacional, mas os municípios maiores produtores estão no Nordeste: Picos (PI), Limoeiro do Norte e Santana do Cariri (CE).
Notas:
1Leite, ovos de galinha e de codorna, mel, casulos de bicho-da-seda e lã.
2 Galos, frangas, frangos, pintos e galinhas.
* Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul.. Site: http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini
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