Brasil: a viúva rica do terceiro mundo
Mario Guerreiro*
Fico só imaginando que “bons negócios”, Lulla estaria fazendo com a Turquia em sua recente viagem a este país, além de dizer que, no Brasil, turco é aquele sujeito que vende bugigangas de porta
Como todo mundo sabe, o governo Lulla e seu chanceler Excelso Amorim têm se esmerado em tomar medidas internacionais “politicamente corretas”, como manda o figurino pós-moderno.
Entre estas, a indicação do neonazista ministro egípcio Osni Farouk, aquele xiita raivoso que deseja queimar todos os livros em hebraico existentes na terra do herético Aknaton e do panarabista Gamal Abdel Nasser da República Árabe Unida, para a direção da UNESCO. Será que não havia nenhum brasileiro à altura do cargo?
E a recusa de extradição do terrorista italiano Batistti, fugitivo da Justiça italiana com vários assassinatos a sangue frio no seu belo curriculum – recusa esta que nos cobriu de vergonha aos olhos do primeiro e do segundo mundo.
Mais recentemente, Amorim manifestou seu desejo de abrir uma embaixada
Mas não são só medidas políticas manchando a imagem do Brasil no exterior e fazendo os ossos do grande diplomata José Maria da Silva Paranhos tremerem no túmulo, também temos medidas políticoeconômicas dilapidando o Tesouro nacional.
Entre estas o perdão da dívida de Moçambique, uma bagatela da ordem de R$ 1.000.000.000,00 (um bilhão de reais), seguida provavelmente de novos “empréstimos”, caso se queira chamar a coisa assim. E tudo isto movido pela vã ambição brasileira de conquistar um lugar no Conselho de Segurança da ONU. Ó Amorim, pode ir tirando teu cavalinho da chuva!
E não vou mencionar aqui o prejuízo causado por Primevo Inmorales, cerca de R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais), ao encampar duas refinarias da Petrobras na Bolívia com a complacência do governo Lulla e sob a pífia alegação de que “a Bolívia é um país pobre”. Ora, só porque é pobre goza do direito de fazer apropriações indébitas?
E nem falo da nossa relação com a Argentina da nova Evita, sempre sobretaxando produtos importados do Brasil e exigindo diminuição de taxas para produtos argentinos. E o que é pior: conseguindo tudo o que quer. Parece que Lulla e Amorim tem medo de cara feia de índio e de mulher espevitada.
Mas por que? Por que o Brasil têm desenvolvido essa política externa que só acarreta desprestígio e prejuízos para o País? Só encontro uma explicação: quer ser um país comunista e pobre, bem com líder de outros países comunistas e mais pobres ainda do terceiro mundo.
Querem mais uma evidência do que afirmei? Ei-la:
“CARACAS, Venezuela, 22 Mai 2009 (AFP) – O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, negocia um empréstimo de 10 bilhões de dólares com o brasileiro Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), revelou o próprio líder venezuelano nesta quinta-feira.
Segundo Chávez, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, está na Venezuela para analisar os “mecanismos” destes projetos comuns de “desenvolvimento”.
“Coutinho me disse que o Brasil está disposto a financiar projetos aqui por até 10 bilhões de dólares. Há que ver os mecanismos”, explicou Chávez, citando o setor petroquímico venezuelano como uma prioridade nestas negociações. [obs. minha: Curiosa coincidência: Lula pediu um empréstimo de 10 bilhões recentemente na China!]
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva “é um grande companheiro e sempre disse que até onde for possível, o Brasil vai ajudar na industrialização da Venezuela”, destacou Chávez.”
“O Brasil importa milhões de toneladas de ureia por ano, da África e do Oriente Médio, e nós, no futuro, poderemos produzir isto e ser uma potência petroquímica mundial. A Venezuela vai ser uma potência”, garantiu Chávez, que viaja na próxima semana ao Brasil para se reunir com Lula, dentro dos encontros trimestrais entre os dois líderes. [fonte: France Press].
Já ocorreu o primeiro encontro dos dois e fui na Bahia. Entre outras coisas, Hugorila Chávez prometeu enviar para o Brasil um grupo de educadores, de modo a trazer para esta terra desvairada os benefícios da pedagogia bolivariana, ou seja: doutrinação comunista nas escolas, para preparar el socialismo del siglo veinte uno. Carmba! Por las barbas de Simón, que so no las tenia ahora las tiene a remojar!
Nunca antes neste país tivemos uma política externa de tão pífia, canhestra e perdulária com tantos diplomatas medíocres e despreparados num mundo globalizado. Ah! que saudade dos tempos de Macedo Soares, Roberto Campos, Meira Penna, MárioVieira de Melo, José Guilherme Merquior, Pio Correa e tantos outros ilustres nomes do Itamaraty!
* Doutor em Filosofia pela UFRJ. Professor Adjunto IV do Depto. de Filosofia da UFRJ. Ex-Pesquisador do CNPq. Ex-Membro do ILTC [Instituto de Lógica, Filosofia e Teoria da Ciência], da SBEC [Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos]. Membro Fundador da Sociedade Brasileira de Análise Filosófica. Autor de Problemas de Filosofia da Linguagem (EDUFF, Niterói, 1985); O Dizível e O Indizível (Papirus, Campinas, 1989); Ética Mínima Para Homens Práticos (Instituto Liberal, Rio de Janeiro, 1995). O Problema da Ficção na Filosofia Analítica (Editora UEL, Londrina, 1999). Ceticismo ou Senso Comum? (EDIPUCRS, Porto Alegre, 1999). Deus Existe? Uma Investigação Filosófica. (Editora UEL, Londrina, 2000) . Liberdade ou Igualdade? ( EDIPUCRS, Porto Alegre, 2002). Co-autor de Significado, Verdade e Ação (EDUF, Niterói, 1985); Paradigmas Filosóficos da Atualidade (Papirus, Campinas, 1989); O Século XX: O Nascimento da Ciência Contemporânea (Ed. CLE-UNICAMP, 1994); Saber, Verdade e Impasse (Nau, Rio de Janeiro, 1995; A Filosofia Analítica no Brasil (Papirus, 1995); Pré-Socráticos: A Invenção da Filosofia (Papirus, 2000) Já apresentou 71 comunicações em encontros acadêmicos e publicou 46 artigos. Atualmente tem escrito regularmente artigos para www.parlata.com.br,www.rplib.com.br , www.avozdocidadao.com.br e para www.cieep.org.br , do qual é membro do conselho editorial.